LPA Capítulo 17

em terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

 Capítulo 17



UMA AVENTURA

Ana
O Underground ferve com energia nesta noite, e na última hora desisti de procurar por Alayna na multidão, temendo que depois de ter me visto ela tenha se escondido. Estou determinada a fazê-la aparecer, só não sei ainda como vou fazer isso. Mas, em definitivo, vou planejar alguma coisa.
Por enquanto, me deixei ser arrastada pela magia das lutas, e estou assistindo mais avidamente do que nunca a todos os rivais, ao menos para tentar ver suas estratégias de combate no caso de seguirem para a final e enfrentarem Christian.
Alguns lutam muito sujo, e percebo que não há ninguém que luta como ele. Christian luta como se amasse isso. Ele tem uma explosão em cima do ringue, e faz parecer como se fosse um leão, e seu oponente um ratinho, como se o leão estivesse apenas brincando com o rato. Ele salta para cima e para baixo, às vezes, e faz o público participar quando entra em clinch e depois se afasta e aponta para o adversário como se perguntasse: “Vocês querem que eu esmurre esse idiota?”.
É claro que a multidão urra, e fico toda excitada e animada apenas de olhar para ele.
Quando Christian foi anunciado hoje à noite, a multidão foi à loucura, praticamente todos os presentes de pé, gritando, e assisti com meu estômago agitado ao momento em que ele veio do vestiário e subiu ao ringue, e de repente o salão ganhou vida com ele. Agora os cartazes se agitam do outro lado enquanto ele bate no outro homem, seu terceiro adversário da noite, que está sendo tão esmurrado que provavelmente a luta vai acabar em mais alguns minutos.
Ele está com sorte hoje. Detonou tudo e todos que trouxeram. Realmente não vi até agora nenhum de seus adversários ser capaz de soltar um bom golpe nele, seu rosto está intacto e sua guarda também.
De alguma forma sinto que ele está provando algo a esta cidade onde nasceu. Sinto que a cada soco ele está dizendo a seus pais que eles estavam errados. E isso me faz torcer ainda mais por ele. Estou muito chocada com o que soube, e simplesmente não consigo imaginar Christian preso em qualquer lugar, impotente e com raiva. Ele é um homem forte e primitivo, que sabe exatamente o que quer, e me irrita pensar que alguém pôde machucá-lo quando ele era mais jovem e mais vulnerável. Faz-me sentir protetora de um jeito feroz, desejando tê-lo conhecido antes, como se eu pudesse mesmo
ter feito algo para impedir aquilo...
Ouço o som do nocaute e os gritos que se seguem, e meu coração já está pulando no peito quando o mestre de cerimônias agarra o braço de Christian e o levanta:
– Nosso vencedor da noite, Christiaaaaaan Grey, o Arrebentador!
O braço levantado pela vitória, e minha respiração se mantém em expectativa, esperando o que vem a seguir. O que ele sempre faz em seguida.
Ele me procura com aqueles olhos azuis.
Meu corpo agarra o instante em que ele traz seu olhar para o meu. Seu sorriso brilha, mas tem algo a mais hoje. Ele está lutando com intensidade selvagem, e seu sorriso é igualmente intenso, uma explosão de sexo, e de repente não há nada de inocente ou divertido nisso. Ele mantém seu olhar de forma possessiva em mim enquanto sua respiração continua empurrando seu poderoso peito para fora e o suor desliza pelo corpo, e ele parece tão perfeito como no primeiro momento em que pus os olhos em cima dele em Seattle.
Eu o quero mais do que nunca.
Estou tão molhada, e tão desesperada pelo que ele me faz sentir, só olho para ele, não retornando seu sorriso, meus olhos implorando para ele terminar o que está acontecendo entre nós, uma coisa que salta como corrente de eletricidade entre nós cada vez que ficamos perto um do outro. Eu coloquei tudo isso para fora, dizendo-lhe o que desejo, e ele continua a ser tão inatingível para mim como um cometa.
Com os olhos azuis brilhando, ele aponta para mim agora, então para si mesmo e, em seguida, para alguém se aproximando de mim, na passagem atrás de meu assento. Alguém que está segurando uma rosa vermelha brilhante.
Ela coloca a rosa na minha linha de visão.
– De Chris – sussurra a garota sorridente.
Outra rosa se segue, e uma voz diferente orgulhosamente afirma:
– De Chris.
A terceira cai na minha mão.
– De Christian.
Uma quarta.

– Do Arrebentador.
– De CG. Desculpe por aqueles idiotas terem jogado ovos...
– De Christy.
Meu pulso está em algum lugar perto da lua e, ao mesmo tempo, meu chão se abre abaixo de mim. Olho em descrença absoluta a linha de pessoas que se forma diante de mim, facilmente várias dezenas, todas elas me entregando rosas vermelhas em nome dele. Ele observa, com aquele sorriso de covinhas que me diz que pertenço a ele, e meu coração dói tanto que quero rasgá-lo do peito e jogá-lo em algum lugar. Aquilo que ele fez em Los Angeles deve ter saído no Twitter ou sei lá onde, tudo o que sei é que os meus braços estão cheios de rosas, e são todas dele.
De um homem que luta como um louco, me excita como nenhum outro, é a coisa mais sexy que eu já vi. Do homem que me toca músicas sensuais, me dá a sua camiseta para dormir, me protege tão impetuosamente como um leão, e ainda assim não me come quando estou nua e tremendo em seus braços.
E de uma hora para outra, não aguento mais.
Nem sequer olho para ele quando estamos de volta para casa. Seu olhar está colado ao meu perfil, cada célula do meu corpo ciente disso. Sei que ele quer saber se gostei das rosas, mas minhas entranhas estão tensas, estou fervendo.
Todo o meu desejo por ele não foi apaziguado, e se transformou em um tipo de raiva que provavelmente vai me dar uma doença e me matar.
Tremo por causa disso. Com a necessidade. Com dor. Com fúria.
Como ele se atreve.
Fazer com que o deseje tanto assim.
Oferecer o trabalho dos meus sonhos, e então se tornar o centro da minha própria existência, até que fique pronta a arriscar tudo por ele. Meu trabalho. Minha família. Meus amigos. A cidade onde eu cresci.
Como ele se atreve a me tocar no chuveiro, e beijar-me como se quisesse me comer em cada refeição até morrer!
Como ele ousa ser minha fantasia, ganhar vida, e só brincar e me torturar até que eu não suporte mais. Eu costumava me sentir tão livre e feliz por não ter esses dramas românticos. Costumava ouvir Kate reclamar e xingar, e então dizia a ela: “Kate, ele é só um cara. Levante a cabeça e vá para o próximo”. E agora estou virada por causa de um homem, e meu próprio conselho não vale nada, porque não há outro homem como esse para mim.
Já nem sequer me sinto livre. Fui conquistada e, no entanto, o homem que me tomou emocionalmente não vai me possuir. Se não estivesse tão zangada e frustrada, eu jogaria a maior partida dessa merda de autopiedade de toda a minha vida desde meu fracasso nas eliminatórias olímpicas.
– Você foi incrível, Chris! – diz Taylor no carro, suspirando de puro deleite. – Cara, que grande noite.
– Grande luta, filho – diz o treinador, parecendo feliz de um jeito que eu não tinha visto ainda nesse homem sombrio. – Nunca saiu da posição, não baixou a guarda. Até Anastasia sentiu o amor nesta noite, hein, Anastasia?
O silêncio se segue, e fico quieta no meu lugar e mantenho o meu olhar nas luzes piscando pela janela como se nem ouvisse a conversa. Me recuso a festejar as minhas rosas ou agradecê-lo. Sim, os fãs me banharam com rosas e ele lutou como um verdadeiro campeão maravilhoso... Minha vagina se aperta quando me lembro dos socos poderosos, e agora me recuso a pensar mais sobre isso também.
– Você foi matador – diz Sawyer.
Percebo que Christian não responde aos elogios. Seu olhar agora se mostra como uma marca escaldante no meu perfil e sua energia está se tornando tão tumultuada quanto a minha. Ele deve ter querido uma reação diferente ao seu gesto. Ele queria que eu ficasse toda sentimental e dissesse: “Oh, céus, você é tão incrível!”. Mas não vou fazer isso.
Porque me dá ódio o que ele faz comigo. Odeio desejar esse cara tanto assim. Odeio me sentir tão volátil, quero arrancar os olhos dele e depois chorar. Minha vontade é jogar todas estas rosas em seu colo e dizer-lhe para foder com elas agora, porque eu não quero mais que ele me coma!
Então, quando as rosas já estão com água em um dos baldes de gelo no meu quarto e minha ira se inflamou em proporções gigantescas, me lanço no corredor e encontro Taylor na sala de estar do lado de fora do quarto principal.
– Christian?
– Tomando banho. – Ele aponta para a porta, e eu sigo em frente, tranco a porta, e o avisto do outro lado do quarto, na porta do banheiro.
Ele está totalmente nu, molhado, recém-saído do banho com uma toalha na mão, e imediatamente me vê.
Seu olhar atordoado se fixa em mim, e a toalha cai aos seus pés.
Nunca tive essa visão dele nu, e perceber a sua perfeição física e o mais belo pau que eu já vi funcionando perfeitamente só me enfurece ainda mais. O sangue corre como lava ardente em minhas veias quando pulo para frente e bato com os punhos várias vezes em seu peito, tão forte quanto posso, mas sem quebrar meus próprios ossos.
– Por que você não me toca? Por que diabos você não me possuí? Estou muito gorda? Muito magra? Você adora me torturar até que eu fique sem sentidos, ou você é apenas um cara cruel? Para sua informação, eu queria transar com você desde o dia em que entrei em seu quarto estúpido de hotel e, em vez disso, fui contratada!

