Capítulo 20
UMA
VISITANTE
Ana
No Aeroporto Internacional de O’Hare,
em Chicago, Taylor e eu estamos no meio do tumulto de pessoas na área de bagagem
enquanto esperamos pelo voo de Kate.
– Taylor, há algo que eu tenho pensado em falar com você – digo, enquanto
mantenho os olhos nas telas das chegadas dos voos. Ele parece meu guarda-costas
naquele terno preto do MIB, seguindo-me mesmo quando vou esticar as pernas.
Eu sei que Chris ordenou que ele não tirasse os olhos de mim, e se Kate
estivesse aqui, sei também que ela estaria ansiosa para irmos “fazer xixi”, só
para ver o que o pobre homem faria – como naquele incidente dos hambúrgueres.
Mas Taylor é um cara tão bom, eu nem sonharia em colocá-lo em apuros com Chris.
Exceto, talvez... sob pressão.
O que significa que, possivelmente, isso se daria agora.
– Então, Taylor, você se lembra da noite em que Christian abandonou o ringue
porque eu estava seguindo alguém? Claro que você se lembra.
O desgosto evidente em sua expressão me faz rir.
E quando percebemos que o nosso espaço é tomado por um grupo de estudantes
universitários, acabamos de pé ao lado das esteiras.
– Aquela garota era minha irmã, Taylor. Ela é minha irmã mais nova, e eu acho
que se envolveu com as pessoas erradas, e acho mesmo que preciso ajudá-la. Não.
Acho não. Eu sei – enfatizo. – Oh, me dá um?
Taylor acaba de tirar um chiclete Trident para si mesmo, e me oferece um.
– Christian já está cuidando disso, então não se preocupe.
– O quê? – Ele apaga completamente os meus pensamentos com essa afirmação. Com
uma expressão confusa, olho para baixo, para o chiclete, depois dobro uma folha
de prata e coloco o chiclete na boca, o suco estourando na primeira mordida,
tenho até que mastigar várias vezes antes de falar. – O que quer dizer com
isso? A última coisa que quero é ele envolvido com esse tal do Scorpion.
Taylor faz uma careta como se o chiclete na boca tivesse um gosto amargo.
– Eu idem. Mas ele já fez contato para sua irmã ser devolvida a você. Não vai
ser fácil. Aparentemente, sua irmã não quer, mesmo quando Chris ofereceu um
monte de dinheiro.
Meu estômago estremece. Tudo bem, hora da verdade. Acho que é extremamente
generoso da parte de Christian estar fazendo isso por mim, mas eu não posso
permitir, ainda mais agora que sei a verdade e, com certeza, não quero acionar
nenhum de seus gatilhos. Talvez Scorpion seja um desses gatilhos, quem sabe?
– Por favor, Taylor, quero que Chris esqueça isso. Não quero vê-lo em apuros.
Em uma das esteiras, um menino corre em volta, tropeçando nas malas, enquanto o
pai atrapalhado tenta pegar a criança. Ambos assistimos à cena, que nos
diverte.
– Não se preocupe, Ana. Nós cuidaremos de Chris. E Sawyer é quem está
conversando com os capangas do inseto. Não há nenhuma possibilidade de eu
deixar Chris entrar em contato com Scorpion por conta própria. Há muitas coisas
entre eles. Ele estava inflexível quanto a ir sozinho, mas eu o lembrei de que
se fosse expulso da liga, então não seria mais capaz de contratar você. Ele
resmungou em protesto, mas, no fim, acalmou-se e concordou em enviar Sawyer.
Meu sorriso dói no rosto. Acho incrivelmente divertido que Taylor tenha me
usado para dobrar o Christian.
– Existe alguma razão pra eles serem tão amigáveis, o cordeirinho Scorpy e Christian?
– pergunto a Taylor.
– Scorpy – ele sarcasticamente responde, com um sorriso divertido – é o idiota
que certamente foi contratado pra fazer Chris ser expulso do profissional. Chris
detesta esse porco e não consegue esperar pra esfregar o chão com a cara dele.
– Então foi ele? Oh, eu tenho ódio daquele idiota desde que tive a infelicidade
de encontrá-lo no clube – explodo, e em seguida, viro um olhar para Taylor. –
Bem, então agora você deve concordar comigo que é melhor se deixarmos Chris totalmente
fora dessa bagunça, certo? Não quero que ele seja tentado a ir falar com
Scorpion e certamente não quero que ele pague pela minha irmã. Ela é uma mulher
livre! Ela deve sair sozinha. Taylor, eu tenho certeza de que se eu pudesse falar
com a minha irmã, eu poderia ser capaz de argumentar.
O menino tropeça e cai na pequena mochila preta de alguém. Sua risada para e
seu choro irrompe até que o pai finalmente vem levá-lo de volta para onde a mãe
espera com as malas.
– Suponha que eu dissesse que iria ajudá-la – diz Taylor, seus olhos claros
pensativos virando-se para mim: – O que eu precisaria fazer?
– Nada, na verdade. – Dando de ombros, vou jogar meu chiclete na lixeira mais
próxima e sorrio comigo mesma quando Taylor imediatamente vem junto.
– Exceto evitar que Chris saiba que fui falar com ela? – Levantando uma sobrancelha,
examino a reação dele. Nunca fui trapaceira, mas não posso deixar Chris entrar
nessa, vai contra todos os meus instintos protetores em relação a ele. – Você
entende que isso é algo que eu tenho que fazer, não é, Taylor? Pelo que vi, Alayna
precisa de um sério choque de realidade, e eu preciso enfiar algum bom senso
nela.
