LPA Capítulo 10

em domingo, 30 de janeiro de 2022

 Capítulo 10



MIAMI NÃO É TÃO QUENTE

Ana
Estamos voando para Miami hoje.
O pessoal na parte da frente do avião está falando de Scorpion e da “quase luta fora do ringue” que rolou na noite anterior. Sento-me no assento de trás com ele, como parece estar se tornando o costume, e nós dois trouxemos nossos fones de ouvido. Ele está com seu iPod na mão e já procura as canções, enquanto eu procuro as minhas, sem muita certeza se a música que estou escolhendo será ouvida por mim ou por ele.
No carro a caminho do aeroporto, ele estende o braço e sussurra:
– Conserte meu pulso pra mim.
Ele tem o pulso mais grosso que já vi, e assim que começo a mexer, percebo que era uma desculpa para que eu o tocasse, porque o pulso parecia estar perfeitamente flexível, e isso faz minha xota se apertar quando me lembro. Será que ele quer sentir meu toque tanto quanto quero sentir o dele?
– Ponha uma música pra mim – ele fala baixo agora. Incrível como apenas um olhar dele faz meu coração pular.
Concordo com a cabeça, mas não sei muito bem o que colocar para tocar. Ele está pesquisando também, e vejo que também hesita.
Nenhum dos dois está mais sorrindo. Nenhum de nós tem sorrido desde ontem. Quando quase fizemos algo louco e... maravilhoso.
Ainda estou procurando por uma música quando ele me entrega seu iPod e eu conecto meus fones de ouvido para ouvir, e a música que começa é “High on You”, do Survivor. Ela me leva de volta para sua primeira luta enquanto presto atenção na letra.
A canção toca no meu ouvido, parecendo alegre, otimista, divertida, me lembrando de como eu fiquei olhando ele lutar, e, mais tarde, como a multidão se concentrou ao nosso redor e como sua mão tocou a minha, e como nós nos sentimos eletrificados...
Estou me sentindo tão igualmente travessa e frustrada, e só quero ver o que ele vai fazer se eu fizer algo louco, então procuro uma música muito divertida, das antigas, que eu ouvi recentemente em um episódio de Glee, chamada “Anyway You Want It”, do Journey, e passo a ele.
Ele começa a ouvir com um sorriso, e quando percebe que o coro está basicamente dizendo que ele pode conseguir “aquilo” do jeito que gostaria, levanta os olhos para mim. Há uma pergunta dentro daqueles olhos, e seu olhar salta sem parar entre os meus olhos e lábios, até descer e ficar em meus lábios. Eu passo a língua neles, e noto que os olhos crescem, como se aumentassem de tamanho.
– Chris – Taylor chama lá da frente.
– Ele está com os fones de ouvido, não consegue ouvir – respondo. Eu conseguia ouvir porque a minha música já tinha acabado.
– Jesus, pare de provocar o cara, Anastasia. Especialmente se você não for...
Uma risada me escapa, e Chris, alheio ao que Taylor disse, parece profundamente absorvido comigo e com a música.
Não sei o que significa seu olhar, mas ele mergulha sua cabeça mais perto.
– Manda outra – ordena, seus olhos azuis sombrios me olhando fixamente.
Hesito por um instante, mas por dentro estou borbulhando de desejo e malícia, então mando outra das antigas que parece apropriada, “All I Wanna Do Is Make Love To You”, de Heart.
No momento em que o refrão começa, percebo que suas pupilas ficam amplamente dilatadas. Minha respiração falha, e percebo que, ao tocar essa música, estou basicamente implorando que o homem faça amor comigo, que ele diga que vai...
A ansiedade no olhar faminto no rosto de Chris me faz deslizar para trás no assento enorme, quando ele se inclina para frente. Seu olhar se detém no meu enquanto ele mergulha sua cabeça de cabelos escuros, seu olhar tão quente, que me galvaniza.
Ele desliza a mão em volta da minha cintura e me traz um pouco mais perto dele, inclinando a cabeça e apertando os lábios em meu ouvido. Acho que ele beijou minha orelha. Minhas terminações nervosas cantam quando ele pega seu iPod e coloca a música para mim. Ele toca “Iris” de novo, observando como cada batida rouba minha respiração novamente, e a letra me faz querer chorar.
Inundada pelo desejo, mantenho seu olhar enquanto a música toca, e seus olhos são tão ardentes e me consomem tanto quanto as palavras que estou ouvindo. Quando a música termina, ele retira os meus fones de ouvido e tira os dele,
sua respiração escarpada e desigual ao se inclinar para mim e beijar minha orelha novamente.
