LPA Capítulo 25

em domingo, 6 de fevereiro de 2022

 Capítulo 25



NOVA YORK

Chris
Estamos no restaurante do hotel, a equipe toda, sentados em duas mesas separadas,
uma para as mulheres e outra para os homens, quando recebo um e-mail de uma fonte
desconhecida, com o assunto: Acho que você vai gostar de ver isso.
Abro o anexo e vejo Scorpion, e uma mulher com roupas familiares, cabelo familiar…
Ana.
Minha.
Ana.
Na ponta dos pés. Boca fazendo bico. Beijando Scorpion. Meu sangue some, então
volta com força total, trazendo uma fúria desesperada. Não sei o que aconteceu. Por que
estou olhando para isso. Mas fico de pé e empurro a mesa, jogando-a no chão. O
treinador acaba caindo no chão e jogo meu celular longe e ele bate na parede. Então,
vou até ela.
– Não, Taylor, não! – implora ela, em pânico em sua cadeira.
Meu sangue ferve enquanto ela grita para o seu precioso Pete, meu corpo de repente
tremendo enquanto traição e sofrimento me inundam. Deus, quero sacudi-la. Mais do que
sacudi-la. Paro na sua frente, respirando e tentando me acalmar, batendo com meus
punhos um no outro, com vontade de socar alguém. Os olhos de Brooke estão brilhando
de preocupação, e a verdade neles dá um nó no meu estômago.
– Você quer falar comigo, Christian? – pergunta ela, fingindo calma.
Meu deus, que ousadia dessa mulher. Estou tremendo tanto que meus braços sacodem
ao lado do meu corpo. Minha garganta está tão grossa, que mal consigo falar. Mal
consigo respirar. Eu nunca tinha me entregado a ninguém, ainda assim me apaixonei
como um imbecil por ela. Eu nunca tinha compartilhado a minha música com ninguém. Eu
nunca acreditei que alguém pudesse me amar até olhar para aqueles olhos e achar que
eu era seu deus…
Mas não sou o deus de ninguém.
Sou apenas um maldito idiota.
A dor é excruciante. Quero causar algum mal, mas não quero causar nenhum mal a
ela. Minha voz sai sombria de fúria, e é um milagre eu conseguir falar enquanto me
esforço para ficar parado no lugar, para manter minhas mãos para baixo, para tentar me
controlar.
– Eu quero mais do que falar com você – digo a ela, duramente.
Minhas narinas tremem, e eu não quero que ela me olhe com medo, mas só consigo
olhar para a sua boca.
Sua linda boca.

No rosto daquele filho da puta!
– Ok, vamos conversar. Com licença, Gail. – Ela me surpreende dizendo isso quase
tão calmamente quanto se eu a tivesse convidado para um piquenique! Ela empurra a
cadeira para trás e dobra seu guardanapo.
A raiva aumenta dentro de mim e faz com que eu continue vendo, na minha mente,
sua boca fazendo bico e beijando o rosto do homem culpado por eu não estar mais no
boxe. Quero agarrá-la. Quero pressioná-la em mim e sacudi-la. Flexiono minhas mãos ao
lado do corpo para evitar que façam isso e muito mais, e não consigo respirar direito, não
consigo pensar direito. Quero matar Scorpion e arrancar a pele do filho da puta!
Quero jogar alguma coisa. Quero gritar. Quero arrancar as roupas dela e fodê-la para
mostrar que Ela. É. MINHA! Minha para tocar, para abraçar, para proteger.
– Eu só fui ver a minha irmã – sussurra ela.
Meu sangue ferve de raiva por ela não confiar em mim para recuperar sua irmã como
prometi.
Estendo o braço, e minha mão treme ao tocar sua boca, então abaixo e, furiosamente,
mordo-a. Ela arfa ao sentir meus dentes, e isso me dá prazer, um prazer perverso, de
lembrá-la que aquela boca é para mim.
Você foi negociar com uma escória como ele? Sem me avisar? – Esfrego
meu polegar em seus lábios. Quero arrastá-la até o meu quarto e lavar sua boca com
sabão. Quero lamber até que fique limpa e, então, obrigá-la a dizer que aquela foto não
existe!
Fui ver minha irmã, Christian. Eu não me importo a mínima com aquela escória. – diz
ela baixinho.
Toco seu cabelo, tentando pegar leve enquanto por dentro estou me remoendo, me
contorcendo, fervendo, e continuo esfregando seus lábios. Aqueles lábios que eu amo,
lábios que me movem, que me beijam, os únicos lábios que já achei que me amavam.
No entanto, você beija aquele filho da puta com a mesma boca com que você me beija. – questiono.
– Por favor, conte até dez. – Ela toca na manga da minha blusa, e a minha raiva
aumenta ainda mais. Ela acha que se eu contar até um milhão vou conseguir esquecer
disso?
– Um-dois-três-quatro-cinco-seis-sete-oito-nove-dez – conto furiosamente, então
agarro o colarinho dela e a puxo para mim, me inclinando sobre ela com olhos
comprimidos. –
Você beija o filho da puta com a mesma boca pela qual eu mataria?
– Meus lábios quase não tocaram a tatuagem – sussurra ela, suplicante. –
Eu fiz apenas o que você faz quando deixa pensar que tiveram sucesso e lhes dá uma falsa confiança, fiz para que eu pudesse ver a minha irmã.
Bato no meu peito.
– Você é a porra da minha garota! Não tem que dar falsa confiança a ninguém!
Senhor, precisamos que se retire agora.
Viro-me e vejo um idiota se aproximando. Taylor e Sawyer o param no caminho e