– Eu entendo – ele concorda com um leve aceno de cabeça, quando nos apoiamos
contra um pilar. – Eu só não gosto do que vai acontecer quando Chris descobrir.
– Ele não vai. Kate vai me ajudar a mandar uma mensagem pra minha irmã na
próxima luta. Vou preparar um encontro com ela em um restaurante próximo, e
você só vai ter que me cobrir durante esse tempo.
– Ana, ele vai arrancar a minha cabeça se algo der errado, e eu sou um pouco
apegado a ela, você entende.
– Nada vai dar errado. Tenho tido aulas de autodefesa o suficiente para lidar
com isso. O único cara que não fui capaz de derrubar foi Chris.
Taylor começa a rir.
– Sei lá, acho que você o nocauteou...
– Você é engraçado, Taylor. – Estou sorrindo agora, o que torna o meu olhar de
cachorrinho perdido pouco eficaz. – Vamos lá. Me ajuda? Por favor?
A expressão pensativa cruza o rosto dele, e ele bate no queixo duas vezes antes
de responder.
– Só se Sawyer for com você e sua amiga quando forem ao encontro.
– Obrigada, Taylor. – Cedendo ao impulso, dou um aperto rápido na mão dele e
percebo que fiquei ligada a todos na equipe. Estou temendo o dia em que meu
período de três meses terminar. Eu quero ficar ou quero ir?
Quero ficar. Não há dúvida sobre isso. Mas pelo menos tenho que escoltar Alayna
em segurança para casa, se eu tiver a sorte de convencê-la, e então, depois,
decido o que vou fazer, dependendo de como as coisas com Christian estiverem. A
ideia de partir me perturba, mesmo que seja apenas temporária.
– Você tem algum irmão, Taylor?
– Chris.
Meus olhos se arregalam e não posso acreditar que esse carinha vai me
surpreender mais uma vez.
– Ele é seu irmão de verdade?
– Não irmão de sangue, nós nem somos parecidos! Eu sou como um livro e Chris é
um touro! Eu não tenho irmãos de sangue... Meu irmão de alma é Chris.
Estou pensando em quão doce Taylor é ao pensar em Chris como um irmão de alma,
e se Chris for a minha alma gêmea, então Taylor é meu cunhado de alma... Então
aqui estou eu pensando coisas estúpidas, quando lá vem a minha melhor amiga no
mundo, felizmente, para me salvar dos meus pensamentos.
Aqui está ela. Direto de um filme tipo Legalmente loira. Minha doce Kate,
transportando uma mala rosa chamativa atrás dela e com seu cabelo loiro solto e
um par de óculos de sol no alto da cabeça. Ela não é nem perua e nem loura burra,
mas com certeza gosta de se vestir como uma delas. Como uma designer de
interiores eclética, ela traz o toque excêntrico para sua pessoa também. Na
medida em que lhe diz respeito, tudo vai bem. E hoje ela se parece com um arco-íris,
iluminando o meu mundo.
– Kate! – Pulando para frente, envolvo meus braços em torno dela e deixo-a me
abraçar com sua fragrância Balenciaga.
– Parece que você acabou de fazer um peeling, você está absolutamente radiante,
sua vaquinha! – diz ela, me empurrando para uma inspeção melhor. – E usando um
vestido em vez de roupa de ginástica, quem diria... – Ela parece completamente
impressionada, e logo em seguida seus instintos femininos se focam em Taylor, e
sua voz vai para o tom ‘oigatinho’. – Bem, olá.
– Olá novamente, senhorita Katherine – diz Taylor.
– Oh, Taylor, pode chamá-la de Kate; Kate, chame-o de Taylor. Vamos lá, vamos
levá-la ao carro – digo.
– Trouxe um presentinho pra você – diz Kate, uma vez que estamos na parte de
trás do Escalade, e ela apresenta um enorme pacote de preservativos –
extragrandes e com nervuras para seu prazer – de sua bolsa de viagem. – Caso você
queira esperar um pouco mais por aqueles bebês do Chris, sim? – Ela provoca,
acenando com a fileira abundante no ar.
– Não preciso desses, menina, você pode colocá-los de volta em sua mochila. Eu
tenho uma cápsula no meu braço que solta hormônio, lembra?
– Oh! Então você pode realmente sentir tudo durante...
– Tudo – respondo, e meu corpo se aperta lembrando-se de cada polegada. De Christian
Grey dentro de mim.
– Ana, você tem um olhar de tesão em seu rosto. Conte-me tudo sobre você e
aquele deus do sexo! – Kate exige.
Meus olhos se arregalam, e então, a risada é tão forte que minha cabeça cai
para trás e eu agarro meu estômago.
– Você não me chamou de tesão?!
Kate sorri e varia seu tom.
– Tesão. Tesudo. Tesuuuda. Você não pode sequer dizer o nome dele sem ficar com
tesããooo. Droga, eu posso até sentir o seu tesão nos seus textos. Especialmente
naquele bêbada, sua bebum.
Tardiamente, percebo que estamos tão animadas, tendo uma conversa tão pessoal
no banco de trás, enquanto Taylor dirige, e de repente começo a sentir um rubor
quente subindo pelas minhas bochechas. Agarrando a mão de Kate, estremeço meus
olhos na direção de Taylor, e ela percebe que não podemos continuar a dizer
“tesão” com ele por aí, pelo amor de deus. Não que eu não confie nele, mas ele
é um cara. Isso é pessoal, caramba.