– Você me quer? – pergunta, com uma voz gutural que faz os pelos de meu corpo ficarem em estado de alerta.
Concordo com a cabeça ferozmente contra sua cabeça, e suas mãos se apertam em torno de meus quadris. Ele abaixa a cabeça no meu pescoço e me cheira. Um tremor me invade subitamente, e sou tomada pela certeza súbita de que hoje à noite, hoje à noite após a primeira luta em Miami, Christian vai fazer amor comigo.
Pelo resto do voo, ele mantém o braço em volta dos meus ombros e me puxa para o seu lado, e continua fazendo preliminares sexuais em meu ouvido, o único lugar onde os outros não podem ver realmente o que ele está fazendo para mim. Ele puxa minha orelha com os dentes, lambe a curva dela, e se esquece totalmente de tocar músicas para mim.
Enquanto estremeço desenfreadamente, molhada e me contorcendo, continuo olhando para os jeans, que quase estouram com a plenitude de sua ereção. O volume forçando o brim é tão impressionante que a minha mão começa a coçar, minha língua quer saboreá-lo, lambê-lo, minha xana desesperada de desejo.
Chegamos ao hotel cinco estrelas, e a combinação inebriante de expectativa e excitação com a qual vim lutando vai às alturas quando percebo que Christian reservou minha hospedagem na suíte presidencial de dois quartos com ele. Quando as chaves são entregues, todo mundo parece notar a mesma coisa.
– Espero sinceramente que você saiba onde está se metendo – diz Taylor, em um sussurro preocupado, franzindo a testa de preocupação.
Os olhos de Gail estão quase cheios d’água quando ela me puxa de lado pelo saguão.
– Oh, Ana, por favor, reconsidere dividir um quarto comigo de novo.
Sawyer vem e olha para mim com toda a abertura, dando um tapinha no meu ombro como se eu estivesse indo para a guerra.
– Ele está tentando o máximo que já vi por você, Anastasia.
As atitudes deles não me confundem, de fato.
Sei que eles estão preocupados que isso acabe mal. Sou funcionária de Christian e apenas temporariamente, e ele tem uma má reputação, com toneladas de evidências por trás dele. Ele, obviamente, tem mau gênio e pode se revelar alguém bem difícil de aturar. Mas mesmo sendo assim tão forte, sei instintivamente que ele nunca irá me machucar, e nunca fez nada para demonstrar o contrário. O resto não importa agora. E não me interessa de maneira nenhuma. Eu quero esse homem. Com uma força que não senti em mais de seis anos. E vou atrás disso.
Talvez eu tenha um botão vermelho de autodestruição também?
O que me deixa nervosa a respeito do que vai acontecer me abala ao subirmos para nossos quartos para nos aprontarmos para a luta, e de uma hora para outra preciso tanto de Kate que tiro meu telefone da bolsa e começo imediatamente e escrever para ela, porque já faz dois dias desde a última vez.
Ana: Como tá minha amigaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa?
Kate: Saudade! Mas te perdoo se me contar que jah comeu o bonitão sexy!
Ana: Ooowwwnnn
Kate: Quê? Já comeu?
Ana: Kate...
Kate: Que foi? Que foiiiiiiiii?
Ana: Acho que estou me apaixonando por ele
***
Ele destruiu Miami como um tsunami.
Estamos de volta de sua primeira luta, e eu ainda estou sem fôlego de alegria. Christian mal foi atingido de raspão por seus oponentes. Ele tinha uma sobrecarga de energia, seu corpo preciso e tão poderoso nem sequer teve que dar muitos socos para derrubar seus oponentes. Ele passou por cima de cada um deles como se estivesse em férias, e até o final da noite as pessoas gritavam de alegria e até mesmo o locutor estava fora do ar.
– Que esses pobres homens descansem em paz, porque esse cara sabe bater! E sabe arrebentar! Arrebentar suas cabeças, arrebentar você! O Arrebentador, senhoras e senhores!
Mesmo Sawyer estava tão animado lá de seu canto do ringue que escalou as costas do treinador e ergueu os punhos no ar, gritando a plenos pulmões. Enquanto isso, Taylor parecia ter deixado para trás seu eu responsável em Atlanta, porque antes de sairmos do Underground, ele declarou:
– Devemos celebrar, porra!
Antes mesmo de Christian saber o que tinha acontecido, já havia uma multidão indo conosco para o hotel em doze carros diferentes. Portanto, agora estamos na suíte presidencial com o que parece mil estranhos, mas é claro, não é possível que haja tanta gente assim. E, na verdade, Taylor diz que a maioria dessas pessoas já festejou com Christian, por isso eles são estranhos apenas para mim.