Ele agarra meus pulsos e com raiva me puxa para frente, prendendo meus braços para baixo.
– Por que você quer fazer sexo comigo? Para ter uma porra de uma aventura? O que eu deveria ser? Sua transa de uma noite? Eu sou a aventura da mulherada, caralho, e não quero ser a sua aventura! Eu quero ser real pra você. Entendeu? Se eu foder você, quero que seja minha. Me pertencer. Quero que você se entregue a mim, e não ao maldito Arrebentador!
– Eu nunca vou ser sua se você não me possuir. Me pega! Seu filho da puta, você não enxerga o quanto eu te quero?
– Você não me conhece – ele rosna com os dentes cerrados, o rosto ansioso enquanto aperta meus pulsos ao lado do meu corpo. – Você não sabe nada sobre mim.
– Então me conte! Você acha que vou deixar você se me contar isso que não quer que eu saiba?
– Eu não acho, eu sei. – Ele pega meu rosto em uma de suas mãos e o aperta tanto, seus olhos violentamente azuis e quase frenéticos. – Você vai me deixar no segundo em que a coisa ficar complicada, e vai me deixar sem nada, quando quero você como nunca quis nada na minha vida. Você é tudo em que penso, tudo com que eu sonho. Fico descontrolado e isso é por sua causa, não se trata mais de mim. Não consigo dormir, não consigo pensar, não consigo me concentrar em mais nada e tudo porque eu quero ser a porra do “único” pra você, e assim que você perceber o que sou, tudo o que eu vou ser será uma porra de um engano!
– Como você pode ser um engano? Você já se viu? Você viu o que fez comigo? Você me tinha em stand by, seu maldito idiota! Você me fez desejá-lo até doer e daí não faz porra nenhuma?
– Porque eu sou um merda de um bipolar! Um maníaco de merda! Violento. Depressivo. Eu sou uma bomba-relógio de merda, e se um dos caras da minha equipe fizer cagada quando eu estiver num dos episódios, a próxima pessoa que posso machucar pode ser você! Eu estava tentando contar isso o mais lentamente possível para que eu pudesse pelo menos ter uma chance com você. Esta merda tomou tudo de mim. Tudo. Minha carreira. Minha família. A porra dos meus amigos. Se isso atingir você, eu nem sei que porra eu vou fazer, mas a depressão vai me bater tão fundo que provavelmente vou acabar me matando!
Meus olhos ardem quando as palavras flutuam como chicotadas horríveis na minha cabeça. Cada palavra chocante me atordoa até meus ossos. Ele xinga e me solta, e dou um passo atrás e vejo quando veste suas calças com raiva.
Impotente, eu o vejo pegar uma camiseta do armário, e meu coração para completamente de bater no meu peito.
“Bipolar” não é realmente uma palavra com que eu esteja familiarizada, exceto por ouvi-la de longe. Nunca conheci ninguém que tivesse isso, mas, de repente, se volto nessas semanas que vivi, tenho uma pequena dica do que é. Eu entendo. Christian tanto se ama quanto se odeia. Ele ama e odeia a sua vida. Num segundo é tudo de bom, no próximo é tudo de ruim. Ele é quente e é frio. Talvez ele nunca tenha sido aceito, nem por si mesmo, e talvez todo mundo se afaste quando as coisas fiquem... excessivas.
Mil emoções se agitam em meu peito, e mal posso contê-las em meu corpo.
Seu peito arfa quando ele me olha do outro lado do quarto, os olhos azuis brilhantes enquanto ele aperta as mãos a seu lado e me aguarda falar, a camiseta ainda em sua mão, balançando ao lado.
De repente, tudo o que sei é que este homem tem proporções divinas em minha mente, mas agora percebo que ele também é humano e imperfeito e, com todos os centímetros doloridos de meu corpo, eu o quero ainda mais. Tanto que vou me afogar agora se ele me recusar nesta noite.
Inspirando profundamente, minhas mãos tremem enquanto de forma bem lenta abro os botões da minha blusa, peneirando-os um por um em meus dedos. O ruído faz com que seus olhos caiam no meu peito e seus olhos brilham de dor. Seu olhar me devora tão violentamente que sinto a mordida de seus olhos em meu coração.
– Vai ser como está. Não estou tomando medicamentos. Eles me deixam um morto-vivo, e eu pretendo viver a minha vida bem vivo. – adverte ele em um áspero sussurro furioso.
Concordo com a cabeça em compreensão. Eu me recusei a tomar antidepressivos quando supostamente, do ponto de vista clínico, eu precisava deles, depois de meu fracasso. Acredito que seja sua escolha a maneira como você vive com a sua doença, e às vezes o remédio é pior que a doença. Ele é um homem que come tão bem, e qualquer química pode desequilibrá-lo. Eu vejo isso.
Não sou ninguém para lhe dizer o que fazer. Mas ele nem mesmo percebe o quão importante ele é? Aonde ele chegou e tudo que conseguiu sozinho? Será que reconhece a grande equipe que montou? Posso ver como o treinador, Gail, Taylor e Sawyer o amam, mesmo quando brigam com ele. Eu queria pertencer a esta equipe, mas agora só quero pertencer a este homem.
E quero que ele me pertença.
– Tire a roupa, Chris.
Abrindo o meu último botão, abro minha camisa ao meio, e a camiseta que ele ainda está segurando cai ao chão enquanto seus dedos se abrem espasmodicamente.
Seus olhos me avaliam, sua voz de uma aspereza triste.
– Você não tem ideia do que está pedindo.
– Eu estou pedindo você.