– Ahhh – diz Kate, e balança a cabeça, então ela grita e me abraça de novo, e
deixo que ela me dê um pouco de amor, e passo a dar um pouco de volta, porque
estava com saudades de minha pequena e borbulhante Kate.
Assim, ela acaba falando com Taylor sobre o clima em Chicago, que é ensolarado
e venta muito, mas terrivelmente frio à noite, e depois eu a levo para almoçar.
Depois de algumas enormes saladas e panini, eu a levo para a suíte presidencial
com dois quartos que Christian reservou para ele e para mim. Ninguém usa o
quarto extra, e embora Kate tenha um quarto separado, decido convidá-la a este
quarto vazio por um tempo, para que possamos conversar sem que ninguém nos
ouça.
Falamos por horas, com os pés descalços, cada uma em uma cama queen size,
trocando novidades.
Ela me diz que José está namorando e que Pandora voltou a fumar desde que a
bateria de seu e-cigarro acabou e o envio do Fedex com a substituta atrasou
devido ao mau tempo. Obviamente, aquele não tinha sido o melhor dia para Pandora.
E, em seguida, Kate quer saber tudo sobre mim, por isso conto sobre ele. As
músicas que compartilhamos, o dia em que acertei os capangas de Scorpion com as
garrafas. E também conto sobre Alayna.
– Ela sempre foi inocente demais nas coisas relacionadas com ela mesma, mas o
que você acha que ela estava fazendo enviando esses falsos cartões postais? –
pergunta Kate em perplexidade completa.
– Não sei, e simplesmente não consigo superar o fato de que ela fugiu de mim
quando tentei vê-la.
Nós pensamos sobre isso um pouco, franzindo a testa em concentração, e ela
suspira.
– Honestamente, Alayna sempre foi um pouco avoada... Talvez ela só precise de
um redirecionamento?
– Talvez.
– Agora, pare de ficar pensando nisso e me conte sobre seu romance que a faz
babar tanto.
Rolando sobre o estômago, balanço as pernas atrás de mim quando um suspiro
sonhador sobe à garganta. Chris está se exercitando e acho que ele planejava
correr hoje, e eu sinto falta de correr com ele. Sinto falta de alongá-lo, observá-lo.
Mas é tão bom falar disso e tenho tanta coisa para contar que tenho problemas
para verbalizar:
– É muito louco, Kate– estou sussurrando em reverência, mesmo que não haja
ninguém por perto para ouvir. Mas confessar isso é tão monumental para mim, que
nem consigo falar mais alto. – Nunca me senti assim. Toda vez que ele me toca
sinto milhares de coisas boas dentro de mim. Melhor do que endorfinas. Acho que
é a oxitocina, você sabe o quão poderoso eles dizem que é? O hormônio do
abraço? Mas eu nunca tinha sentido isso antes.
– Você o ama, estúpida!
Estremeço com isso; em seguida, aceno com a cabeça vigorosamente.
– Eu só não quero dizê-lo em voz alta – admito, meu coração já dando voltas e
reviravoltas esperançosas com o pensamento de ser amada de volta por ele.
– Por que...
– Porque ele pode não sentir o mesmo! – O simples pensamento me deixa com o
coração partido.
Como as emoções funcionam com Christian? Você pode amar e deixar de amar alguém
com suas diferentes mudanças de humor?
Dói pensar sobre isso.
A porta da frente fecha na sala de estar, e passos soam no tapete antes de ele
aparecer na porta. Meu coração acelera com a visão. Ele veste uma camiseta
preta úmida onde se lê “Chicago Bulls” em letras vermelhas, e hoje o moletom,
pendurado de modo baixo em seus quadris estreitos, é vermelho. Ele parece tão
quente, tão fazível, e tão viril e confortável em suas roupas, que meus seios
parecem inchar dentro do meu sutiã.
– Oi, Katherine – diz quando a vê.
– Meudeuso... – Os olhos dela estão redondos como pizzas, enquanto ela se
ajeita na cama, obviamente
impressionada com aquelas deliciosas covinhas e o cabelo castanho bagunçado e
os ostentadores olhos azuis. A mão dela voa até a boca. – Oh, meudeuso. Eu sou
uma grande fã sua...
Ele não responde de volta porque sua cabeça girou na minha direção, e agora ele
olha diretamente para mim, e não posso evitar ser afetada pela maneira como ele
me olha. Todo o meu corpo responde e me sinto imediatamente apertada por
dentro, úmida e dolorida.
– Oi – ele usa um tom completamente diferente para mim, e quando respondo,
minha voz também é diferente.
Rouca.
– Oi.
Estou inquieta por dentro.
Ele faz isso comigo.
Ele me perturba de alguma forma. Em todos os sentidos.
Desde seus olhos azuis elétricos, até os braços musculosos, suas covinhas e a
maneira como ele olha para mim agora, estudando-me de cima para baixo, como se
não soubesse qual parte do meu corpo quer lamber e morder primeiro, quando ele
tirar o meu vestido...
– Você já jantou? – pergunta-me com aquela voz áspera.
Concordo com a cabeça.
Ele balança a cabeça em resposta. Então, pergunta com a voz ainda nesse tom que
parece sensual, profundo e só para mim:
– Mais tarde você vem pra cama?
