Capítulo 30
SEATTLE
Christian
Toda a equipe, com
exceção de Gail, está no Escalade. Estamos a apenas duas quadras do prédio, e o
meu peito está uma zona de guerra. Meus dedos tamborilam nas minhas coxas
enquanto o nó no meu estômago se aperta ao nos aproximarmos. Ana precisa entrar
na linha, e eu tenho certeza de que quando ela ver o presente que eu trouxe,
não precisarei explicar muita coisa.
Esfrego a minha nuca e, então, passo a mão pela minha calça jeans e agarro a
carta, que
queima a minha mão. Eu a li até os meus olhos ficarem vesgos e arderem de
raiva.
Ela me abraçou como se eu fosse de ouro. Ela disse que nunca me deixaria, e
cada pedacinho do meu corpo acreditou. Quero saber o que eu falei. Quero saber
o que eu fiz.
Quero saber se o que ela escreveu na carta era sério ou se é tudo besteira.
– Ei, lá estão Ana e Kate – diz Taylor do banco de trás.
Minha cabeça vira na direção de duas pessoas correndo na calçada enquanto o
carro segue pela rua e para na frente do apartamento dela. Deus do céu, é ela.
Meu coração acelera, as artérias no meu coração aumentado para alimentar os
meus
músculos. Abro a porta, mas Taylor e Sawyer saem do carro primeiro. Saio para
calçada logo
atrás deles. E ela me vê. E nós dois nos olhamos, nenhum de nós se mexendo.
Meus
olhos estavam tão famintos, que doem quando eu capto sua imagem: rabo de
cavalo,
tênis de corrida, roupa de ginástica, o rosto oval com o qual eu sonho, aqueles
lábios de
marshmallow das minhas fantasias e aqueles olhos azuis brilhando ao me fitarem.
Deus, eu amo você.
Cada pedacinho do meu maldito ser está zunindo ao vê-la. Ela está usando roupa
de
corrida e o suor brilha em sua testa e seu pescoço, o cabelo preso em um rabo
de cavalo,
e ela está congelada no lugar ao me olhar. Não sei se ela vai se jogar em mim
quando
começa a se mover; só sei que se ela fizer isso, estou totalmente pronto para
pegá-la.
Vou pegá-la e nunca mais colocá-la no chão.
Jesus, ela parece tão feliz em me ver, que fico com um nó dentro de mim quando
elas
vêm na nossa direção.
– Senhorita Steele?– Taylor
pergunta enquanto ela e a amiga se aproximam. – Acreditamos
que isto pertence à senhorita, não?
Ele aponta a uma direção depois de mim e, do nosso Escalade, sai Alayna.
Ana olha para mim primeiro, depois pisca.
– Alayna?
– Alayna? – repete sua melhor amiga.
– Só queríamos garantir que ela chegasse em casa em segurança
– afirma Taylor.
– Alayna? – Ana não consegue tirar os olhos da irmã, e meu peito incha ao ver a
desconfiança feliz no rosto da minha pimentinha.
– Sou eu! – Sua irmã corre para lhe dar um abraço e eu nunca senti tanto ciúme
de
uma mulher antes, mas quero os braços de Ana em volta de mim, o cheiro dela nas
minhas narinas, nos meus pulmões, acariciando a minha alma. – Sou eu, irmã! Estou de volta! Fiquei em reabilitação, Taylor me
ajudou. E apaguei a tatuagem. –
Ela aponta para o
lugar onde a tatuagem do Scorpion ficava em seu rosto. – Eu me senti tão pequena quando você olhou para mim naquele dia,
Ana. Senti-me tão pequena e tão... suja.
– Não! Não, nunca! – Ana a abraça de novo, e eu sinto um aperto de ciúme e meus
braços caem pesados com a vontade abraçá-la.
– Alayna! Alayna! Lalayna! Crazyana! – A amiga engraçada e maluca de Ana corre
para Alayna e a abraça, e Ana se vira para nos encarar, meu coração batendo em
antecipação.
Mas ela olha para Taylor, o que só faz o nó no meu peito aumentar.
– Taylor, o que está acontecendo?
– Surpresa. – Ele aponta, contente, para a irmã dela. – Ela foi muito bem, é uma garota muito legal.
Então, ele assente na minha direção, e os olhos azuis de Ana voltam a me fitar,
mas não suporto ficar parado aqui, como se ela não fosse minha e eu não fosse
dela.
Enfio as mãos nos bolsos da minha calça jeans e não consigo parar de olhar para
ela,
para suas curvas, o suor escorrendo pela sua linda pele.
– Na noite em que Chris foi brigar com Scorpion, Scorpion ofereceu a
sua irmã para ele, em troca do campeonato. E Chris concordou – explica Taylor.
Fico observando-a, e seus olhos encontram os meus totalmente confusos, e eu
espero
que ela diga alguma coisa.
– Quer dizer que ele concordou em perder...? Por Alayna?
Meu corpo fica tenso ao ver a descrença ali, a dor. Ela achou que eu fiz isso
porque sou
um maldito bipolar, sei disso.
Ela começa a balançar a cabeça, os olhos fixos nos meus. Vejo a pulsação dela,
seu
rosto mudando de cor, seus olhos escurecendo de dor.
– Você fez isso por… Alayna? – pergunta ela para mim, ofegante.