– Eu não vou deixar você me abandonar.
Minha garganta fecha-se com a emoção, tornando as palavras difíceis de pronunciar.
– Talvez eu não queira ir embora.
Uma dor desesperada brilha em seus olhos.
– Me dê uma porra de uma garantia. Eu não vou deixar você ir embora, e você vai querer tentar. Vou ser difícil de suportar e vou ser um idiota, e mais cedo ou mais tarde, você vai se encher de mim.
Balançando a cabeça, lanço a minha blusa no chão e em seguida empurro a saia para baixo de meus quadris, até sair dela. Tremendo até a minha alma, estou apenas em meu sutiã e minha calcinha de algodão, meus seios subindo e descendo.
– Nunca vou ter o suficiente de você, nunca.
De início, as minhas palavras parecem não ter nenhum efeito sobre ele.
E acho que estou morrendo lentamente.
Em seguida, um som baixo e faminto sobe pela garganta dele.
Minha respiração para.
Ele fica me olhando, imóvel naquelas calças, com as pernas apoiadas em uma posição de combate, com os olhos cheios de necessidade. Seus ombros largos balançam com sua respiração, e ele enrola os dedos em punho ao lado do corpo. A profunda aspereza de sua voz raspa minha carne.
– Vem aqui, então.
O comando vem de forma tão inesperada que minhas pernas começam a balançar. Todos os meus sistemas se apressam a trabalhar juntos, mas ao mesmo tempo, não posso me mover.
Eu me sinto como um monte de órgãos que lutam para virar um só. Coração acelerado. Pele suando. Tremores nas minhas terminações nervosas. Completa inutilidade dos meus pulmões.
Todo o meu corpo quer a mesma coisa, mas parece desgastado demais para se juntar num só.
Quando finalmente me recomponho com uma respiração irregular, sinto-me tão viva e tão desenredada, que até meus dedos formigam quando nós – eu e o meu coração e os meus ossos e a minha pele – finalmente conseguimos dar o primeiro passo.
Um nervosismo terrível me devora enquanto caminho até meu destino.
A respiração de Christian aumenta de ritmo. Seu poderoso peito sobe ainda mais rápido quando me aproximo. Num passo a passo estressante, minha pulsação soa em minhas têmporas quando o calor de seu olhar se arrasta dentro de mim. Entre as pernas, eu queimo por ele. Meus mamilos latejam. As pontas duras empurram dolorosamente o algodão do sutiã. Todos os poros do meu corpo querem implorar pra ele sugá-los. Para me tocar. Para me amar.
Parando perto dele, mal posso respirar quando o cheiro do seu sabonete envolve meus pulmões, drogando todos os meus sentidos. Os braços dele se levantam, e ele enfia dez dedos irritados no meu cabelo e puxa minha cabeça para trás com seus punhos e enterra seu nariz no meu pescoço, resmungando baixinho. Sua profunda inspiração me atinge, e um arrepio percorre meu corpo quando faço o mesmo, absorvendo em meu corpo todas as cores e sabores de seu forte cheiro masculino. Sua língua sai para lamber um caminho molhado até o meu pescoço enquanto um braço envolve minha
cintura, e ele me esmaga com seu corpo, sussurrando: “Minha”.
Desejo e amor explodem em mim.
– Sim, sim, sim, Christian, sim.
Enredando os dedos em seu cabelo, com ansiedade empurro meus seios em seu peito e esfrego meus mamilos doloridos contra seu diafragma, meus braços violentamente prendendo sua cabeça para mim enquanto ele continua a me perfumar com sua profunda respiração. Meu corpo sacode com prazer.
Ele pega meu rosto dentro de suas mãos calejadas e arrasta a sua língua do meu pescoço ao meu queixo, respirando asperamente enquanto se dirige para a minha boca. Ele lambe a costura dos meus lábios. Amortecendo-me. Estimulando-me.
Sua língua investiga minha boca, então ele acrescenta os lábios e os usa para me abrir. Ele mordisca meu lábio inferior para provocá-lo. Um gemido suave sai de mim e ele abafa o som quando mergulha, molhado e quente e com fome. Minha resposta é rápida e selvagem, e nossas línguas colidem em um frenesi, aquecidas de umidade e gemidos.
Meu corpo se funde no corpo forte até que seu braço, enrolado em volta da minha cintura, é tudo o que me mantém de pé. Eu não sei se sou ruim para ele ou ele para mim. Tudo o que sei é que isso é tão inevitável quanto um tsunami, e só estou me preparando para o mergulho da minha vida.
Provamos e sugamos um ao outro, e estou tão sedenta que mesmo que ele me alimente com seu beijo a noite toda, eu ainda estarei morrendo no deserto. Ele agarra meu cabelo mais apertado e me mantém no lugar, como se tivesse medo de que eu possa querer me afastar de sua boca deliciosa, e tenho tanto medo de que seja um sonho que meus dedos apertam seu cabelo molhado, porque se houver um incêndio neste hotel, se um exército de fãs loucos vier atacar, ou se o próprio Scorpion entrar neste quarto, eu ainda não vou deixar Christian Grey tirar a boca de cima de mim.