Concordo com a cabeça.
E ele assente, com os olhos brilhando de emoção, então acena com a mão para Kate.
– Tchau, Katherine.
– Tchau, Christian.
Ele fecha a porta atrás de si, e ainda não consigo respirar.
– Ana, esse cara está apaixonado. Mesmo eu senti as borboletas que ele sente
por você, e eram tão grandes como se fossem morcegos na minha barriga.
Os morcegos que ela menciona estão no meu estômago também, voando para o meu
peito, e juro que nada pode acalmá-los.
– Poderia ser qualquer coisa – respondo, enquanto dentro de mim fico torcendo
como louca para ser verdade. – Pode ser o tesão. Obsessão?
– É amor, sua tola. Por que mais ele iria me trazer aqui, a não ser para deixar
você feliz? Sua anta! Vai contar a ele?
Meu estômago se enrola com o simples pensamento.
– Ainda não posso.
– Bem, antes você costumava ser a primeira, senhorita competidora olímpica –
relembra Kate.
– Isso é diferente. Eu nem sei se ele pode dizer a mesma coisa para mim.
Volto a pensar no que aprendi sobre seus episódios bipolares, e tudo o que
posso pensar é se em suas diferentes expressões gênicas ele poderia se sentir
diferente em relação a mim. Se eu lhe disser que o amo, ele iria me empurrar para
longe, quando tudo que eu quero é estar mais perto dele?
– Ana, ele está tanto na sua que é claro que vai dizer a mesma coisa! – Os animados
olhos verdes de Kate brilham.
Esperança e medo lutam no meu peito, e ainda acho que não tenho a coragem de
arriscar o que temos.
– Não tenho certeza de que ele esteja... Equipado para me amar assim. Ele é
diferente, Kate.
Gostaria de poder dizer a verdade a Kate, mas vou guardar o segredo dele, mesmo
que isso me mate. Lembro-me da canção “Iris” tão claramente agora, e as
palavras de querer ser conhecido. Ele quer que eu o conheça. Não Kate. E, definitivamente,
não o mundo. Então não vou elaborar mais.
– Ana. Ele é Christian Grey, é claro que é diferente. Conte a ele, Annie!
Diga-me, o que você tem a perder? – Ela provoca.
Meu estômago se aperta em nervosismo.
– Chris. Ele poderia me afastar. Ele poderia... perder o interesse e ir atrás
de outra coisa. Eu não sei! Tudo o que sei é que ele é muito importante e não
quero estragar isso.
Eu não me recuperei totalmente da última vez que rompi alguma coisa – tem sido
a pior experiência da minha vida –, e foi apenas o meu joelho. O pensamento de
ter meu coração partido me faz enterrar o rosto nas mãos com um gemido.
Pelo menos se eu mantiver o meu amor em segredo, eu e ele ainda podemos ter
este maravilhoso relacionamento, estranho, emocionante, em que eu o amo em
silêncio e finjo que ele está me amando em silêncio também.
– Quero esperar que ele me fale em primeiro lugar – digo suplicante.
Ela parece imediatamente enojada.
– Argh, que bunda–mole! – Ela se levanta e vem dar um tapinha em uma das minhas
bochechas, depois na outra, e depois me dá um beijo na testa. – Tudo bem, então
enquanto você vai transar com seu príncipe encantado e começar seu tempo de
felizes para sempre, vou usar meus preservativos. Ou, poderia ir caçar Taylor e
Sawyer e ver se um deles pode me levar a algum lugar. Vejo você amanhã?
Detalhes, detalhes.
Eu a esmago antes de tocá-la do meu
quarto com um tapa na bunda, e fitas sedosas de emoção desfraldam dentro de mim
enquanto ando descalça pelo quarto. A água do chuveiro provoca um raio de
excitação em mim com a ideia de tomar banho com ele.
Todo o meu ser se enche de querer quando fecho a porta do banheiro em silêncio,
atrás de mim, enquanto Chris lava sua cabeça dentro do boxe de vidro. Arrepios
de antecipação reviram o interior do meu estômago enquanto fico nua.
Nunca fui indiscreta com um homem, mas este é o meu homem. Meu primeiro e único
homem. E ele é sexy e está nu e eu sinto uma falta louca dele.
Abro a porta de vidro e entro, com sua pele lisa e bonita e grandes músculos
rígidos, pressionando meus seios nus em suas costas quando passo meus braços em
volta de sua cintura. Ele geme e puxa meus braços apertados em torno dele, e as
palavras eu te amo estão dentro de mim. Nunca amei ninguém na minha vida e
nunca imaginei que pudesse ser assim.
É o mais incrível, revigorante e assustador sentimento que já tive na minha
vida. Tão viciante como endorfinas e muito mais. Lambo sua espinha até a nuca,
deslizando minhas mãos para baixo para tocar seu pênis ereto. Ele já está totalmente
ereto, e todos os meus sentidos estão em sintonia com ele. O contato de nossos
corpos, meus seios em suas costas, a sensação do seu comprimento latejante
pulsando sob meus dedos.
Tenho um choque de pensar que é para mim. Apenas meu.
Com a água batendo no corpo, ouço seu gemido.
– Hmm. Toque-me, Ana – ele murmura, agarrando ambos os punhos bem apertados e
me orientando para seu pênis.
Um estremecimento quente avança ao longo do meu corpo. Estou completamente
erotizada pelos seus enormes punhos guiando minhas mãos sobre sua longa ereção.