A multidão é tão grande, as pessoas estão até espalhadas no corredor, fazendo tanto barulho, que eu não posso
deixar de pensar que é uma bênção que as outras duas enormes suítes presidenciais no último andar do hotel estejam vazias, ou então nós provavelmente estaríamos à procura de outro lugar para dormir esta noite.
Estou desapontada por não ter sido capaz de vê-lo depois que ele tomou banho e se trocou. Ele está cercado por admiradores e foi trazido para o hotel por um grupo de velhos amigos de Miami, que deixaram que ele guiasse a Ferrari que um deles comprou.
Agora, enquanto passo pelas pessoas amontoadas no que supostamente deveria ser a minha suíte e de Christian, me pergunto se eu deveria participar da folia e me jogar e ficar bêbada, quando aplausos irrompem pela entrada, e são seguidos por gritos inconfundíveis que apenas um homem que conheço poderia provocar. Ele entra na sala carregado nos ombros de quatro rapazes. Meu coração falha. Ele tem um grande sorriso no rosto, o arrogante Chris à décima potência, no alto de suas vitórias, e as mulheres gritam excitadas:
– Chris! Chriiiiiis!
– É isso aí, quem é o cara? – ele grita, e soca o punho no peito.
Eu rio, completamente absorvida por isso, encantada e hipnotizada por ele. A aura que emana faz com que ele brilhe como um sol. Se agora ele dissesse que pode voar, acho que todos nós acreditaríamos. Todos os presentes parecem magnetizados por ele, impotentes e gravitando para onde ele está. Ele me vê, e seu sorriso amolece e seus olhos acendem um olhar estranho, com fome, e de alguma forma brilhante.
– Anastasia.
Ele pula dos braços dos rapazes e me chama, e a multidão se abre para que eu possa passar. Ele sorri para mim, e seus olhos azuis se prendem nos meus enquanto ele caminha lentamente para frente e me encontra no meio do caminho.
Christian levanta-me em seus braços poderosos e me gira ao redor, e então me beija.
No instante em que toma meus lábios, fogos de artifício disparam no meu corpo.
Todo o desejo reprimido de dias e semanas soma-se a este momento em que tudo o que sou, e tudo o que eu quero, é reduzido a isso. Puxo a cabeça de Christian Grey para mais perto da minha enquanto abro a boca e deixo que ele dê tudo o que quiser, para mim.
Seu beijo gira meu estômago em um redemoinho selvagem. Ele me segura firmemente pelos quadris e move os lábios com habilidade, esfregando a língua na minha. Um estrondo vibra no fundo do seu abdômen quando me traz mais perto e me obriga a sentir sua ereção, ao mesmo tempo que inclina a cabeça e fode minha boca como se não houvesse amanhã.
Pessoas gritam alto nas proximidades e quando lhe dizem “Vai comer essa buceta!”, Christian se afasta. Ele respira pelo nariz enquanto arrasta sua boca no meu ouvido, onde sussurra com voz quente e rouca:
– Você é minha hoje.
Um gemido febril me escapa. Ele colhe meu rosto naquelas mãos enormes que me fazem parecer frágil e pequena, e avidamente recaptura minha boca. Mas desta vez, mais lentamente, como se eu fosse valiosa e preciosa.
– Hoje você é minha.
Olha para o meu rosto, os olhos fervendo de desejo. Acho que concordei com a cabeça, mas estou muito instável para ter certeza. Uma febre escaldante se libera por meu corpo. Minhas pernas não vão parar de tremer enquanto todas as minhas células não gritarem de tesão, porque eu o quero agora. Eu o quero agora.
– Chris, eu quero você, me coma! – grita uma mulher, mas ele a ignora, ignora tudo. Menos eu.
Com olhos escurecidos, ele raspa os lados do meu rosto com as pontas de seus grandes polegares calejados, então espalha os dedos abertos sobre meus cabelos enquanto me beija de novo, nossas bocas quentes e úmidas ao mesmo tempo em que se misturam, sedentas e ansiosas. Aperto o cinza suave da camiseta dele em meus punhos, morrendo com as sensações. Não me importo com quem está assistindo, alheia às coisas pornográficas que estão falando. Eu não tinha percebido o quanto quero isso, preciso disso, até que esses arrepios começaram a ondular em mim, e me vejo em um fluxo sob sua boca insistente, o olhar dele que me faz sentir como se fosse a única mulher existente para ele.