O calor úmido de sua boca me invade, me deixa excitada, eu gemo e chupo levemente sua língua, amando como ele geme comigo e empurra mais fundo, me dando mais.
Ele fica inquieto. Entre os sons de beijos ecoando no quarto, ouço o som da calça de algodão descendo por suas pernas, os músculos dos braços se curvando quando eles me apertam. A calça se amontoa a nossos pés e ele coloca os polegares na abertura frontal do meu sutiã e puxa em lados opostos até soltá-lo. Meus seios saltam livres e meu sutiã bate no chão.
Nunca me senti tão completa até ele fechar as mãos sobre eles e os erguer um pouco para chupá-los. Ele lambe meus mamilos, primeiro um, depois o outro, e engole as duas curvas suaves com as mãos e esfrega os bicos dos seios tensos. Gemo de gratidão quando ele enfia a língua na minha boca, porque estou tão faminta que não consigo parar de estremecer.
Os sons de beijos ecoam em torno de nós, mais uma vez. Ele aperta um seio e enfia a mão entre minhas pernas, por cima de minha calcinha. Ele me esfrega com a palma da mão, e depois esfrega o dedo mais longo pelas dobras úmidas da minha entrada. Tremores de antecipação ondulam em meu ventre.
Christian afasta a boca, apoia a testa na minha e observa enquanto sua mão se move sinuosamente sob minha calcinha branca de algodão. Estamos tão sem fôlego que não espero sua voz gutural e áspera explodir no meu rosto, a testa ainda descansando na minha enquanto vê a sua mão acariciar minha umidade.
– Diga-me que isso é pra mim.
Meus braços apertam ao redor de seu pescoço quando ele brinca com a ponta do seu dedo lá dentro, e um alucinante prazer explode em mim, da cabeça aos pés.
– É pra você.
Ofegante, beijo sua testa, seu queixo. Um som de protesto me escapa quando ele retira sua mão, então ele pega as bordas da minha calcinha e a arranca em um único movimento.
O tesão corre por mim. Ele me agarra pela cintura e me vira, me batendo contra a parede. Minhas pernas voam em torno dele quando ele põe as mãos em concha na minha bunda, e no segundo seguinte eu o sinto – lá, na minha entrada.
Sua dureza encontra toda a parte exterior da minha umidade escorregadia, e ele agarra meus pulsos e prende meus braços acima da minha cabeça, trancando-os em uma das mãos.
– Você é minha? – pergunta ele asperamente, enquanto sua mão retorna entre as minhas coxas e rapidamente me penetra.
Eu suspiro. Desfeita. Delirante.
– Sou sua.
Sua expressão é tensa, voraz, tão quente enquanto raspa o dedo profundamente na minha gruta.
– Você me quer dentro?
Meu desejo entope minha traqueia quando o prazer sobe em minhas pernas.
– Eu quero você em todos os lugares. Sobre mim. Dentro de mim.
Sua mão treme quando ele a retira e, mais uma vez, instala sua ereção entre minhas pernas. Ele não entra, mas me permite sentir o que vai me dar. Nossos olhares se agarram desesperadamente enquanto nos esfregamos. Nós balançamos os quadris juntos. Ofegamos. Queremos. E não consigo tirar os olhos de cima dele.
Ele é ainda mais bonito do que quando luta e é arrogante e raivoso. Mais bonito do que quando treina e fica suado e cansado. Mais do que quando está sorridente e brincalhão. Ainda mais do que quando está pensativo e relaxado sendo esfregado com óleo. Ele é mais bonito do que qualquer coisa que eu já vi, seu rosto tenso e cru com a necessidade, seus olhos escuros e semiabertos, as narinas dilatadas, a boca separada para respirar, seu pescoço inflado com as veias, seu bronzeado mais profundo e mais escuro quando a avassaladora excitação enche de cor a sua pele.
Ele mantém meus braços presos enquanto me acaricia com sua dureza. Tentando-me. Prometendo-me. Tudo que posso fazer é choramingar em um apelo silencioso para ele me possuir. Meu sexo arde. O sangue corre por meu corpo.
Estou sendo reivindicada pelo homem que amo, e estou pronta.
Eu.
Estou.
Pronta.
Olhos azuis escuros me observam por um momento de parar o coração. Num segundo estou vazia, no outro ele já entrou em mim. Ele me preenche lentamente e com cuidado, como se eu fosse o seu tesouro precioso e não quisesse me quebrar, como se achasse que ninguém mais vai recebê-lo tão perfeitamente, e de bom grado, e com tanto amor como eu. Ele é grande e duro, sulcando-me firmemente. Ele geme e treme quando os músculos de meu sexo pegam seu membro pulsante, e ele é tão grande. Um novo gemido surge, quase doloroso, quando me contorço, desejando mais, desejando menos. Decidindo que minha vontade por mais está além de qualquer coisa, desço ainda mais e jogo a cabeça para trás, um som fraco me escapando quando meu corpo se ajusta.
Com delicadeza, ele pega os meus seios em suas mãos calejadas e empurra sua língua em mim até que eu possa engolir o meu próprio grito e beber tudo o que sua língua me alimenta. Ele está pulsando ferozmente na minha vagina,
mantendo-se encaixado dentro de um modo total. Meu corpo chacoalha em delírio quando ele abaixa a cabeça e corre a língua sobre meu queixo, ao longo do meu queixo, do meu pescoço. Quando chupa um mamilo em sua boca quente, minhas entranhas se agitam quando meu orgasmo começa a se construir, e eu estremeço no calor febril e empurro meu quadril desenfreadamente contra o dele.
– Chris... – deixo escapar um gemido, enquanto fecho meus braços em torno do pescoço dele. Aperto minhas coxas ao redor do seu corpo, inclinando minha pélvis. O movimento dispara ondas de insuportável prazer através de meu corpo enquanto aquele membro firme se arrasta dentro de mim. Meus olhos reviram de prazer.
Não vou aguentar mais. Ele é muito grande, muito gostoso, e eu preciso muito dele.
– Chris... – imploro, descontrolada, balançando os quadris. – Por favor, por favor... Mexe dentro de mim...
Ele geme, como se também estivesse com medo de não se segurar mais. Mas ele tenta me agradar, e puxa para fora, e em seguida empurra para dentro de novo. Nós dois estamos nos desmanchando de tesão, e um som semelhante de desespero rasga as nossas gargantas. Ele repete o movimento de seus quadris e deixa cair sua testa até que a encosta na minha, com um grunhido ao frear seu avanço, para então começar a me beijar como se sua vida dependesse disso.
– Ana – diz ele dentro de minha boca, com voz estridente.
Suas mãos apertam os meus quadris enquanto ele puxa para fora e mergulha de novo, numa profundidade suficiente a ponto de enterrar cada centímetro em mim. E na sequência imediata se libera. O calor de suas convulsões incrivelmente violentas e as estocadas poderosas de seu pau estremecendo aqui dentro se apossam de mim. Os tremores penetram todo o meu corpo. Meu sistema nervoso se apaga por alguns instantes e reinicia logo a seguir enquanto um punhado de estrelas despenca através da parte de trás de minhas pálpebras.
Agarro seu corpo musculoso enquanto ele se aperta e se torce contra o meu, e lambo seu pescoço enquanto seus músculos ficam mais tensos e finalmente relaxam. Ele rosna em calma satisfação de encontro à minha fronte.
Continuamos a ofegar e a balançar suavemente nossos quadris mesmo depois dos orgasmos cessarem, e Christian vibra contra mim com tanta necessidade que nem sequer me permite recuperar o fôlego.
Ele me pega pela bunda, minhas pernas ainda travadas em torno de seus quadris estreitos, e me carrega para a cama. Ele ainda está dentro de mim, ainda muito duro.
Me coloca para baixo e ajeita um travesseiro debaixo da minha cabeça, e então começa a se mover dentro de mim, tão lentamente que eu solto um miado e arrasto minhas unhas, descendo-as por suas costas, observando-o enquanto ele se firma em seus ombros, amando seus braços perfeitos, o pescoço grosso e perfeito, seu rosto desfeito pelo prazer enquanto começa a me comer rápido e com força, como um animal. Meus mamilos começam a ficar duros apenas de olhar seus olhos escurecidos pela luxúria.
Ele traz a cabeça até perto da minha e empurra sua língua até que eu engula meus próprios arquejos.
– Você me queria. – A respiração dele vinha rápida, os olhos com um brilho selvagem. – Aqui estou eu.
Ele mete seu pau dentro de mim dez vezes, rápido e duro, fazendo-me gritar de alegria com sua penetração, e quando meus músculos preparavam meu corpo para outro orgasmo de fazer a terra tremer, ele me deixa gozar, mantendo o ritmo frenético, e então rosna e prolonga o seu próprio orgasmo, retirando-se para se esfregar sobre a minha pele.
Ondulando toda, minha garganta solta um gemido surdo quando ele arrasta a cabeça escorregadia de seu caralho ao longo de minha coxa, enquanto uma das mãos acaricia o bico latejante de um seio. Sempre gostei do tamanho de meus peitos, mas eles parecem pequenos e frágeis dentro de suas mãos enormes e calejadas.
Ele geme, porém, como se realmente gostasse de espremer meus mamilos, e gira sua língua, subindo por meu pescoço.
– Faz muito tempo que eu queria tocá-la, sua tigresa.
O prazer dispara por todas as minhas terminações nervosas enquanto ele aperta e torce meu mamilo. Seus dentes raspam a pele debaixo de meu queixo, que ficou exposta quando me arqueei contra o corpo dele.
Seus músculos me rodeiam, duros e fortes, apertando e flexionando, seu pau esticado, duro e sexy, esfregando por todo o meu corpo e espalhando seu sêmen em mim. Estou tão delirante, eu quero ter esse homem dentro do meu sexo, dentro da minha boca, e em minhas mãos, tudo de uma vez só. De repente, ele mergulha de novo dentro de mim, mais forte e mais profundamente, os dedos cavando em meus quadris, e eu ainda estou tão molhada e inchada, e respondo a cada um de seus impulsos gemendo desesperadamente seu nome, Christian.