Com um calor entre as pernas, lambo as gotas de água de suas costas. Como um
gato, esfrego meus seios doloridos nos seus músculos duros das costas e rodo a
minha língua por sua coluna.
– Fico com tesão quando você diz meu nome.
Ele se vira e toma o meu cabelo na mão e puxa minha cabeça para trás para que
os nossos olhos se encontrem. Ele olha para mim, seu olhar positivamente
selvagem, e meu sexo se aperta em expectativa quando ele fala.
– Anastasia Steele.
Tremo, e inclino meu corpo molhado no dele.
– Com toda a certeza, sinto tesão...
– Vamos cuidar disso – seu sorriso é lento e selvagem –, Anastasia Steele.
Eu rio, mas ele não, e quando os lábios se depositam sobre os meus, não é para
me dar uma lenta amostragem de um beijo, mas é um incêndio, um beijo que apaga
qualquer pensamento coerente da minha mente. Ele toma os pulsos e, lentamente,
prende minhas mãos em minhas costas, e um raio de excitação passa por mim.
Ele me faz em pedaços com essa contenção inesperada que me permite saber que
ele pretende fazer o que quiser de mim, e gosto disso. Gemo debilmente quando
os dentes raspam meu pescoço, e estou impotente quando ele puxa minha carne de
um modo tão firme que acho que vai me dar o meu primeiro chupão.
Meus dois pulsos ainda estão presos por sua mão, e ele se afasta ofegante, seus
penetrantes olhos azuis
permanecem em meus seios nus. A necessidade selvagem em seu rosto faz com que
minha respiração saia de forma desigual pelos lábios. O desejo arqueia minhas
costas, e ele se inclina, a boca cobrindo o peito para me chupar tão ferozmente
como nunca. Ele acaricia a outra ponta com a mão livre, a palma da mão lisa e
urgente, e eu adoro a forma como a sua pele bronzeada escura contrasta com a
pele clara dos meus seios. Com habilidade ele aperta a carne e suga o bico
endurecido com o calor de sua boca, sua outra mão firme em torno de meus
pulsos.
Meu corpo treme contra o dele, minha vagina, apertando com a vontade, agora
fica em brasa. O vapor cobre nossos corpos e fico desesperada, de uma hora para
outra precisando dele agora, rápido, com urgência.
– Me come... – imploro, me apertando contra ele.
Seus olhos brilham quando ele aperta um mamilo e depois o outro.
– Esse é o plano.
Ele me levanta facilmente pela cintura e em vez de me abaixar para seu pau,
traz os meus seios à boca. Ele suga um, depois o outro, os músculos do seu
braço flexionados enquanto ele me mantém no ar, chupando os meus mamilos. As sensações
me atingem como um raio. Cada chupada voa até meus dedos do pé. E quando não
consigo parar de implorar e fazer caretas de incompreensível prazer, ele me
desce sobre sua ereção com tanta força que, no instante em que me penetra,
estou tão acesa que um grito escapa.
– Muito duro? – a voz rouca de desejo e preocupação, ele me puxa de volta
enquanto me espera falar.
Ofegante, nego com a cabeça e agarro seus ombros.
– Eu quero você – sussurro. – Por favor, me deixe ter você.
Seu rosto aperta de tesão.
Ele me desce de modo mais lento desta
vez, mas ainda é maciçamente grande e se arrasta grosso sobre cada centímetro
da minha gruta. Um leve gemido rasga minha garganta enquanto me penduro nos
ombros rígidos e, quando ele começa a se mover, me fodendo para valer, corro
minha língua pelo maxilar com a barba por fazer, e chupo a orelha, ofegando e
gemendo enquanto monto naquele homem o mais depressa que posso. Tão depressa
quanto ele me come.
Arrepios de eletricidade descem pela coluna quando ele desliza sua língua na
minha orelha, me fodendo com cuidado.
– Eu amo – rosna, a maneira inesperadamente sexy que ele pronuncia as palavras
me lançam um hálito de orgasmo – como você se encaixa bem...
– Eu amo também – digo, parte gemido, parte suspiro.
Ele puxa minha orelha com os dentes, resfolegando os músculos do peito quando
me segura nos braços e fala no meu ouvido, enquanto continua empurrando.
– Você é tão apertada. Tão molhadinha. É tão bom. Cheira tão bem. Eu sabia que
você seria minha no instante em que a vi. Não é? Você não é toda minha?
– Sim – suspiro, miando porque amo cada palavra, tremendo em todas e em cada
uma que ele profere, deixando que me transformem em algo selvagem e livre, até
que estou sussurrando:
– Me dê mais, quero tudo, Chris, mais duro, mais forte, depressa.
E explodo em seus braços, os espasmos em minha vagina apertando ritmicamente em
torno de seu pênis,
ordenhando quando ele derrama.
Quando caio nele, esgotada, Chris agarra a parte de trás da minha cabeça em sua
mão aberta e me segura tão firmemente enterrada contra seu pescoço que nem
sequer tento colocar meus pés no chão. Ele fecha o chuveiro e me leva para
fora, esfregando uma toalha em cima de mim antes de passá-la rapidamente sobre
si mesmo, e eu fico toda pegajosa porque ele é tão forte e tão sexy. Ele nem
chega a me colocar no chão antes de atravessar todo o quarto, colocando-me nua
na cama.
Esta é apenas a nossa sétima noite juntos, mas já estou esperando ansiosamente
a nossa forma de nos aconchegar na cama.