Ela é tão perfeita, é a minha garota, minha pimentinha, e quando seus olhos se
enchem de lágrimas, eu quero que elas caiam para que eu possa lambê-las.
Taylor pega uma bolsa verde na mala do Escalade e entra com Alayna.
– Deixe-me levar isso para você, Laynie.
Sawyer fica ao meu lado, e as garotas estão olhando para nós. Não. Kate está
olhando
para Sawyer. Mas Ana não tira os olhos de mim. Enfio as mãos mais fundo no
bolso. Eu
poderia agarrá-la. Esmagá-la no meu corpo. Dar-lhe um beijo para puni-la por me
deixar,
e depois um beijo de amor porque eu sou totalmente louco por ela.
Ela passa os braços em volta de si mesma e abaixa a cabeça.
– Por que você não me contou? Que você entregou a luta por... ela?
Ela parece desamparada, e deus, queria que ela se sentisse protegida por mim.
Não
envergonhada pelo que fiz por ela.
– Você quer dizer por você – digo baixinho para ela.
– Eu também não sabia, Ana – informa Sawyer. – Nem o
treinador. Apenas Taylor sabia. Ele é a pessoa que o encontrou naquela noite, e
ajudou a proteger a sua irmã enquanto Christian entregava a vitória.
O olhar dela rapidamente encontra os de Sawyer, depois volta para me
perscrutar. Posso
sentir seu toque. Seu desejo. Está nos seus olhos, tremendo em sua voz. Quero
estender
a mão, tocá-la, vê-la, senti-la mais perto.
– Como você está? Está bem? – ela me pergunta, e a linda preocupação dela impossibilita
qualquer pensamento claro em minha mente. Eu apenas assinto. Eu não estou
bem, pimentinha, nem perto de estar bem.
– O que a derrota significa para você agora? – pergunta ela. Ela quer falar
sobre o
Underground, mas eu não quero. Eu perdi algo muito mais importante naquele dia,
e eu
quero de volta.
– A derrota? Além de termos ficado pobres? – Sawyer responde por mim. Ele ri. – Ele tem alguns milhões que podem ajudá-lo a seguir até o fim do
ano. Faremos o retorno quando começar a nova temporada. Os fãs de Christian
exigem uma desforra.
– Você tem fãs leais, né? – pergunta Ana, aqueles olhos azuis suavemente me
massacrando.
Quero dizer para ela que durante um mês eu não estava ciente do que eu tinha,
só do
que eu não tinha.
– Bem, hora de ir. – Sawyer dá um tapinha nas minhas costas. – Na verdade, Anastasia, nós também estamos aqui porque estamos
procurando uma especialista em reabilitação esportiva para a próxima temporada.
E que já possa começar o treinamento – Sawyer
entrega
a ela um cartão com os detalhes. – Se estiver interessada,
o número do Sr. Grey está na parte de trás. E o endereço do hotel onde vamos
ficar também. Partimos em três dias.
Sawyer entra no carro, Taylor também, mas eu espero para ver a reação dela.
Ela olha para mim, e eu fixo meu olhar nela.
Minha pulsação está acelerada enquanto quero dizer mil coisas, tocar mil
músicas para
ela, e nada sai. De dentro da confusão em mim, do emaranhado de emoções, não
consigo falar uma única palavra. Nem mesmo Por quê? Por que você me deixou? Por
que
você disse que me amava e me deixou?
– Você está bem, Chris– comenta Kate, alegremente.
Abro um pequeno sorriso porque gosto da forma como ela faz Ana rir. Gosto de
Kate porque ela me deu o número de telefone que começou tudo isso.
Ela se afasta e Ana continua me olhando, e eu nem sei por onde por começar. Em
toda a minha vida, ninguém nunca me disse o que ela disse naquela carta. Estou
acostumado a ser deixado. Estou condicionado a esperar por isso. Mas quando ela
disse
que nunca se cansaria de mim, eu acreditei nela. Quando ela tocou a música que
dizia
que me amava, eu acreditei nela. E eu preciso que ela volte para mim com as
mesmas
duas pernas esbeltas que ela usou para me deixar.
– Você sabe onde me encontrar – murmuro, então entro no carro com os rapazes e
vamos embora.
Agarro a carta e aperto e, por um momento, fico furioso de novo. Comigo mesmo.
Com
ela. Com meu maldito corpo. E poderia voltar e carregá-la para o apartamento
dela,
foder loucamente e fazer com que se lembre por quem ela grita, quem é o homem
dela,
perfeito ou não.
Mas o meu orgulho está tão abatido, que me sinto como o garoto estúpido que foi
deixado em um instituto mental, que ficava esperando alguém ir tirá-lo de lá.
Ele quer ela de volta mas quer que ela vá por conta própria do mesmo jeito que ela foi embora
ResponderExcluirO que ele fez pela irmã dela foi uma total declaração de amor
ResponderExcluirE ainda pegou uma clínica de reabilitação pra alayna se tratar
Ele é tão intenso😍🔥
ResponderExcluirTá certo de esperar ela ir atrás, foi ela que foi embora 🤷🏻♀️
ResponderExcluirCris tá certo de esperar que ela vá atrás foi ela que foi embora 🤷🏻♀️
ResponderExcluirela vai ter que correr atras dele agora...ele é tão..tão intenso
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