– Leve ela pro seu quarto, Grey! – grita alguém. Mas ele parece absorto só em mim, e eu nele.
Segurando-me de forma protetora em seus braços fortes, ele escova meu cabelo para trás enquanto seus lábios se movem ao longo da curva nua do meu pescoço, os dedos deslizando para cima em minha nuca, e ele mais uma vez, como um mantra, fuça em meu ouvido e diz:
– Minha. Hoje à noite.
– Você também. – Seguro seu maxilar e procuro seu olhar escuro quando, subitamente, ele é agarrado por quatro homens que de modo rápido o balançam no ar mais uma vez.
– Chris, Chris! – eles cantam em uníssono. Risos me preenchem e bolhas de felicidade explodem dentro de meu peito. Estou feliz por mim. Por ele. Por esta noite.
Perto dali, Taylor e Sawyer estão assistindo à cena com rostos tão sombrios e preocupados que até parece que estão enterrando alguém.
– Divirtam-se, caras! – digo, rindo, quando me aproximo. Muito possivelmente, meu avô devia se divertir muito mais que esses dois numa festa. Mas eles apenas balançam a cabeça e continuam bem tristes.

– Ele está ficando acelerado – Taylor murmura para que, principalmente, Sawyer o ouça.
– Eu sei, cara. Merda.
– É. – Taylor coça a cabeça. – Fui eu mesmo que instiguei essa festa?
– Prepare-se para um pouso forçado – retorna Sawyer, e então ele desce o corredor, jogando a cabeça de um lado e de outro.
A confusão me atinge.
– O que há de errado? – pergunto a Taylor.
– Nada. Ainda. – Ele olha para seu relógio, então para Christian enquanto volta ao bar. – Mas nada deve sair de uma forma de que ele não goste, ou então estaremos em apuros. Grandes apuros.
Olhando em volta, vejo que há apenas sorrisos e gargalhadas enquanto um rock louco sai do iPod de Christian pelos alto-falantes da suíte. De fato não sei com o que esses dois estão se preocupando. Todo mundo está se divertindo, e Christian trabalha tão duro quanto qualquer pessoa que eu já conheci. Ele merece se soltar. Sim, ele está um pouco agitado demais, mas para mim é óbvio que é resultado da luta que ele ganhou, e a isso se adicionou a mesma coisa que fez com que nós dois, Christian e eu, ficássemos nos contorcendo como cobras por semanas.
Durante todo o dia de hoje, quando viemos colocar a nossa mala em nossa suíte, e descemos para almoçar com a equipe, e ele se preparou antes da luta, a cada instante desses momentos nossos olhos ficaram buscando um ao outro de modo selvagem, e assim que se encontravam, as faíscas saltavam entre nós em arcos tão poderosos que a necessidade de estar com ele me corta como chicotadas. Mesmo durante a luta, quando ele se virou para olhar para mim antes de começar, seus olhos azuis ferviam com um apetite feroz para me ter. Sei que ele sente a mesma fome que sinto agora, enquanto espero, febril, em antecipação por esta noite. Meu corpo se agita na excitação, e depois de uma luta incrível, sei
que Christian está zumbindo como um louco. Ele está todo excitado. Bolado e preparado.
Sua energia é tão poderosa hoje à noite que ele realmente suga cada célula e átomo do meu corpo, me banhando na pura consciência feminina de sua masculinidade quente.
Agora vejo como ele derrama algumas doses de tequila por trás do bar, e uma loira impressionante ao seu lado espreme suco de limão em seu decote e adiciona um pouco de sal, apertando em seguida um copo entre seus peitos bem
espremidos. Ela puxa o pulso de Christian para que ele venha buscá-lo, e o ciúme aperta todos os meus músculos internos, que apenas se soltam quando Christian agarra o homem mais próximo e empurra o rosto dele em seus seios, rindo alto e viril e pegando os dois copos que ele tinha servido e começando a voltar para mim.
Seus olhos prendem os meus, e ficam escuros e selvagens. Tão escuros e selvagens como a agitação nas minhas entranhas. Ele não parece querer festejar com ninguém além de mim, e esse reconhecimento me atinge nos joelhos. Entre as minhas coxas, fico mais sensível, molhada e inchada.
Ele carrega um saleiro e limões em uma de suas mãos.
– Venha aqui – diz ele, áspero, mas suave, enquanto coloca os dois copos num console perto da entrada. Ele coloca a fatia de limão entre os lábios, e dobra a cabeça para passá-lo para mim. Abro a boca e o suco de limão derrama-se em mim, da boca dele, então ele joga fora o limão e enfia a língua na minha boca. Ele geme, nós dois gememos, enquanto relaxamos e nos beijamos, lambendo um ao outro, até que ele geme mais uma vez e dá um passo atrás para entregar o meu copo.