Hoje ele me enfia dentro, me cobre e, quando percebo, estou mole e lânguida, e
ele me ajusta para dormir de conchinha. Suspiro de contentamento à medida que a
gente se acalma.
Chris cheira a parte de trás da minha orelha. Então, sinto sua mão em meu
cabelo, me acariciando suavemente. Sua língua vem na sequência, batendo devagar
no lugar do meu pescoço em que me mordeu no chuveiro. Ele arrasta a língua ao
longo da curva de meus ombros, pela minha orelha, despertando cada centímetro
da minha pele.
Sinto que ele é um leão preguiçoso, me banhando com a língua, lambendo e me
acariciando.
Ele tem feito isso outras noites também. A imprevisibilidade de suas carícias
me deixa louca com desejo e amor, e estou ficando viciada neste momento após o
orgasmo, onde estarei relaxada e ele ainda vai ter a energia para me posicionar
de uma maneira que pode ficar de conchinha ou me segurar, e fazer todas as suas
coisas viris e com jeito de TOC em mim.
Às vezes, ele lava o sêmen da minha pele, mas outras vezes ele me dá uma série
de beijos quando vai entre as minhas coxas e empurra sua porra com os dedos
para trás em minha vagina, como se querendo que ela fique sempre lá.
Às vezes ele me pergunta, com olhos azuis e arrogantes naquele murmúrio sexy
que usa depois de fazer amor:
– Você gosta quando mancho sua pele com ele?
Deus, eu adoro a forma como ele chama seu sêmen de “ele”.
Eu amo tudo o que esse cara faz!
Dormir com ele ainda é uma novidade para mim. Nunca dormi com ninguém antes.
Toda vez que chegamos a uma nova cidade, fico pensando com qual lado da cama
ele vai querer ficar, mas Christian parece sempre ir para o mais próximo da
porta, e eu gosto do mais distante, já que está sempre mais perto do banheiro.
Só que agora que penso nessas coisas, mesmo na primeira noite em que dormimos
juntos, vejo que isso pareceu acontecer automaticamente.
Ele se deita no lado da cama onde possa colocar o seu braço direito em volta de
mim, e eu possa rolar para o meu lado direito e me aconchegar em cima dele como
uma minhoca aquecida.
Nas primeiras noites em que dormimos juntos, eu ainda usava a camiseta preta
dele, mas nem me preocupo mais em vesti-la porque ele sempre acaba tirando-a de
mim. Ele dorme pelado e não aguento olhar para ele sem ficar com vontade de
pular naquele corpo. Chris é feito para fazer propaganda de tudo o que é viril,
muscular e sexy. Acho que é daí que muitos de seus milhões vieram. Fazendo
publicidade de luvas de boxe, cordas para exercitar, uma bebida energética e uma
marca de cuecas boxer justas.
Ele fica positivamente delicioso nelas.
Hoje à noite nós estamos nus e gostosamente emaranhados, e meu leão de olhos
azuis agora parece satisfeito de ter me acariciado por um longo tempo. Me sinto
acariciada até os ossos.
Ele me prendeu a seu lado enquanto sua cabeça repousa sobre a cabeceira da
cama, e noto uma de suas pernas longas e grossas se movendo inquieta
sob os lençóis. Ele não parece nem um pouco cansado.
– Você está ficando... acelerado? – pergunto meio grogue, virando-me em seus
braços, odiando por estar também eu, agora, usando o termo.
– Eu só estou pensando. – Sorrindo para me confortar, ele planta um beijo suave
nos meus lábios. – Mas se eu me descontrolar com você... – Enfia a mão no
estojo portátil, que está na mesa de cabeceira, e recupera uma seringa com um
líquido claro. Ele me entrega com a tampa fechada.
Estremecendo, afasto isso como se ele fosse usá-la na minha bunda.
– Não, Chris, não me peça isso.
– É apenas pra me certificar de que não irei te machucar.
– Você nunca me machucaria.
Chris geme e passa a mão livre por seu cabelo úmido, mostrando frustração.
– Posso sim, posso muito bem ficar louco com você.
– Não vai, não.
– Você não sabe como me faz sentir! Eu... – ele fecha a boca, e um músculo
salta sem parar em seu queixo, enquanto ele o aperta. – Eu fico com ciúmes, Ana,
quando estou normal – diz ele, com uma expressão sombria. – Mas não quero nem
saber o que posso fazer quando estiver... No meu lado negro! Eu fico com ciúmes
de Taylor, de Sawyer, de sua amiga, de alguém que começa a passar mais tempo
com você. Estou até com ciúmes de mim.
– Como assim?
– Eu tenho ciúmes de estar com você e não me lembrar do que eu fiz pra você. Do
que me disse.
Minhas entranhas se enchem com ternura.
– Eu vou te dizer, Chris.
Esticando o braço para virar sua cabeça sexy para mim, beijo seu queixo.
Ele ainda está inquieto.
– Venha aqui, Chris.
Pego a seringa e a coloco cuidadosamente sobre a mesa de cabeceira do seu lado,
puxo a cabeça no meu peito e beijo sua testa enquanto começo a massagear a
parte de trás do seu pescoço com dedos ágeis, fortes. Ele geme e estatela o
rosto em meus seios, relaxado instantaneamente.
– Obrigada por trazê-la – sussurro em seu cabelo.