Não se trata de preliminares. Trata-se de reivindicar e receber, de aliviar essa dor física tão dolorosa e latejante, tão poderosa que faz até a minha alma doer. Mas estou cantando por dentro agora. Não consigo acreditar na maneira como ele cheira, na maneira como eu o sinto. É mais do que todas as minhas fantasias. E eu percebo quando estou ofegante, dizendo, por favor, oh Deus, você é tão duro, você é tão gostoso, que ele tem seu próprio cântico, dizendo para mim tão deliciosa e molhadinha, ao lamber todos os pedaços meus que consegue. Amo ele ter esfregado seu perfume em mim,
amo que ele me lamba por toda parte, que eu possa sentir seus dentes, suas mãos calosas, sua pele, a mordida de seus dedos rombudos sobre a minha carne.
Sons selvagens são arrancados de mim, irregulares como a minha respiração. Não há nenhuma maneira pela qual eu possa prender esses ruídos brutais e lascivos. E os ruídos profundos que Christian faz me deixam louca. Ele se volta para
ver os meus seios saltando, enquanto me fode de maneira selvagem, e seus olhos brilham como os de um predador quando seus quadris colidem contra os meus. Ele é primitivo e animal me comendo, e ele é meu.
Meus dentes batem enquanto meu corpo aperta cada centímetro do pau empurrando dentro de mim. Meus dedos cavam suas nádegas lindas enquanto o atraio para mais perto e mais fundo, girando debaixo de seu peso até que eu desmonto. Libero um grito quando seu calor se derrama dentro de mim, e ele acompanha com um gemido baixo, apertando meus quadris ao mesmo passo que retarda o ritmo até que somos uma massa de músculos e ossos cansados, cobertos de suor e entrelaçados sobre a cama.
Sinto-me deliciosa depois. Solta e relaxada, e muito, muito desejada.
Suspirando, pego um braço masculino pesado e dobro-o em volta de meus ombros, para que eu possa me
aconchegar no canto de seu peito, e então beijo seu mamilo mais próximo. Ele tem o mais perfeito, mais sexy e menor mamilo masculino que já vi, sem um único pelo em todo o seu peito. Só beijar esse mamilo faz meu sexo se apertar de novo, mesmo ainda completamente dolorido. Ele agarra meu corpo lânguido e me posiciona bem em cima do corpo dele, enquanto se deita de costas, como se ele fosse a minha cama, e minhas pernas descem no comprimento das dele, meu corpo voltado para baixo enquanto ele fica virado para o teto. Estamos abdômen contra abdômen, umbigo contra umbigo.
Ele roça o nariz em minha testa, acariciando minha bunda bem devagarzinho.
– Hum, você está com meu cheiro.
– Hmmmmm – respondo.
Ele fecha a mão em uma das nádegas e cheira minha testa de novo:
– E o que esse hmmmm quer dizer?
Sorrio na escuridão.
– Você falou isso primeiro do que eu.
– Isso queria dizer que quero comer você. Seus pequenos bíceps. Seus pequenos tríceps. – Ele me beija na boca e arrasta a língua sobre meus lábios. – Agora você.
Pegando sua mão, eu a aperto entre os nossos corpos, para que ele possa sentir tudo o que ele espalhou pelo meu abdômen:
– Isso significa que vou dar uma de francesa e ficar sem tomar banho uma semana pra poder sentir seu cheiro em mim.
Ele geme e nos muda de posição, e assim minha lateral atinge a cama, e então ele alcança entre as minhas pernas onde estou encharcada daquilo que ele acaba de me dar. Seus olhos brilham nas sombras enquanto desliza naquele sêmen suave escorrendo por minha coxa por um caminho que leva de volta para a minha vagina ainda inchada, como se ele não quisesse sair de meu corpo.
– Grudento? – ele pergunta em um murmúrio rouco, inclinando a cabeça e lambendo meu ombro enquanto empurra sua porra de volta para dentro, com um dedo. – Quer me lavar de você?
O pensamento dele empurrando sua porra de volta para dentro de mim me deixou excitada, então agarro sua cabeça e o trago para mais perto.
– Não, eu quero que me dê mais.
Ele traz os dedos úmidos para meu rosto e empurra o dedo médio em meus lábios, como se estivesse me pedindo para provar.
– Eu quis comer você desde a primeira noite em que a vi – sua voz sai rouca enquanto me vê chupando o dedo em minha boca.
O sabor dele fez coisas loucas em mim, e meu sexo se agitou com a necessidade de senti-lo dentro de mim novamente.
– Eu também... – Estou sem fôlego e me esforçando para respirar enquanto lambo cada gota.
Ele empurra um segundo dedo úmido em minha boca, e seu sabor salgado me revigora. Meus olhos se fecham quando levo minha língua por todo o comprimento dos dedos. Estou com tanto tesão que acho que dou um gemido.
– Você gosta do meu sabor? – murmura ele com a voz pastosa.
– Hmmm... É só isso que eu quero de agora em diante.
Maliciosamente, dei uma pequena mordida em seus dedos e, de repente, pude sentir sua ereção voltando e se apertando contra meu corpo. Alguma coisa que eu disse... o deixou excitado?
– Eu sempre vou querer minha dose de Chris depois do jantar – continuo, e sou eu a ficar superexcitada enquanto ele continua engrossando. – E talvez antes do café. E depois do almoço. E na hora do chá.
Ele geme, em seguida arrasta-se por entre as minhas pernas abertas e curva sua cabeça para baixo para me provar.
Sua língua se estica entre meus lábios. Meus olhos se fecham enquanto arqueio meu corpo, o calor de sua boca me fazendo arfar. Ele pega minhas nádegas com as mãos e aperta a minha carne, sua língua molhada deslizando mais e mais pelo meu clitóris.
– Eu quero... gozar... em cada parte do seu corpo... – sopra ele dentro de minha vagina, os olhos fechados enquanto
se ergue e empurra sua ereção contra a fenda exterior da minha entrada.
Estou pegando fogo de desejo. Preciso dele dentro de mim de novo, na minha boca, no meu sexo, em todo o meu ser. Agarro a parte de trás de sua cabeça e começo a balançar meus quadris inquietos em uma súplica silenciosa, enquanto empurro minha língua em sua boca.
– Pode gozar onde quiser, dentro, fora, na minha mão, na minha boca.
Quando pego aquele membro rígido em minha mão, ele goza instantaneamente, o líquido quente derramando-se sobre meu pulso. As convulsões são tão poderosas quanto ele, e meu sexo fica úmido enquanto assisto, e o pau é tão magnífico e rude, que subitamente o jogo de costas e salto sobre ele, levando-o para dentro de mim com um gemido de surpresa pelo tamanho que ele adquiriu novamente. Ele rosna de prazer e joga a cabeça para trás, agarrando meus quadris e me puxando para cima, em seguida, me abaixando novamente enquanto continua dando estocadas e seu pênis estremece lá dentro. Um grito de êxtase rasga através do meu corpo enquanto nos convulsionamos, e sinto seu calor explodir dentro de
mim.
Estou totalmente mole e letárgica quando caio de costas sobre ele.
– Na noite que sedaram você – pergunto a ele, horas mais tarde, quando afundo a ponta de meu nariz contra seu mamilo novamente, ainda sem fôlego depois de uma longa sessão de carinho. A gente não tem o suficiente. Como adolescentes. Compensando semanas e semanas de desejo. – Aquilo foi um episódio?
O travesseiro se agita quando ele balança a cabeça, e eu deslizo minha mão sobre a barriga de tanquinho, esfregando gentilmente enquanto o espio sem saber se ele quer fazer isso agora.
– Podemos falar sobre isso?
Meu toque parece fazer com que Christian feche os olhos, sua voz aveludada ao pegar minha cabeça e a apertar contra seu pescoço, me afagando.
– Talvez prefira falar com Taylor sobre isso.
Estou grudenta por causa de nosso desejo e gosto disso, passando minhas mãos por ele, que está suado também. O pensamento de tomar um banho com ele, lavando “ele” e, em seguida, ficando tudo de novo pegajoso me faz querer gemer.
– Por que você não fala comigo sobre isso, Christian? – pergunto, em voz baixa.
Ele se senta e torce os pés para fora da cama, então esfrega as mãos pelo rosto.
– Porque em um monte de episódios eu não me lembro do que faço.
Merda.
Quebrei o clima.
– Tudo bem, eu vou falar com Taylor sobre isso, mas volte para a cama – digo, rapidamente cedendo quando noto a tensão em sua postura.
Ele olha para fora da janela, o seu corpo perfeito. Tão perfeito. Pernas firmes, de braços cruzados, seus músculos perfeitamente alimentados, formados, e tensos.
– Eu me lembro de você – a voz é áspera – no meu último episódio. As doses de tequila. O jeito que você estava. O pequeno top que estava vestindo. As noites que dormiu na minha cama.
Saber que ele nota o que eu visto me faz formigar. Tenho quase certeza de que quando ele se virar eu vou ser uma piscina de lava sobre a cama, já esperando ele vir me foder.
Ele parecia tão feliz naquele dia, com as tequilas, sua energia era como a de um sol.
E, em seguida, capotou numa noite em questão de horas.
– Eu queria muito que a gente desse certo – admito dolorosamente.
Ele se vira.
– Você acha que eu não? Eu queria que acontecesse desde que... – Ele volta para a cama e me arrasta para ele, beijando meus lábios ferozmente. – Cada segundo eu quero que aconteça.
Toco seu maxilar.
– Alguma vez você já machucou alguém?
A dor se agita em seus olhos novamente, e ele parece assustado, soltando o braço de mim.
– Eu machuco tudo que eu toco. Eu destruo as coisas! Só sou bom nisso. Já encontrei
prostitutas na minha cama que não lembro de levar para lá e joguei-as para fora do
quarto do hotel nuas, furioso demais por não me lembrar do que tinha feito. Já roubei, já
vandalizei, acordei em lugares de que não me lembro como cheguei…
– Ele respira fundo e suspira. – Olhe, como Taylor e Sawyer alternam seus dias de folga, sempre tem alguém para
me apagar por um ou dois dias quando perco o controle. Vou ao fundo do poço, depois eu
volto. Ninguém se machuca.
– Só você. Ninguém se machuca, só você – sussurro infeliz, e prendo a mão dele nas minhas apenas porque tenho medo de que ele vá sair da cama, e não quero que ele faça isso. Parece que levei uma vida para trazê-lo aqui comigo, para começo de conversa.

