Capítulo 45
O LAR É ONDE O CORAÇÃO ESTÁ
Ana
Não há nenhuma canção para isso. Ou
talvez haja, mas nós simplesmente não sentimos como sendo
música.
Tudo o que há de audível entre nós vem do leve zumbido dos motores do avião do
lado de fora da
janela. Chris não deixou que Taylor ou Sawyer viessem neste voo, e eles ficaram
preocupados de que
Chris pudesse ter uma crise quando eles não estivessem por perto. Mas nada
poderia demovê-lo
nesta manhã. Ele me queria sozinha. Desceu-me pelas escadas e depois me
carregou para o avião.
Deus, quero que ele me leve como acessório, desde que não seja para casa. Mas
ele vai me levar
para casa. Para Seattle. Onde eu vou ficar, e ele irá também.
Todos os três médicos dizem que eu não posso viajar. Todos os três dizem que
vou abortar, com
certeza, se não conseguir descansar.
Na cama.
E um creme de progesterona.
Isso é o que eles nos dizem que eu preciso.
Eles não sabem que o que preciso é o meu demônio de olhos azuis, e o pensamento
de ficarmos
separados por dois meses, até que eu passe o primeiro trimestre e saia da zona
de perigo, me dá
vontade de chorar.
Agora Chris está esparramado em seu assento habitual, com a cabeça arremessada
para trás
enquanto olha para o teto do avião, distraidamente acariciando meu cabelo.
Parece tão miserável e triste quanto eu. E ainda posso ouvi-lo, dizendo
severamente aos médicos
que ele convocou, que prescreviam “não viajar” e “repousar”:
– Isso é impossível. Preciso dela comigo. Ela vai para onde eu for.
E quando o terceiro médico disse que sentia muito e saiu, eu me lembro de
implorar pateticamente:
– Você não pode estar pensando mesmo em me mandar de volta, não é? Christian,
eu vou ficar
deitada. Não vou me mexer. Este é o seu filho. Ele vai ficar! Vai. Não vejo
como me mandar embora
vá me estressar menos. Eu não quero ir para casa. Vou ficar na cama o dia todo,
só não me leve de
volta!
Ele parecia tão frustrado, pronto para rasgar algo ao
meio com as próprias mãos quando disse a
Taylor:
– Mande aprontarem o avião.
E então se virou para mim, e me olhou com os olhos azuis que perderam todo o
brilho. Ele nem
sequer teve tempo de explicar, porque comecei a chorar.
E aqui estamos nós agora.
Nesta situação terrível.
Quarenta mil pés acima do solo, voando para Seattle.
Fico deitada sobre o banco com a minha cabeça em seu colo, enquanto ele passa
os dedos por todo
o comprimento do meu rabo-de-cavalo, e depois no meu couro cabeludo. Ele está
olhando para o teto
durante uma hora, seu peito se expandindo, lentamente, como se cada respiração
fosse para acalmá-
lo, mas não fosse bem-sucedida.
Meu coração dói quando penso o quanto de esforço ele precisa fazer para isso
não ferrar com sua
cabeça. Quero sussurrar palavras tranquilizadoras, mas não posso nem mesmo
falar, estou tão
chateada com a vida por me atirar uma bola curva novamente.
De repente, ele começa a me beijar com suavidade, de início no topo da minha
orelha, então na
minha orelha, então no meio, enviando arrepios através de mim quando ele
respira seu hálito quente,
e rosna palavras que parecem ser arrancadas dele. Meus olhos ardem e estou
certa de que tenho um
punhal saindo do meu peito enquanto ele me diz:
– Vou sentir sua falta... Vou precisar de você pra ficar bom... Cuide-se
bem... Preciso de você...
Minha garganta está tão inchada que só consigo assentir enquanto o vejo
procurar no bolso de sua
calça jeans um cartão de crédito de platina.
– Use-o – ele sussurra.
Suponho que Kate morreria se um homem lhe desse um cartão de crédito, mas eu
não quero ir
às compras ou algo assim. Eu não quero... nada, a não ser a minha vida.
Quero que o nosso bebê
fique bem. Quero que fiquemos juntos. Eu quero a minha nova vida, em turnê, com
ele.
– Ana – adverte ele, e sinto quando ele coloca o cartão na minha palma. –Quero
ver débitos.
Diariamente.
Ele olha para mim com um meio sorriso, seu cabelo despenteado mais do que o
habitual, a
barba ainda mais escura nesta manhã, porque ele não se barbeou, e como você
pode amar alguém
tanto que o amor queima através de seu corpo? Amo o jeito que seus cílios
enquadram seus olhos
azuis, e a inclinação exata de suas sobrancelhas. Amo a testa dura, as maçãs do
rosto e a mandíbula,
e como sua boca consegue ser tão carnuda e macia, mas firme e forte.