– Eu posso trazer seus pais. Você quer? – ele parece sóbrio quando pergunta,
acariciando meu mamilo enrugado.
– Não. – Solto uma risada.
Ele é tão protetor e tão inesperadamente prestativo que só quero rastejar em
seu corpo grande e me enrolar em uma bola e viver dentro de seu grande coração
gentil, porque esse é o único lugar onde estou interessada em viver.
– Sua irmã. – Ele parece encantado com o meu mamilo, olhando para ele,
esfregando o polegar enquanto continuo trabalhando em sua nuca. – Vou trazê-la
de volta para você, Ana.
Meu estômago gira. Definitivamente, definitivamente eu quero que ele esqueça
até mesmo que eu mencionei Alayna.
– Não, Chris, acho que ela vai ficar bem e que devemos deixá-la sozinha, por
favor. Apenas lute por mim e você. Tudo bem?
Ele fica em meus braços mais um pouco, mas quando as minhas mãos começam a
cansar e estou cochilando, ele se levanta.
– Vem dormir comigo – choramingo. – Não se levante.
Ele volta com seu iPad e eu me aconchego ao seu lado como se magnetizada. Ele
usa o meu quadril para sustentá-lo e desliga a lâmpada para mim.
– Você vai cansar os olhos – reclamo.
– Shhh, mãe... Só diminuí o brilho.
Ele me lambe, e eu o lambo de volta, e nós rimos juntos.
– Taylor contou que seus pais foram procurar por você? – pergunto.
– Contou, eu mandei algum dinheiro. Isso é o que eles querem.
Minhas sobrancelhas descem.
– Eles disseram que queriam vê-lo.
– Isso é o que eles dizem. Eles nunca quiseram me ver até que meu rosto se
tornou público.
– Isso é uma vergonha pra eles. – Sinto-me instantaneamente protetora e não
quero que ele se sinta mal, então, com carinho seguro o seu queixo. – É um
rosto tão bonito.
Ele ri, as vibrações suaves me atingem.
Deleitando-se em sua proximidade, seu calor, o cheiro do seu corpo, eu me viro
em seu braço e enterro meu rosto em seu pescoço para que a luz não me incomode,
e quando estou cochilando, ouço o som de trituração e uma gota de líquido
respinga na minha bochecha.
Franzo a testa.
– Chris.
– Desculpe. – Ele beija o local onde a gota caiu e lambe, e eu gemo no desejo
espontâneo.
Ele belisca minha boca e os lábios estão com sabor de maçã. Eu adoro isso, e de
repente estou bem acordada, sentindo uma fome que não é de maçãs. Adoro o seu
cheiro, a sensação dele, seus olhos, seu toque, eu adoro dormir com ele, tomar
banho com ele, correr com ele. Sinto-me louca. Louca por ele. Tudo bem, vou
dormir antes de sair compondo uma música. Em vez disso, eu me ouço falar.
– Christian... – murmuro em uma pergunta, a minha voz grogue, mas já engrossada
com excitação.
Ele coloca o iPad de lado e passa a mão em minhas curvas. Prende seus dedos ao
redor da minha cintura e me arrasta para seu pênis, possibilitando que eu sinta
que está duro e pronto. Eu estou tão pronta para ele, nasci pronta.
Ele abaixa para me beijar, murmurando: Hmm, é isso que eu estava esperando.
***
– Que máximo, lugares na primeira fila.
Ou você deu uma baita de uma chupeta nele, ou o cara está definitivamente apaixonado
por você – decreta Kate quando nos sentamos na primeira fila do salão de lutas
de Chicago.
– Bem, eu não cheguei nessa parte, porque a penetração foi muito excitante,
sabia? – respondo a Kate, mas de repente tudo o que eu tenho em minha mente é a
chupeta. Dar ao homem que eu amo uma deliciosa chupeta vai fazer ele me amar
para sempre.
As sobrancelhas de Kate sobem.
– Você está realmente se gabando pra mim?
– Não! Na verdade estou sendo honesta, sem sarcasmo aqui, admitindo à minha
melhor amiga que estou ansiosa para dar ao meu cara uma chupeta assim que
conseguir tirar a minha boca de seus lábios deliciosos.
O inacreditável aconteceu. Acho que consegui fazer Kate corar. Ela está com o
rosto vermelho quando olha para mim, como se eu tivesse confessado uma orgia.
– Meu Deus. O que você fez com minha amiga? Onde está ela, sua alienígena? Ana,
você está loucamente
apaixonada por esse cara. Desde quando você fala de chupetas pra mim?
Meu sorriso de repente desaparece, assim como minha voz.
– Por favor, pare de dizer a palavra que começa com A, só faz o meu estômago se
apertar.
– Amor, essa palavra? Você ama Christian. Christian te ama – provoca Kate.
– Tome – com um olhar brincalhão, entrego-lhe um pedaço de chiclete que roubei
de Taylor. – Ponha isso na boca. É feito de cola e vai selar sua boca. Agora me
diga se você viu Alayna em algum lugar.
– Ela está sentada à sua direita.
A surpresa drena o sangue de meu rosto.
– Sério?
Fico tensa ao vê-la. É Alayna. Na minha parte mais íntima, eu esperava que
tivesse sido um pesadelo, e que a garota com o cabelo vermelho-sangue, o rosto
pálido, e a tatuagem de Scorpion fosse outra pessoa. Mas não.
É Alayna.
Uma garota de aparência triste.
E tenho que salvá-la de si mesma.