Nunca fiquei bêbada com ninguém, e subitamente fico feliz por ser com ele. Uma alegria imprudente corre pelas minhas veias. Sinto-me travessa e impulsiva, fazendo tudo o que nunca fiz. Tomando o copo entre os meus dedos, bebo o líquido e sinto que ele queima em minha garganta, e quando ele me dá o limão de novo, estou absolutamente louca de excitação.
Repetindo a mesma coisa que ele fez, prendo a fatia de limão na minha boca e ele se abaixa e chupa o suco de limão de mim. Um gemido escapa-me quando ele joga o limão longe e o substitui por sua língua. O tesão me rasga, e meus braços vão ao redor de seu pescoço.
O copo vazio bate no chão ao mesmo tempo que ele agarra minha bunda, me leva até o console, desliza entre minhas pernas, e enfia a língua na minha boca.
Ele empurra seus quadris e sua dureza contra mim, o desespero em movimento atirando relâmpagos por todo o meu corpo.
– Você cheira tão bem... – Ele roça meu ouvido. Suas mãos se apertam nas minhas coxas enquanto ele se esfrega todo rígido contra mim. Sua boca sobe até minhas têmporas, depois até meu queixo, e seus lábios descem rápidos e febris sobre os meus.
– Eu quero você agora. Não posso esperar pra me livrar dessas pessoas. Como você gostaria, Anastasia? Forte? Rápido?
– De qualquer maneira que você quiser – murmuro, intoxicada com a sensação de seus braços, de sua boca e do roçar, através de nossas roupas, de seu sexo contra o meu sexo. Acho que as minhas palavras o fazem se lembrar da música que toquei para ele, porque geme e abaixa a cabeça para mordiscar levemente meu lábio inferior.
– Espere aqui, pimentinha – ele diz, e abre caminho para o bar.
Tomamos uma segunda rodada de tequila, e ele vai depois buscar uma terceira e uma quarta rodadas, e estou definitivamente tonta na quarta. Eu nunca tinha enchido a cara antes, e não acho que o meu organismo esteja equipado
para lidar com isso. Minha cabeça gira quando o vejo ir buscar a quinta rodada com um sorriso tonto. Alguns dos homens mais uma vez o agarram e o atiram para o ar, gritando: “Quem é o cara? Quem é o cara?”.
– Podem apostar que sou eu, seus filhos da puta!
Eles o colocam de pé perto do bar, e então começam a gritar, empurrando um enorme copo de cerveja para ele, gritando com cadência, e com os punhos batendo no granito: “Chris-ti-an! Chris-ti-an! Chris-ti-an!”
– Calma aí, rapazes – diz Taylor ao se aproximar, tentando acalmar as coisas.
– Quem diabos é esse nerd? – diz um cara barbudo, e Christian o agarra e o empurra contra a parede tão facilmente como se ele não pesasse mais que um bebê prematuro.
– Ele é meu irmão, sapo. Mostre respeito, caralho!
– Calma, cara, eu estava apenas perguntando!
Christian deixa-o cair no chão e volta para encher nossos copos de tequila.
Sei que ele vai voltar com mais doses, mas as pessoas continuam a detê-lo, e meu estômago está fazendo barulho.
Não consigo sentir a minha língua, e tenho certeza de que preciso vomitar.
Cobrindo minha boca, corro para o banheiro do menor porém mais próximo quarto, e ignoro o casal transando na cama. Disparo mesmo para o banheiro, bato e tranco a porta, e depois caio ao lado do vaso sanitário, seguro o meu cabelo e mal consigo levantar a tampa quando coloco minhas tripas para fora.
Cinco minutos mais tarde, ainda estou nele, ofegante, quando começo a ter um surto de piedade de mim mesma. Ali mesmo no banheiro.
Deus. Meu estômago. Meu pobre fígado. Pobre de mim. Estou tão feliz comigo mesma por ter feito trilhas na adolescência em vez de beber essa coisa que mata você. Não consigo acreditar que a Kate gosta de fazer isso. Gemo miseravelmente enquanto a náusea volta à minha garganta. Penduro minha cabeça no vaso sanitário mais uma vez e em convulsão tudo sai rasgando de dentro mim.