começam a dizer que vou pagar por tudo que eu quebrar, e o cara não faz ideia de que
nem comecei a quebrar ainda. Ele pode ficar e me assistir quebrando tudo desta pocilga,
e então eu o convidarei para me acompanhar e assistir enquanto quebro a cabeça de
Scorpion no meio.
Lançando um olhar furioso de aviso, viro-me para Ana e passo o dedo pelo pequeno
maxilar dela, observando a forma como seus seios sobem e descem conforme era respira
ofegante.
– Eu vou quebrar a cara daquele filho da puta – sussurro para ela, então me inclino e
enfio a minha língua naquela boquinha cruel e deliciosa –, e depois vou fazer você se
submeter a mim.
– Chris, acalme-se – implora Sawyer.
Está tudo bem, Sawyer, eu não quebro assim tão facilmente, e ele é bem-vindo para tentar – responde
Ana, me olhando de cara feia.
Fazendo cara feia também, seguro o cabelo dela na minha mão fechada e esmago a
sua boca com a minha, dando-lhe um beijo forte e furioso para puni-la.
Quando eu chegar na cama, vou esfregar você com a minha língua até não sobrar nada dele em nenhum lugar de você. Só eu. Só eu!
Ela parece gostar do meu beijo de punição – maldita – e agora estou tão duro, que
quero possuí-la aqui e agora.
As pupilas dela estão dilatadas, e seu corpo parece encostar no meu quando diz:
Tudo bem, aceito, me pegue
Eu quero. Merda, eu quase faço isso. Que se foda tudo, menos eu e ela.
Dando um passo atrás, eu a encaro com olhos.
Eu não tenho a porra do tempo para cuidar de você – respondo e me dirijo para a porta.
Chris, volte! Não vá se meter numa enrascada! – grita ela.
Eu paro, encho meus pulmões de ar, mas é impossível me acalmar, a raiva e o
sentimento de posse, o maldito ciúme dentro de mim é tão grande, maior do que eu.
Eu giro, então sacudo um dedo no ar para que ela entenda a situação e a nossa
posição.
Proteger você é meu privilégio. Eu vou te proteger e qualquer coisa que você valoriza como se fosse minha.
Ela me encara sem fôlego, e eu acho que não me entende. Ela ama a irmã, mas
precisa saber que eu sou o seu homem e ela é intocável. Ninguém pode tocá-la, exceto
eu. Ninguém. Só eu.
Aquele idiota doente acaba de me implorar para acabar com sua vida miserável, e eu estou feliz em atendê-lo – informo a ela, cheio de raiva, passando meus olhos famintos
pelo seu corpo, do qual cada centímetro pertence a mim tão completamente quanto o
meu pertence a ela. –
Ele acabou de roubar algo sagrado para mim, e mijou em cima.
Volto até ela e encosto um dedo em seus seios. – Entenda. Você. É. Minha!
– Christian, ela é minha irmã – suplica ela.