Levantando o braço, arrasto as pontas dos meus dedos ao longo da linha de sua
mandíbula
quadrada.
– Quando eu voltei, prometi a mim mesma que nunca mais iria deixá-lo.
– Prometi a mim mesmo que nunca te deixaria ir. O que mais você espera que eu
faça? – Seus
olhos estão escuros e torturados, e sei que ele não dormiu.
Ele andou a noite toda, enrolando e desenrolando seus dedos enquanto perguntava
se eu sentia
alguma dor. Sim, eu sentia algumas estocadas no coração, mas disse: sem
cólicas. Ele voltou para a
cama para me puxar para perto, beijando-me como se quisesse me devorar.
Lembro-me de todos os
movimentos de sua língua na minha. A temperatura da sua respiração no meu
rosto. E quantas vezes
ele levou os lábios para longe, beijou minha testa, e desapareceu no banheiro.
Porque nós também não estamos autorizados a fazer amor.
Portanto, a nossa última noite juntos, passamos nos beijando. E nas várias
vezes que ele tomou um
banho frio, fiquei chorando no meu travesseiro.
Agora ele empurra os fios soltos de cabelo atrás da minha testa, os olhos
presos nos meus.
– Nós vamos ficar bem, pimentinha – sussurra. Ele dirige o seu olhar para baixo
do meu corpo e
espalha a mão aberta na minha barriga. O gesto de propriedade faz meu coração
arder de amor. –
Nós temos... ele. – Chris me esfrega suavemente através da minha camisa
de algodão, olhando para
mim com seus olhos azuis. – Não é?
– Claro que sim – respondo, com uma súbita onda de determinação. – São apenas
dois meses,
certo?
Ele belisca meu nariz.
– Certo.
– E podemos nos comunicar de outras formas.
– Exatamente.
Sentando-me, descanso minha testa em seu ombro, e ele desliza a mão em volta da
minha cintura
enquanto massageio seu músculo.
– Deixe seu corpo descansar. Passe gelo após os treinos. Aqueça-se
corretamente.
Ele enterra o rosto no meu pescoço e me puxa para mais perto, e ficamos
farejando um ao outro
com as inspirações mais profundas possíveis. Sua mão aperta meu osso do
quadril, e de repente ele
lambe meu pescoço, quando sua voz gutural murmura no meu ouvido:
– Não posso deixar que nada aconteça com você, Ana. Não posso. Tenho que
trazê-la de volta.
– Eu sei, Chris, eu sei. – Corro meus dedos pela parte de trás de sua cabeça,
porque ele parece tão
atormentado. – Nós vamos ficar bem, nós três.
– Assim que tem que ser.
– E como você diz, nós temos isso. Nós temos mesmo.
– Claro que sim.
– Você vai estar de volta antes mesmo de termos tempo
de ficar tristes e sentirmos falta um do
outro.
– Isso mesmo. Estarei treinando e você vai descansar.
– Sim.
Quando caímos em silêncio, ficamos perto e nos abraçando por um longo tempo, e
eu quase pude
ouvir os minutos passando, como se fossem pequenas vadias querendo estragar a
minha vida.
Christian me cheira de novo, como se quisesse guardar muito de meu cheiro para
durar esses dois
meses, e quase freneticamente, faço o mesmo, inalando o cheiro dele; fecho os
olhos, sentindo o
músculo do ombro sob meus dedos, tão forte e sólido, enquanto começo a
massageá-lo de leve
novamente.
– Deixei alguns frascos de óleo de arnica em sua mala. Se você tiver qualquer
dor muscular ou
machucado.
– Você ainda está vendo sangue? – ele pergunta em voz baixa, e quando eu aceno
com a cabeça,
ele me traz para o seu colo, onde o abraço e pressiono a testa em sua
mandíbula.
– Toda vez que uma câimbra começa, sinto que ele vai sair de mim.
Ele acaricia a mão nas minhas costas e pressiona os lábios na minha testa.
– Sei que vai ficar péssima por não poder correr. Descanse os pés por mim.
– Eu ficaria muito pior se perdesse nosso bebê – respondo.
Corri a minha vida inteira. Mas agora, estou com medo até de andar, de medo de
que as dores
voltem e eu veja minha calcinha vermelha. Juro que se não puder segurar em mim
o bebê do homem
que eu amo, não sei o que farei, mas não posso – eu me recuso – perder esse
bebê.