Quando acho que acabou, tudo é um borrão e eu ainda estou tonta. Lavo a boca e procuro minhas vitaminas nas coisas que tinha deixado neste banheiro caso preferisse não dividir o banheiro com Christian, o que parece ser um grande plano agora que eu posso passar a noite toda vomitando. Pego um complexo B de cor vermelha e um mix de vitaminas C e engulo, e penso que deveria começar a me hidratar, mas sinto preguiça de ter que ir buscar um copo de água, então em vez disso puxo a descarga uma terceira vez, fecho a tampa e deito minha cabeça nela, para o caso de ficar enjoada
novamente. Pego o telefone e mando um SMS para Kate:
Estou uma merda! @ bêbada que nem gambba! Mas vou ffoder o chris se sobreviver a tequila!
Então acho que apaguei.
Quando acordo, minha cabeça pulsa e o barulho lá fora na suíte presidencial é ensurdecedor. Tenho o bom senso de lavar minha boca, acalmar os emaranhados no meu cabelo e lavar minhas mãos. Espio dentro do quarto e os amantes se foram, então vou para a sala em direção ao barulho. Não. Barulho não. Pandemônio.
Pisco algumas vezes, com os olhos incrédulos, para tentar absorver a cena que está diante de mim. Não sei o que aconteceu, mas alguma coisa definitivamente aconteceu. Penas de travesseiros rasgados estão espalhadas por todos os lugares. Cacos de vidro estouram sob meus pés enquanto caminho. As pessoas estão se empurrando umas contra as outras, bêbadas e em pânico, na tentativa de salvar-se de alguma coisa. Então eu o vejo.
Christian “Arrebentador” Grey, o homem mais sexy do mundo, está jogando longe tudo o que está em seu
caminho, e berrando a plenos pulmões:
– Que porra vocês disseram a ela sobre mim? Onde caralhos ela está? – enquanto Taylor, sem paletó e sem gravata, está desesperado para acalmá-lo. Christian atira um decantador de cristal contra a parede, que estilhaça com um ruído fantástico, e as pessoas gritam de medo e riem, ao mesmo tempo que Sawyer está ocupado, mandando-as para fora da suíte pelas portas abertas.
Minha embriaguez instantaneamente desaparece, ou pelo menos cai cerca de cinquenta por cento, e com o choque estou quase totalmente sóbria. Entro em ação e começo a empurrar todos os corpos que entram em contato comigo porta afora.
– Fora, fora, fora! – grito como uma alma penada.
Christian ouve a minha voz, se vira e me vê. Seus olhos brilham com algo selvagem quando larga atrás de si o abajur que tem na mão, que bate no chão com uma grande explosão de vidro, e começa a caminhar na minha direção. Mas Taylor o pega no caminho, puxando desesperadamente seu braço.
– Viu, cara? Ela assinou um contrato, lembra-se? Você não precisa destruir o hotel, cara. – Quando Christian olha nos meus olhos com uma expressão de dor pura, Taylor enfia algo em seu pescoço, e as pálpebras de Christian vibram.
Sua cabeça despenca para frente, e eu congelo de horror completo. Nuvens de confusão impedem qualquer pensamento racional quando tento processar o fato de que Taylor, o suave Taylor, acaba de dar uma injeção na jugular de Christian.
Sawyer continua empurrando as pessoas para fora do quarto enquanto Christian despenca para baixo e Taylor se esforça para sustentá-lo contra a parede mais próxima. Quando conseguimos fazer a última pessoa sair, Sawyer passa um dos
braços de Christian em torno de seu pescoço, enquanto o outro fica com Taylor. Os pés de Chris se arrastam debaixo de seu corpo quando os dois começam a puxá-lo para o quarto principal. Ao ouvir sua bela voz masculina, percebo que ele não só parece bêbado agora, mas superdrogado, seu timbre baixo e quase ininteligível.
– Não deixa ela ver.
– Não vamos deixar, Chris.
A cabeça dele pende para frente, como se ele não tivesse forças para suportá-la.
– Não deixe que ela veja.
– Sim, cara, entendi.
Um pavor gelado se espalha por minhas entranhas enquanto ando como uma sonâmbula, aturdida, e o sigo até a porta. Fico ali na entrada, dividida entre ir atrás dele e a minha confusão total sobre o que está acontecendo, mais o meu TOC, que exige que comece a limpar essa bagunça, e também as doses de tequila, que me fazem sentir como uma idiota.
– O que há de errado com ele? – pergunto a Taylor quando os dois saem do quarto. Sawyer vai direto ao telefone.
– Ele está bem, apenas um pouco acabado. – Taylor segura o trinco e fecha a porta.