E o Scorpion nunca vai desistir dela. Ele mantém suas mulheres drogadas e dependentes, suas mentes em pedaços tão pequenos que não podem sequer pensar. Ele nunca vai desistir dela, a menos que queira algo mais do que ela. É você? Será que ele quer você, Anastasia? Ele poderia ter drogado você. Despido você. Comido você... Ele podia ter comido você!
– Não!
– Ele tocou em você?
Não! Eles estão fazendo isso para provocá-lo, não deixe que vençam! Guarde isso para o ringue amanhã. Por favor... Eu quero estar com você esta noite.
Eu estava com ela o tempo todo, amigo, nada aconteceu – interrompeu Sawyer de
repente, batendo no meu braço com calma.
Quando me dou conta do que ele está me dizendo, eu me viro e agarro seu colarinho,
a fúria disparando dentro de mim.
Você deixou minha garota beijar o rosto daquele babaca, seu merdinha? – Eu o
levanto do chão.
– Chris, não! – Ana vem para o meu lado e agarra meu braço, inutilmente.
Sacudo Sawyer.
Você deixou que ela beijasse aquela tatuagem imunda do cretino?
Taylor dá um tapinha em meu ombro.
– Ok, cara, vamos colocar o Destruidor para dormir agora?
Sinto uma picada no meu pescoço, e a minha adrenalina pede vingança. Puta merda,
não posso apagar agora. Solto Sawyer e arranco a seringa e jogo longe. Agarro Ana e a
encaro. Quero dizer a ela para nunca mais duvidar de mim de novo, nunca mais agir
pelas minhas costas de novo, e nunca – jamais – acreditar que eu não protegerei ela e
tudo que é dela, mas abro a minha boca e ela parece tão assustada e tão linda, arfando
e preocupada, que em vez disso, eu solto um som baixo e irritado e esmago a sua boca
na minha, punindo a mim mesmo com seu gosto doce e molhado, tão puro e bom, e
como eu odeio o fato de ela ter encostado essa linda boca naquele filho da puta por
causa do amor dela pela irmã. Eu me afasto e a solto antes de sair.
Meu coração bate desenfreadamente no meu peito, lutando contra o sedativo. A única
coisa que consigo pensar é em socar a cara do Scorpion. Vou fazer com que ele coma
meu punho, e depois vou fazer com que cate seus dentes do chão.
Sei onde ele está hospedado. Todos nós sempre sabemos onde os outros estão
hospedados, pelo menos para nos evitarmos. Geralmente há vários hotéis próximos à
área designada para as lutas do Underground, e Taylor sempre sabe onde Scorpion está
hospedado para que só nos encontremos no ringue.
Ele está a quatro quadras daqui, em um prédio barato de cinco andares cheio de fãs no
saguão. E elas me veem, escuto todas arfarem ao mesmo tempo, e só preciso rugir
“Scorpion” e duas delas começam a gemer e a se esfregar em mim, fazendo um
sanduíche de mim enquanto subimos no elevador. Quando chegamos ao andar de

Scorpion, faço com que elas me levem até a porta dele antes de agarrar suas mãos e
apertar seus pulsos até que fiquem quietas.
– Faça com que abram a porta – ordeno.
Uma delas passa a mão no meu peito enquanto a outra bate na porta.
– Willie! Willie! É a Trish – chama ela.
A porta abre e eu imediatamente estico meu braço, meu punho atingindo a cara de
Willie. Ele cai duro no chão. Dois outros idiotas estão sentados em um sofá florido
assistindo à TV, e eles ficam em pé em um pulo.
Vou até o primeiro e o agarro pela camisa.
– Olá, filho da puta – digo a ele enquanto mexo meu punho. Ossos estalam. Sangue
espirra quando o jogo no chão e parto para o próximo, acertando meu soco no seu nariz.
Quando o deixo de joelhos, vejo Scorpion, na porta do quarto, os olhos ligeiramente
arregalados e amarelos como xixi de cachorro.
Cerrando minha mandíbula, dou passos furiosos até ele enquanto ele levanta as mãos
para me impedir.
– Ora, ora, Arrebentador, você não quer fazer isso aqui.
– Quero sim. – Agarro a camisa dele e soco a cara dele três vezes seguidas.
Ele tenta me acertar também, mas estou socando muito rápido. Jogo-o no chão e vejo
uma garota lá, chorando, observando-nos sentada em uma cadeira perto da cama. Ela
não se parece nem um pouco com Ana. Seu olhar é vazio, seu cabelo é horrível, e
então eu vejo uma caneta na mesa de cabeceira quando Scorpion tenta se levantar.
Pego-a e antes que ele consiga se levantar, enfio na tatuagem preta que ele obrigou
Ana a beijar, rasgando-a. Sangue espirra, e ele solta um grito baixo e aterrorizante
enquanto tenta arrancar a caneta.
Enquanto ele recua e tira a caneta, ensanguentada e quebrada, eu o levanto pela
camisa e o forço a olhar para mim.
– FIQUE. LONGE. DA MINHA GAROTA – cuspo na cara dele. – Seu FILHO DA PUTA.
Fique longe da minha propriedade. EU VOU MATAR VOCÊ da próxima vez.
Eu desvio e a garota grita:
– Não! – e quando eu me viro, ele dá um soco na minha cara.
Eu cambaleio para trás, depois olho para ele com raiva e parto para cima dele.
Enquanto nós lutamos com rapidez e força, os únicos sons no quarto são o choro da
garota e nossos socos fortes e rápidos.
O problema de Scorpion é ele não ser eu. Não é tão rápido, nem tão forte – ele nunca
vai ganhar, a não ser que me provoque e me faça estragar tudo como fiz com a minha
carreira no boxe profissional.
Como estou fazendo agora.
E eu não dou a mínima. Neste momento, nada me trará tanto prazer quanto quebrar
cada um dos ossos dele. Rugindo, dou um gancho de direita mortal que faz com que ele
caia de joelhos, e ele levanta os braços para me impedir de continuar.