– Chris, eles precisam mesmo apagar você desse jeito? – entrelaço meus dedos nos dele quando faço a pergunta.
– Sim – ele diz enfático. – Especialmente se eu quiser... isso – Ele sinaliza para mim, e para ele, com a mão livre, e me aperta com a outra. – Eu quero isso. Muito – ele esfrega meu nariz com o dele. – Estou tentando não estragar tudo, certo?
– Certo.
Ele beija as costas da minha mão que ele está segurando com a dele, e seus olhos brilham mais uma vez.
– Certo.

***

Meu relógio interno não vai me deixar dormir depois das seis da manhã, mesmo depois de uma noite como a que eu passei com ele. Cócegas de prazer correm pela minha pele ao me lembrar de todas as maneiras que fizemos amor na noite passada. Meu olhar pousa em seu corpo sobre a cama, e a sensação de posse que me atinge é tão poderosa, que tudo que posso fazer é não me prender permanentemente a seu grande corpo pecaminoso.
Com calma e com um sorriso tonto que não vai deixar meu rosto, escorrego para fora da cama, sabendo que Sawyer e Taylor não vão deixá-lo dormir muito e, com certeza, não além das dez horas.
Taylor já está na cozinha, servindo-se de um café, e já que existem milhares de coisas que desejo perguntar, eu me junto a ele. Enrolando minhas pernas debaixo do meu corpo em uma cadeira, vejo-o lendo o jornal da manhã e vou tomando uns goles do meu café, então limpo a garganta e digo com voz rouca:
– Ele me contou.
Por um momento, a única emoção no rosto de Taylor é o choque.
– Contou o quê? – Agora ele parece em dúvida.
– Você sabe. – Ponho o café na mesa e ergo a sobrancelha.
Taylor abaixa o jornal, sem sorrir.
– Ele nunca conta a ninguém.
Suas palavras me fazem franzir a testa.
– Não fique alarmado. Ele contou a você uma vez, não foi?
– Ele não me contou, Ana, eu era seu enfermeiro. No hospital, ao menos em seu último ano.
Minha mente gira de confusão quando tento imaginar Taylor num jaleco e cuidando do meu grande lutador em uma enfermaria. Isso eu não podia imaginar. Jamais. A imagem é tão incongruente que tenho dificuldade em mantê-la na minha cabeça.
– Você estava com ele na enfermaria? – Tudo bem, sei que isso parece estúpido, mas é tudo o que consigo ser capaz de perguntar.
Os lábios de Taylor se apertam firmemente quando ele concorda.
– Isso me deixa puto. – Ele faz uma carranca sombria para seu café, depois balança a cabeça. – Chris é um bom cara. Um pouco imprudente, mas... Não é culpa dele! Ele nunca machucou ninguém. Vivia fechado atrás de um muro, aquele garoto. Ele apenas corria feito louco no quintal e fazia suas flexões em uma árvore do lado de fora, durante todo o dia usando seus fones de ouvido e se fechando para tudo. Eles o mantinham drogado o tempo todo desde que, em uma ocasião, ele ficou agitado demais e disse que todo mundo devia fugir. Eles o seguiram e foi uma grande confusão e, a partir daí, ninguém mais ia lhe dar uma chance de ficar agitado de novo, eles apenas injetavam aquela merda nas veias e
se poupavam do problema.
– Meu Deus! – O choque, o horror e a raiva que sinto se espalham sobre mim como uma doença, e mal posso engolir o café que tenho em minha boca.
– Chris não é louco, Anastasia – enfatiza Taylor –, mas eles o tratavam como se fosse. Até mesmo seus pais. Tudo o que ele tinha em termos de conforto eram aqueles malditos fones de ouvido. É por eles que o cara raramente se expressa. Ele simplesmente não consegue. Ele tem vivido muito fechado há anos.
Com um coração que acabou se derretendo por ele, percebi que desde o início Christian se abriu para mim através da música, que é algo que parece familiar e reconfortante para ele e, de repente, vividamente, quero ouvir mais uma vez cada uma das músicas que ele me mostrou.
Meus olhos ardem um pouco, e eu abaixo a minha cabeça para que Taylor não veja que fui tocada além das palavras.
Christian é um homem silencioso. É um homem físico e se apoia em seus instintos físicos, mas acho que ele nem sabe muito bem como verbalizar suas emoções.
Eu me pergunto se sou também um pouco fechada, como Chris. Será?
Na minha vida, frequentemente contei com Kate para dizer coisas que quero, mas que me sinto tímida ou
constrangida para admitir. Nunca disse a ninguém, depois de meu acidente, que aquilo era uma merda.
Chris é tão diferente de mim, e ainda assim somos tão iguais que juro que posso entender esse homem na minha alma.