– Seus pais sabem que você está vindo? Sua irmã?
– Eu avisei, mas eles não sabem sobre nós ainda. Estou guardando pra falar cara
a cara.
– Só Kate e minhas outras duas melhores amigas estão sabendo. – Ele ergue a
minha cabeça para
poder me olhar.
– Tudo bem. Mas pra quem você vai ligar se as coisas piorarem? Para mim. Quem
você vai
chamar se precisar de alguma coisa? A mim. Eu serei seu tudo. Eu serei seu cara
para fazer sexo por
telefone. A qualquer hora, onde quer que eu esteja. Estou sendo claro, Ana?
– Sinto muito. Minha mente congelou no sexo por telefone...
– Sério? Você precisa que eu lhe esclareça do que se trata?
O diabólico levantar de uma sobrancelha aquece meu corpo como um pequeno vulcão
ativo. A
ideia de sexo por telefone com Christian me faz rir tanto e me sentir
formigando, e acabo
empurrando seu peito de brincadeira:
– Não vou ligar para você pra isso. Sei que vai estar ocupado.
Seus olhos brilham.
– Não muito ocupado pra isso.
– Por que esse brilho no olhar? Você já fez isso antes? Aposto que Kate fez
isso com Sawyer.
Sorrindo, ele passa as mãos na minha nuca e, em seguida, beija suavemente minha
orelha, o nariz,
com a voz um pouco grossa.
– Quero fazer isso com você.
Meu sexo se contrai e os mamilos endurecem, um fluxo de calor se espalha em meu
corpo. Eu amo
as nossas primeiras vezes. A primeira vez que ele me tocou “Iris.” A primeira
vez que ele me
convidou para correr. A primeira vez que me beijou, que fez amor comigo. Nunca
tivemos uma
primeira vez desse tipo antes.
– Eu também, mas não sei se posso. Se eu tocar lá... Com sangue...
Seus lábios pressionam em minha testa, enquanto ele abre os dois primeiros
botões de minha
blusa, a voz dez vezes mais tensa do que antes.
– É só sangue.
O cheiro dele, os feromônios que exala, me lançam num frenesi. Minha barriga se
contrai de
desejo, e de repente minha palpitação é tão feroz que meus seios já sensíveis
parecem presos no
sutiã.
– Christian, nossa, só você poderia me fazer sentir tesão agora, quando estou
tão preocupada.
Suas mãos se espalham na minha bunda, e num repente sinto sua boca em minha
orelha, então ele
está me lambendo delicadamente, e um novo calor se acumula entre as minhas
coxas.
– Eu quero você pra caralho.
Sua voz é uma respiração rouca quando ele desliza a mão sob o cós da minha
calça jeans e
espalma uma de minhas nádegas sob minha calcinha.
Ele fecha as mãos nos meus seios e os aperta juntos enquanto me cheira de lado
a lado, rosnando
contra a minha pele.
– Sempre que você quiser, eu quero – ele me diz, levantando a cabeça e
pressionando sua boca na
minha, suas palavras vibrando contra a minha língua quando tento avidamente
senti-lo. – Apenas me
chame e me diga. Diga-me que você me quer. Que você está com tesão por mim e
cuidarei de você.
Eu vou cuidar da minha mulher, sempre que ela quiser. Tudo o que ela quiser.
– Eu também, me ligue e eu tomarei conta de você.
Esfrego meu polegar pelo queixo quadrado, então diminuímos a distância entre
nossas bocas, e
durante o resto do voo ele me beija, me beija, de forma crua e sôfrega.
* * *
Um motorista em um Lincoln Town Car preto extravagante nos espera no aeroporto;
Christian
avisa aos pilotos que estará de volta em duas horas.
Vamos sentados no banco de trás em silêncio e
tão perto quanto possível. Observo o cenário familiar e ligo meu iPhone.
Percebo que estou fazendo
alguma coisa para me distrair à medida que nos aproximamos do meu apartamento.
Assim como me
carregou ao avião e para o carro, Chris me carrega para dentro do meu
apartamento.
Aperto meus braços ao redor do pescoço dele.
– Fique. Christian, fique. Seja meu prisioneiro masculino. Prometo cuidar de
você o dia todo,
todos os dias.
Ele ri, olhando para mim com aqueles olhos azuis de partir o coração, então
analisa meu
apartamento com curiosidade, e sinto borboletas quando noto o seu interesse
genuíno. Ele quer ver
onde moro. Oh, Deus, eu o amo tanto que dói.