Quando Alayna toma o seu lugar do lado oposto do ringue, aperto o braço de Kate
e enfio um papel, que eu estava segurando, em sua mão.
– Você precisa levar isso pra ela muito discretamente, para que esses grandões
perto dela não percebam.
– Saquei.
Kate sacode seu rabo de cavalo e caminha para o outro lado do ringue. Alayna
não me vê, acho, mas enrijece quando vê Kate. Kate continua em frente, toda
glamourosa e perua, quando tromba com um dos homens, então se inclina para se
desculpar com Alayna e dá tapinhas com as mãos como se estivesse dizendo tudo
bem, ninguém se machucou, e então ela já está voltando para o seu lugar, ao meu
lado.
Minhas entranhas se apertam com a tensão quando meus olhos desviam para Alayna.
Ela olha para o seu colo e lê a nota, e a esperança e a emoção dentro de mim se
agitam quando ela parece lê-lo uma segunda vez. Então, ela está interessada?
– Pronto – diz Kate, e quando Alayna levanta a cabeça, me vê com olhos azuis
queimando um pouco, e solto um longo suspiro de gratidão, pelo
menos ela não está fugindo. Quando nossos olhares se prendem por alguns
segundos, sorrio para ela, apenas para que ela saiba que quero vê-la no modo
“amigável”. Ela sorri de volta, quase trêmula, e lágrimas parecem inundá-la
quando o apresentador começa. Meu peito incha com mais determinação ainda para
salvar a minha irmã mais nova, e de repente não posso esperar por amanhã. Eu
apenas rezo para que ela venha.
– E agora, senhoras e senhores...
– Ele está saindo – Kate me aperta.
Só em saber que ele vai sair já fico superexcitada, e quando seu nome soa
através da multidão, meu coração já está acelerado e estou tremendo.
– Christian Grey, o primeiro e único, Arrebentadoooorrr! Digam olá para o
Arrebentadooooor!
Ele vem como um sol depois de meses de escuridão, e o mundo não pode parar de
gritar em sinal de gratidão. Ele sobe para o ringue e tira o manto vermelho e,
no centro do ringue, lá está ele. Fazendo seu cumprimento enquanto a multidão
ruge seu nome, os braços musculosos estendidos, e os gritos cada vez mais
altos, porque as pessoas amam o jeito que ele se vira, seu rosto de menino e
corpo viril, o brilho perverso em seus olhos que lhes promete um bom show.
Ele dá sua parada onde sempre a faz, e os seus olhos azuis me dizem que ele
sabe que é a bomba e que eu o quero, e suas covinhas surgem para me matar.
Matar. A mim.
O fato de eu saber que esse homem é meu à noite não me deixa respirar.
Mas felizmente deixo sair um sorriso. Cara, estou tão cheia de emoção que, com
certeza, posso sorrir de volta para ele do meu lugar.
A luta começa, e me sento ao lado de Kate babando, vendo esses braços com a
tatuagem de videira, no lugar onde os ombros e bíceps flexionam para atacar
seus oponentes. Sua força, seu trabalho de pés, sua velocidade me hipnotizam.
Kate grita para ele todas as coisas que eu quero lhe dizer e muito mais, me
deliciando.
– Mate-o, Christian! Sim! Meudeuso, você é um deus!
Rindo com alegria pura, eu a abraço.
– Oh, Kate – suspiro, então sussurro na malícia: – Diga a ele que ele é
gostoso.
– Por que você não diz, bundona? – Ela estreita os olhos e se encosta. – Sua
anta, fale pra ele!
– Eu não posso. Nunca consigo gritar no meio da multidão. Eu era aquela para
quem se gritava, entende? – admito, dando uma ombrada nela. – E sinto que minha
voz vai distraí-lo. Vamos lá! Diga isso por mim, diga que ele é gostoso!
Ficando de pé, Kate põe as mãos em concha e grita.
– Ana acha que você é a coisa mais gostosa que existe, Chris! Chris, Ana te
ama, Chris! Cada polegada e
cada centímetro de você!
– Kate! – Chocada, bato uma mão sobre sua boca e empurro-a de volta ao seu
lugar, mas a multidão está tão barulhenta hoje, que tenho quase certeza de que
ele não ouviu. – Tome outro chiclete, Kate – digo, olhando sombriamente para
ela. – E quero sua palavra de que não vai falar isso de novo, Kate.
– Ah, tudo bem, só vou dizer a ele que ele é gostoso e tudo o mais.
Rindo ao assentir com a cabeça, vejo quando ela volta a ficar de pé e cutuca
minhas costelas, me chamando de covardona, e então continua a gritar todas as
coisas que eu penso e não tenho coragem de gritar. Que ele é tão tesudo, que
ele é um deus, que ele é uma besta sexy e é sexy pra caralho que ninguém
aguenta...
Juro que se eu pudesse gritar, eu também gritava que ele é meu, que eu o amo,
que ele é a minha fera... Mas não posso nem mesmo aplaudir sozinha o seu nome
no meio da multidão. E percebo que talvez sinta um pouco de medo, porque nunca
dei meu coração a ninguém antes de Christian. E ele tem a força para bater nele
tão duro quanto bate em seus adversários.
Eita Christian quer resolver todos os problemas pra Ana
ResponderExcluirAna está certa em pedir pra Taylor ajudar manter ele longe de scorpion
Kate é uma amiga e tanto, maluquinha 🥰🥰🥰
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