– Pare! Estou dizendo para parar, Arrebentador! – Quase chegando nele, eu paro e
abaixo o olhar quando ele aponta para ela. – Você quer a garota?
O sangue pinga do meu supercílio, eu enxugo e olho para ela, enquanto Scorpion fala
com dentes cerrados:
– Eu a entrego para você. Eu deixo você levá-la se me deixar vencer amanhã.
– Vou matar você agora – digo, rugindo, levantando-o pela camisa e forçando-o a ficar
de pé com uma forte sacudida do meu punho. – E vou levá-la.
O choro continua vindo do canto, e ela está sussurrando.
– Pare, por favor, pare.
Eu vejo os capangas se aproximando dela. Posso acabar com todos eles, mas não
quero fazer isso na frente dela. Cerrando os dentes, jogo Scorpion no chão e me
aproximo dela. Não sou um assassino, mesmo que o desejo de matá-lo corra nas minhas
veias, me fazendo tremer.
– Você é a irmã de Anastasia?
Ela assente.
Pego-a pelo braço e a coloco de pé.
– Você vem comigo.
– Não tão rápido, Arrebentador – diz Scorpion. – Você quer a garota, então um dos
seus caras e um meu ficam com ela trancados em um quarto até que você me entregue o
campeonato amanhã.
Minha gargalhada transborda sarcasmo.
– Seu idiota, quando você vai perceber? Eu posso lhe entregar o campeonato amanhã,
mas isso não significa que eu não vou reconquistá-lo. E quando eu fizer isso, o mundo
todo vai assistir eu quebrar você. – Pego o celular e ligo para Taylor.
– Onde você está… – começa ele assim que atende.
– Venha até aqui agora. Preciso que você faça uma coisa para mim. – Digo a ele onde
estou e desligo.
Cinco minutos depois, quando Taylor chega, ele vê que meu supercílio está aberto e
escorrendo sangue no meu olho, que meus pulsos estão abertos e meus dedos,
machucados. Ele olha para Scorpion, boquiaberto.
– Chris, o que você fez? – pergunta ele.
– Ninguém vai falar nada – afirmo para acalmá-lo, e como ele continua boquiaberto,
enfio um dedo entre os olhos dele. – Ei, cara, concentre-se. Você vai proteger a irmã de
Ana enquanto eu mandar e até que eles a entreguem para mim. Está me escutando?
Ele pisca.
– Cara, você precisa levar pontos.
– Posso levar os pontos depois – respondo. – Só a leve para longe desse cretino.
Eu me viro para encarar Scorpion. Deus do céu, ainda quero matá-lo. Ele está caído e
ferido, e sangrando, mas tem um brilho de vitória em seus olhos.
– Mal posso esperar para quebrar você naquele ringue – ele me diz enquanto vou

embora.
E isso não importa.


5 comentários:

  1. Chocada com o que Ana provocou com esse beijo

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  2. Cris já está a caminho de uma crise, isso é só mais um gatilho

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  3. Esss verme asqueroso vai conseguir o que quer 😠😠😠😠😠

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  4. Só assim pra ele ganhar uma luta de Christian chantageando

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  5. o miserável consegui ganhar a luta....nossa Ana fez uma merda grande

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:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :| :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd



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