– Vamos fazer um rápido tour, e depois você terá que levar seu lindo
traseiro pra fora daqui –
aviso.
Ele sorri.
– Mostre-me o lar de minha mulher.
Com ele me carregando, estendo a mão e lhe mostro a minha sala colorida.
– Minha sala de estar, decorada pela Kate. Ela é realmente boa. Eclética. E vem
sendo
mencionada em algumas revistas locais também, mas é claro que ela sonha em ser
destaque na
Architectural Digest. No entanto, Pandora, outra amiga minha, diz que
ela tem uma chance melhor na
Playboy. As duas são decoradoras rivais e gostam de se provocar.
Ele pisca para mim, uma piscada que viaja por todo o caminho para formar um
pouco de
formigamento nas minhas entranhas quando aponto para o cômodo ao lado.
– E esta é a minha cozinha. Pequena, mas é só pra mim. E então a porta aqui nos
leva... Ao meu
quarto.
Entramos, ele me coloca ao pé da cama e observa tudo com admiração silenciosa.
Olho em volta e
analiso tudo com os olhos de Chris. É um quarto simples, as paredes pintadas em
cores suaves.
Algumas fotos em preto e branco de atletas penduradas nas paredes – close-ups
de músculos. Há uma
parede com fotos minhas, de Kate, Pandora, José... Alguns outros amigos...
Eu tenho duas tabelas
nutricionais penduradas, falando de carboidratos, proteínas, gorduras
saudáveis. E uma citação
enquadrada que Kate me deu: UM CAMPEÃO é alguém que se levanta quando não
consegue –
Jack Dempsey. Ela comprou para mim quando rompi os ligamentos e estava
deprimida, e tentei ser
essa campeã.
Eu estou olhando para um agora. Todos os dias olho para um.
Ele caminha para a parede de fotos e inspeciona uma foto minha passando a linha
de chegada,
número 6 no peito, e corre o dedo pela fotografia.
– Olhe pra você – diz ele com orgulho macho mal disfarçado, e não percebi que
tinha andado até
ele quando ele se vira e me vê.
Ele me apanha e me coloca de volta na minha cama, desta vez no centro, tirando
algumas mechas
de cabelo do rosto e colocando-as para trás da minha testa.
– Não ande. Por mim – repreende.
– Sim, esqueci. É o hábito. – Deito-me para descansar contra a cabeceira da
cama e o puxo para
mim. – É melhor ir, senão não vou deixá-lo ir embora.
Ele me abraça por um momento, os braços rígidos, sólidos e envoltos
confortavelmente em torno
da minha cintura enquanto abaixa a cabeça e beija, lambe e cheira meu pescoço,
alternando
rapidamente entre os três. Ele nunca me cheirou tanto quanto nas últimas duas
horas. Agora, ele me
fareja lenta e profundamente, em seguida, me lambe de modo tão lento, e eu
sinto as suas atenções, e,
por fim, o seu beijo em meu sexo.
– Quando me disser que está na cama, é isso que eu vou imaginar. Isto o que
você vê – ele ronca
quando levanta a cabeça.
Estou com lágrimas nos olhos, mas não quero piorar as coisas, então concordo
com a cabeça, mas
sei que não há maneira de Chris deixar de notar a expressão em meu rosto.
Seus olhos se fecham nos meus quando ele recua.
– Estarei de volta em breve – ele me diz, colocando meu rosto em sua mão grande
e calejada, e
odeio quando deixo escorrer uma lágrima. Ele sorri para mim, mas o sorriso não
alcança seus olhos.
– Voltarei em breve – repete.
– Eu sei.
Limpo meu rosto, tomo sua mão e coloco um beijo na palma, então prendo meus
dedos nos dele, e
não sei se ele quer meu beijo ou não.
– Estarei esperando por você.
– Merda, venha aqui.
Ele me esmaga em seus braços, e todos os meus esforços para me segurar são
disparados para o
inferno, e as lágrimas escorrem. Começo a gritar.
– Está tudo bem – diz ele, alisando as mãos pelas minhas costas quando uma
série de soluços
dolorosos toma conta de mim.
Está tudo bem, ouço, está tudo bem, pimentinha, mas eu não sinto
que está tudo bem. Como
poderia estar? Ele poderia precisar de mim. Eu preciso dele. Ele poderia ter
uma crise e Taylor
poderia injetar mais merda em seu pescoço. Algo poderia acontecer em uma luta e
ninguém me
contaria nada por causa do bebê. Sinto-me fraca e impotente quando tudo que eu
queria na vida era
ser forte e independente. Mas eu fiquei profunda e irrevogavelmente apaixonada.