E de repente fico preocupada e seguro o braço de Taylor como uma tábua de salvação.
– Não me venha com essa merda. O que ele não quer que eu veja?
Minha voz está tremendo, mas estou tão assustada e bêbada e sexualmente frustrada, que acho que se ele não me responder vou entrar lá e esmagar o que ainda sobrou intacto em Christian.
Taylor hesita, e depois tira o braço das garras da morte nas quais o prendi.
– Ele não quer que você o veja.
Fico atordoada e sem palavras, mas a minha necessidade de me certificar de que Christian está bem é avassaladora e ainda tento entrar, mas Taylor rapidamente me puxa de lado.
– Veja, ele tem estado acelerado desde que você chegou, e esse tipo de coisa acontece depois dessa aceleração toda. Tudo o que ele precisa é de algum tipo de contato físico para fazê-lo se sentir bem, tirá-lo desse estado, e logo ele fica melhor. Sabíamos que estava chegando, era apenas uma questão de dias. Isso sempre começa quando ele não consegue se acabar no ringue. E o fato de que ficou arfando atrás de você como um cachorro no cio não ajudou, Anastasia.
– E quem deu o direito a você de ficar injetando essas coisas na veia dele, Taylor? – exijo, cambaleando em fúria em nome de Christian.
– Ele mesmo. E milhares de quartos de hotel destruídos, Anastasia. Já estou com ele há dez anos, e Sawyer idem. Ele é o cara de mais alta manutenção que você vai conhecer na vida.
Sawyer caminha até nós com uma expressão vazia.
– Já estão a caminho.
– São quantas? – pergunta Taylor.
– Três. Novidades. Pra ver se isso vai estimular o apetite teimoso dele.
Quando percebo do que eles estão falando, imediatamente quero socar os dois.
– Três novas o quê? Putas?
Com um novo vislumbre de preocupação, Taylor dá um tapinha no meu ombro como para me apaziguar.
– Este é o protocolo padrão, certo? São mulheres limpas e muito caras. Ele nem se importa quem são. A gente não deveria ter deixado ele passar tanto tempo sem transar, especialmente com você por perto. Desculpe ser tão explícito, mas temos que corrigir esse problema agora, e ele não vai conseguir lutar desse jeito amanhã. Vai ser um milagre se ele sair da cama.
Algo sombrio e doente se agitou dentro de mim, prendendo-se violentamente em meu peito.
– Eu não quero essas mulheres aqui – digo a ele, numa calma enganosa.
Talvez eu não tenha uma palavra a dizer sobre o assunto, mas lembro-me do beijo de Christian nesta noite, o toque suave de suas mãos. Suas palavras. Hoje você é minha.
A imagem vívida de seu corpo entrelaçado com o de outra mulher me faz desejar voltar ao banheiro e vomitar de novo. Estou um pouco bêbada, ou então de ressaca. Não sei. Mas meu coração dói e meu estômago se agita com o simples pensamento de alguém tocando-o. E de repente preciso cobrir minha boca e correr para o banheiro novamente, para valer.
Passei os dez minutos seguintes lá, depois lavei a boca de novo, limpei tudo e saí de volta para a sala no momento em que as malditas prostitutas chegavam. Sawyer parecia ter descido ao saguão para buscá-las – afinal, nenhum hotel respeitável iria permitir que essas mulheres subissem sozinhas –, e quando Taylor abre a porta para elas, que entram com seus perfumes fedidos e bijuterias brilhantes, eu engasgo, me sinto enjoada e tonta outra vez.
Elas são lindas demais, e percebo horrorizada que talvez eu seja do tipo de bêbado que começa a gritar com as
pessoas e depois a chorar, porque sinto vontade de fazer as duas coisas. Estou tão furiosa que vou à frente e detenho as mulheres apenas com dois passos para dentro da sala, e as três param quando veem meu cabelo desgrenhado e meu olhar zangado.
– Nós não precisamos mais dos seus serviços, senhoras. Sinto muito por seu tempo, e aqui está pra cobrir as despesas com o táxi.
Agarrando cem dólares da carteira do Sawyer, que era o mais próximo e também o idiota que teve a ousadia de chamá-las, empurro as mulheres para o corredor e bato a porta na cara delas. Então me viro, uma carranca mordendo meu rosto:
– Esta é a última vez que você chama vagabundas quando ele está assim – digo, colocando um dedo ameaçador na cara dele, meu coração batendo em pura raiva e proteção. – Sei que não estou em condições de tomar decisões aqui, mas nem ele está. Ele não quer essas mulheres! – e choro.