De uma hora para outra, tenho que lutar contra o impulso de ficar de pé, ir para a cama, e me enroscar com ele.
– Aquela noite no hotel... Quando você injetou alguma coisa nele... O que foi aquilo?
– Um episódio. Não é realmente outra personalidade, como as pessoas pensam. Bem, isso até é, em parte, mas é mais como um estado de espírito. É uma expressão alternativa do gene, em conflito com a anterior. Alguns gatilhos externos geralmente trancam uma expressão do gene, e outro se expressa, o que muda o seu humor de forma intensa. – Taylor encontra o meu olhar com os seus olhos claros quentes, preocupados, seus traços se torcendo de dor. – Ele sofre muito, Ana. Porque não se lembra do que faz quando fica assim.
Estou de volta para todas as noites em que ele veio para o meu quarto, com aqueles olhos escuros, e beijou-me sem sentido até de manhã.
– Mas ele me disse que se lembrou de algumas coisas – digo esperançosa.
– Às vezes sim, mas às vezes não. A questão é que ele não pode confiar em si mesmo para saber ao certo o que fez quando “apagou”.
E é por isso que ele está tentando ser tão cuidadoso comigo...
Minhas entranhas ficam moles.
– Então, quem contou a Sawyer?
– Eu contei a Sawyer. Tive de contratar outra pessoa para que eu pudesse ter um dia de folga. Senão, quando voltasse, Chris teria se metido numa porrada de problemas. O treinador também sabe sobre isso, é claro, e Gail suspeita que algo está acontecendo, mas ela não sabe o que ele tem. Ela só acha que ele é mal-humorado.
Suspirando, Taylor se serve de um pouco mais de café.
– Eu o ajudei a sair daquele lugar quando ele pôde fazer isso. Eu me demiti e ele me disse que queria ir ver seus pais, e que me pagaria se eu lhe desse uma carona. Então concordei. – A raiva corta o rosto de Taylor quando ele retorna ao seu lugar. – Mas os pais não queriam nada com ele. Eles estavam apavorados com a simples visão do filho. Merda, você devia ter visto o drama. A mãe começou a chorar, o pai disse a Chris que eles queriam viver em paz, e Chris só ficou lá. Eu podia vê-lo lutando pra conseguir dizer algumas palavras. Não sei se ele queria implorar por uma chance ou não, mas não disse
nada. Os pais simplesmente bateram a porta na cara dele. Assim que saímos, Chris começou a lutar, pra ganhar dinheiro com a luta. Ele era bom, então entrou no boxe profissional e me contratou em tempo integral como seu assistente. Ele comprou a casa em Austin e tentou outra vez se aproximar dos pais, e quando finalmente eles pareciam estar satisfeitos com sua fama crescente, o chamaram para jantar. Mas foi então que, no fim de semana, a concorrência o provocou, contratando um idiota para segui-lo depois de um torneio. Chris tem um pavio curto, mesmo quando está em um estado de espírito normal.
Meu café esfriou, então também fui pegar um novo enquanto processava tudo isso. Taylor continua quando me vê sentar.
– Então ele foi expulso, e os pais não apareceram no restaurante. – Ele suspira enquanto eu me sento aqui, nós dois tristes e sofrendo por Chris, depois acrescenta: – Não parece muito, o que ele lhe contou, Ana. Mas viver com isso pode ser difícil.
Seus olhos pousam acima da minha cabeça, e sei que ele está me avaliando. Posso sentir a pergunta em seus olhos quase como se ele tivesse falado isso. Ele está preocupado que eu venha a largar Christian. E não sei que garantia posso dar, especialmente quando não tenho nenhuma ideia do que esperar de sua bipolaridade. Mas eu sei que quero ficar. Eu quero mesmo.
– Ele tentou ir para a faculdade também – acrescenta Taylor. – Mas não conseguiu terminar nem um ano, sempre se metendo em brigas. Com qualquer provocação o cara ataca, e continuou introduzindo os punhos na faculdade a todos que achou que mereciam.
– Foi onde conheceu Sawyer?
– Não, do outro lado de seu punho, não. – Ele ri, com os olhos brilhando por um momento. – Chris de fato ficou ao lado de Sawyer. Sawyer não era o jovem encantador que você vê agora, quando estava na faculdade – Ele pisca de brincadeira. – Ele era como eu. Ambos geeks, pode crer. Nenhum de nós era, assim, legal. Mas Chris foi o mais legal de todos os encrenqueiros. Todo mundo queria um pedaço dele, principalmente as mulheres. Ele tinha toda essa gente em cima dele, durante todo o dia, e até mesmo os caras o seguiam, ainda mais quando ele estava ficando acelerado. Excessos abundam quando ele está no começo dos dias negros. O álcool, as mulheres, adrenalina, aventura.
Taylor continua:
– Na verdade, ele ficou sob intenso escrutínio todos esses anos, na ala psiquiátrica, por causa da mudança de cor dos olhos. Não é incomum isso acontecer com quem sofre de transtorno bipolar, mas é raro. Duas expressões de genes conflitantes, que variam quando um é acionado e o outro é desligado. Temos o arrogante e confiante Chris, e o negro Chris. O negro Chris ainda tem um bom coração, mas não é razoável. Ele não é cruel e, certamente, não é maldoso.
Mas é imprevisível e violento, e tende a destruir coisas, inclusive a si mesmo. Ele voa alto e desaba com força. Desta vez, você o viu em baixa, e não foi tão ruim quanto nas outras vezes em que ele vai lá pra baixo. De alguma forma, Sawyer e eu sentimos que talvez tenha sido porque você o manteve interessado. Ele parecia querer vê-la e continuou a sair, pelo menos por isso.