E agora sou
governada por este amor, por este homem que soa como um trovão quando fala ao
meu ouvido, e
cheira a sabonete e cheiro de mar, e me segura nos
braços mais fortes do mundo, e quando esses
braços se forem, meu mundo inteiro terá ido com eles.
– Você precisa ir – digo, com uma respiração irregular, e o afasto de mim.
Mas ele coloca a testa e o nariz contra os meus, e respiramos o ar um do outro.
Nós não precisamos dizer nada. Eu te amo crepita entre nós e eu ouço as
palavras como se alguém
as tivesse gritado para mim.
Ele pega a minha mão, beija ferozmente meus dedos, e depois emoldura meu rosto
e enxuga minhas
lágrimas com os polegares.
– Você está bem, pimentinha?
– Vou ficar. Mais do que bem – prometo.
O meu telefone vibra no meu bolso e, trêmula, verifico a mensagem.
– Kate chega em cinco minutos.
Minha voz está rouca. Kate sabe onde guardo a minha chave reserva e vai entrar
em casa a
qualquer momento, e Christian vai sair.
Ele vai sair.
Meus olhos se borram novamente.
– Por favor, vá antes que eu comece a chorar – imploro.
O que é ridículo, porque já estou chorando como um bebê e a sensação é uma
merda. Ele enrola os
dedos ao redor da parte de trás do meu pescoço e fecha seus olhos quando
inclina a cabeça na minha.
– Pense em mim feito uma louca.
– Você sabe que farei isso.
Olhos azuis tormentosos se prendem nos meus, e quando Chris se inclina, sua voz
está rouca.
– Agora me beija.
Eu faço isso, e ele geme baixinho enquanto seus lábios se conectam aos meus.
Pequenos fogos de
artifício explodem em mim, e sinto seu beijo acalmando minha mente e minha alma
e meu coração
também. Ele estende a mão e acaricia as minhas costas suavemente quando nos
beijamos de um modo
lento, profundo, saboreando e memorizando, então sua boca absorve uma lágrima
perdida na minha
bochecha.
– Annie! Cadê o papai gostosão e a futura mamãe?
Ele pragueja em voz baixa, e nos beijamos rapidamente mais uma vez. Ele morde e
suga a língua,
mais forte agora, segurando a parte de trás da minha cabeça em sua mão, o seu
delicioso beijo cru
fazendo meu corpo se sentir sugado e mordido por um leão. Meus seios doem. Meus
mamilos pulsam
dentro do sutiã.
E eu me contorço e pressiono minhas coxas quando ele finalmente se afasta,
nossos olhos se
encontrando rapidamente. Os olhos de Chris estão desesperadamente famintos,
como se estivessem
prestes a rasgar minhas roupas.
– Você é tudo que eu nunca soube que queria. – Chris enfia outra mecha de
cabelo atrás da minha
orelha, seus olhos brilham assim que recua. – E é toda minha, lembre-se.
Ouço os saltos de Kate estalando lá fora e Christian fica de pé, parecendo
maior do que nunca.
Grande, forte, de olhos azuis e lindo.
– Completamente minha – diz ele. – Anastasia Steele.
Um arrepio percorre-me quando ele se afasta, seu olhar me fixando na cama.
Sinto-me como se tivesse sido comida aqui, na cama, apenas pelos olhos dele, e
tento recuperar o
fôlego.
– Estou grávida de seu bebê, se havia alguma dúvida sobre a quem eu pertencia –
respondo.
– Vocês dois são meus – diz ele, apontando diretamente para mim. – Em especial
você.
Engulo de volta a minha emoção, e Chris se vira para sair.
– Ei – chamo. – Você é meu também.
Ele balança a cabeça, em seguida lança seu iPod em minha direção.
– Não sinta tanto a minha falta.
Eu o agarro e seguro contra o peito.
– Não vou.
Era uma bravata, e então sua voz grave soa no corredor, e ouço Kate
tranquilizá-lo e, depois,
vem o som horrível da porta da frente se fechando.
Um silêncio se segue, o tipo de quietude que sinto só quando ele não está por
perto.
E eu enfio meu rosto no travesseiro e choro até não poder mais.
Que capítulo triste😪
ResponderExcluirQue amor mais lindo😍
ResponderExcluirAí gente coração apertadinho por eles se separarem, mas e pro bem do bebê deles 🥺🥺🥺🥺
ResponderExcluirAna precisa repousar
ResponderExcluirDeve está sendo muito duro pra eles
Mas dois meses passa rapidinho