– Taylor, como posso ajudar Chris? – pergunto impotente, empurrando meu café de lado e dando-lhe toda a minha atenção. – Por favor, me diga como ajudá-lo, fico doente de pensar você usando essa merda que joga nas veias dele.
Ele suspira e puxa a gravata preta perfeita, afrouxando-a um pouco.
– Não sei como você pensa, Ana, mas eu sei que você é um divisor de águas. Ele nunca foi atrás de alguém do jeito que foi atrás de você, mas mesmo assim, não posso parar de usar isso. Chris... Toda a vida dele está à espera do outro par de chinelos. Você tem que entender que o seu lado normal às vezes não se lembra do que o lado negro faz. Houve casos, quando a polícia veio bater à sua porta, dizendo que ele tinha invadido e assaltado uma loja de bebidas, e ele: “De jeito nenhum, eu estive na cama a noite toda”, e os policiais: “Senhor, a bebida ainda está em seu carro”.
– Sério? – Eu pisco para isso.
Ele acena sombriamente.
– Ele teme que vá ficar negro, depois acordar azul e aí você já terá ido embora, porque ele fez algo para machucá-la.
Penso em como parecia importante o meu contrato de três meses trabalhando para ele. E me lembro da noite em que ele foi à loucura, gritando ao Taylor e a Sawyer onde diabos eu estava, e o que eles tinham me contado sobre ele.
De alguma forma, essa constatação me faz sentir quente e reafirmada mais uma vez.
– Tudo de ruim acontece com Christian quando ele está negro – acrescenta Taylor com um barulho de sua xícara vazia. – Ele acorda e descobre que foi expulso do boxe. Da última vez ele apostou todo o dinheiro que tinha e acordou para descobrir que, se perder nesta temporada, vai acabar com muito pouco pra se sustentar. Sawyer e eu tentamos levá-lo a assumir o controle, mas ele é difícil. Chris é muito forte e muito teimoso. E agora, tem você. Eu não sei se você é boa pra ele, ou a pior espécie de calcanhar de Aquiles que pode existir. Mas não temos escolha, não é? Christian a quer.
As palavras de Taylor rolam dentro da minha cabeça enquanto fico olhando para o papel de parede cor de pêssego.
Está levando tempo para eu absorver todas essas informações. Nunca soube o que é amar alguém assim. Minha vida em Seattle me espera... Kate... Meus pais. Eu tenho pelo menos mais um mês, e quero passar cada segundo que puder com ele. Eu o amo mais a cada tanto que aprendo. Ele é complicado e complexo, um labirinto onde quero me perder. Ele é meu lutador, e eu quero mesmo lutar para ficar com ele.
Mas simplesmente não sei contra o que vou ter que lutar. Se é contra algum medo em mim... Um pouco de medo nele... Ou contra aquele lado negro dele.
– Também o quero demais – digo a Taylor, dando um tapinha no ombro. – Tanto que sou capaz de enfiar essa merda em suas veias se você continuar cutucando Christian com isso, entendeu?
Ele cai na risada.
Levo a xícara vazia para a pia, lavo, depois preparo alguma coisa para o café da manhã, e envio uma mensagem de texto para Kate:
A terra se moveu. Sim! Foi tremendamente orgástico! Meudeus!
E, finalmente, pouco antes das dez da manhã e antes de Sawyer vir nos molestar, volto para cama e me tranco com ele. Coloco na mesa de cabeceira um copo que trouxe e me inclino sobre seu corpo nu e sopro, enquanto o meu coração e meus órgãos sexuais incham com a sua proximidade.
– Levante-se, pedaço de mau caminho.
Pego a bunda sexy de Chris e espremo aquelas rochas, e cerro os dentes, porque quero mordê-la, ela é tão suculenta e quente.
– Eu não sou Gail, mas esse costumava ser o café da manhã dos campeões antes da campeã rasgar o ligamento e detonar o joelho. Agora você tem seus serviços de quarto, composto por todas as guloseimas açucaradas para isto – espremo seus bíceps –, e isto – deslizo minha mão sobre seu abdômen –, e isto – toco sua linda cabeça e seu hipnotizante labirinto no cérebro.
De repente, percebo que se não fosse por aquele acidente, eu não estaria aqui com este homem. E é a primeira vez que percebo que eu poderia não apenas estar feliz, mas grata, pelo universo ter me redirecionado em meu caminho.
Sua voz sexy é abafada pelo travesseiro.
– Por que você está me trazendo café da manhã na cama?
Dou um tapa na sua bunda, e a carne não se move nem um pouco.
– Porque você se parece com todas as minhas fantasias e alimentar você faz todo o meu corpo se renovar. É uma coisa feminina. Vamos, beba.
Ele se senta, olhando com aqueles olhos azuis, e pega o copo. É um shake de proteína feito com tâmaras, e eu adoro tâmaras. Elas têm gosto de caramelo e posso comer vinte delas de uma tacada quando desce minha menstruação e surge aquela fome incontrolável.
– Isso é bom pra caralho – ele diz, e volta a beber.

Sorrio ao vê-lo beber o resto, sentindo-me aquecida. Adoro a forma como ele come, realmente bem. Seu corpo gosta dele por isso, assim como sua pele. Nunca vi Chris comer junk food. Mesmo quando ele está usando o serviço de quarto, é sempre legumes e peixe ou carne para ele. Acho que ele não gosta de guloseimas. Isso mostra disciplina e responsabilidade com o seu corpo, e eu o admiro por isso. Sua luta é agressiva para suas células e exige muito das adrenais, que é a fonte de energia que as células produzem, e eu acho maravilhoso o fato de que ele se alimenta corretamente logo após as lutas. Ele é um atleta de coração, mente e corpo, e é incrivelmente gostoso pra mim.
Meu telefone dá um sinal enquanto ele traga o último gole, e a mensagem é a resposta de Kate para minha mensagem de texto. Imaginando que ela deveria estar correndo, deixei de lado para responder mais tarde.
– É Kate, a minha amiga. Ela está animada porque houve alguma ação entre mim e você. – Eu sorrio.
Ele ri, um som delicioso e incrível, então fica sério, seus olhos tão carinhosos em meu rosto que minhas entranhas derretem.
– Você sente falta dela?
Concordo com a cabeça e quero contar que ela conhece Alayna, e que ela é como o meu psiquiatra, mas de repente ele se lança para fora do quarto. Começo a recolher meu equipamento atlético, então ele retorna.
– Diga a ela para se apresentar no balcão da Southern com o código que está neste papel. Há uma passagem em seu nome para que ela possa nos encontrar em Chicago. Eu vou cuidar do quarto dela no hotel.
– Não! – digo em pura descrença emocionada.
Sua resposta com duas covinhas vai direto enrolar meus dedos.
– Chris, eu...
Não sei o que eu quero dizer, mas na verdade sei.
Quero que este homem saiba que sou absolutamente louca por ele, que não vou desistir se ele ficar... excessivo. Mas estou com muito medo de ser a única a dizer algo assim... duradouro.
Se eu disser a palavra que começa com A, o que isso vai significar para o meu futuro? Quero que ele se concentre.
Quero o meu lutador campeão. E quero que ele diga a palavra com A para mim não porque a ouviu antes, mas porque, no fundo de seu mundo emocional complicado, ele está certo de que sente isso por mim.
– Por que você está fazendo isso? – pergunto então.
Uma sobrancelha escura é puxada para cima, quando ele vem com suas duas covinhas.
– Por que você acha? – Ele beija minha orelha e fala bem baixinho em meu cabelo: – Porque a sua bunda fica deliciosa naquelas calças apertadas que você veste. É uma coisa de homem.
Uma risada me escapa, e suas covinhas se aprofundam. Ele me puxa para perto e me cheira, e eu enterro meu rosto e sinto o cheiro de seu pescoço, então nos afastamos com um som que é um gemido mútuo. Vou para o meu antigo quarto para me trocar, e no caminho mando uma mensagem para Kate:
Meu homem é tão louco por mim que arrumou uma passagem pra minha melhor amiga ir me encontrar em Chicago. Por favor, não agradeça com nada sexual porque: a) vou ter que matar você e b) é isso que eu vou fazer mas c) ainda tem o Taylor e o Sawyer.
Kate: Meudeus meudeus! Você está falando sério? Eu vou precisar dar um trato na chefinha para que eu
possa ir!

Ana: Dê um belo trato nela! Estou morrendo de vontade de ver vc!
A ideia de ver Kate me fez sorrir e fez minhas entranhas borbulharem o dia todo. Preciso urgentemente falar com ela ou vou explodir com o que estou sentindo.


2 comentários:

:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :| :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd



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