Os homens, ambos completamente sóbrios e sempre bem arrumados em seus trajes de “guarda-costas”, de terno e gravata – exceto Taylor, que perdeu a forma hoje –, ficam apenas me olhando em total confusão, fazendo-me sentir como se eu tivesse enlouquecido.
Bem?
Enlouqueci?
Não tenho certeza. Mas meu peito dói por causa do homem no quarto principal e meus seios sobem e descem por causa de minha respiração rápida, enquanto luto para ficar de pé. Eu sei o que esses caras estão pensando. Eu sei que eles querem saber por que diabos não deixei as mulheres entrarem. Eles pensam que eu quero foder Christian, e que eu penso que ele realmente me quer. Pode ser que eu pense isso. Quero desesperadamente pensar que sim. Não quero só transar com ele, mas tenho também sentimentos complicados e profundos por esse cara.
Mas o pensamento de outra mulher tocando-o me dá vontade de cuspir fogo. Não interessa que ele não seja meu. O que me importa é que agora Taylor injetou alguma coisa nas veias dele, seu corpo maravilhoso está em modo de espera e seu cérebro está apagado. Se eu puder deter esse pesadelo, farei isso, e acabo de já fazer algo.
– Não estou bêbada agora – atesto para os homens porque eles continuam olhando para mim.
Ambos suspiram.
– Vou pra cama, para o caso dele começar de novo quando a coisa desaparecer – diz Sawyer, e vai em direção à porta.
– Não entre lá – me adverte Taylor, apontando para o dormitório principal. – Durma no outro quarto. Ele provavelmente não vai se lembrar de nada do que você disser agora, e se o que demos a ele desaparecer muito cedo, ele pode ficar mais difícil do que você pode imaginar.
– Tudo bem – minto, e vou para o quarto menor para vestir o pijama, mas não posso deixar as coisas assim.
Somente Christian e eu estamos na suíte, e quando a porta se fecha atrás de Taylor, sei que estamos sozinhos.
Abrindo meu caminho através do campo minado de cacos de vidro, e deixando de lado a compulsão para limpar tudo, vou para o quarto principal. Minha pulsação é um tambor frenético batendo em minhas têmporas quando vejo a cena. As cortinas estão parcialmente abertas, e sinto uma onda de sentimento de posse e de proteção tomar conta do meu corpo quando vejo sua forma na cama, fracamente iluminada pelos brilhos da cidade. Digo a mim mesma que só quero ter certeza de que ele está bem. Mas estou tão ligada e preocupada que temo que vê-lo não vai ser suficiente, e vou precisar procurar a pulsação dele, ou coisa assim.
Entrando silenciosamente, prendo a respiração, e com todo o cuidado para não fazer barulho, fecho a porta atrás de mim.
Tiro os sapatos e me aproximo com passos leves, enquanto minha visão se ajusta às sombras. Ele está de bruços sobre a cama, e quando geme meu coração vai à loucura, de dor. Ouço o farfalhar do lençol e o ranger do colchão quando ele se mexe e sou tão louca por esse homem que poderia comê-lo com uma colher e fazer um monte de outras coisas que nunca quis fazer com mais ninguém.
Minha barriga dói quando me lembro dele dizendo a Taylor e a Sawyer que eu não devia vê-lo assim. Será que ele se preocupa com o que penso dele? Quero mesmo contar pra ele que ele é ainda “tudo isso” para mim. Quero dizer uma porção de coisas bonitas. Como ele luta bem. Que eu o acho a coisa mais sexy que já vi. Que me faz andar nas nuvens com seu beijo. Eu sei que eu também precisava ouvir todas essas coisas quando meu mundo desabou, meu corpo quebrou e meu espírito cedeu, e Kate segurou minha mão e me disse que eu ainda era a número um. Quero que Christian saiba que eu também vou segurar um pôster com orgulho dizendo que sou sua fã número um. Mas não consigo falar com essa bola de emoção na minha garganta. Estou sendo roída pela preocupação de vê-lo desse jeito. E o meu fígado não
está lidando muito bem com tudo, então estou experimentando mil emoções com as quais nem sei como lidar agora. Acho que só quero acariciá-lo e abraçá-lo, mas tenho medo de que ele vá me expulsar se souber que estou aqui.
Eu me inclino mais, nervosa, e coloco a mão em seu ombro. O calor de sua pele lisa escoa em mim conforme sigo para a sua orelha e beijo suavemente seu lóbulo, como ele fez comigo no avião.
O cheiro de xampu e o cheiro natural que ele emana, que me deixa louca de tesão, escoa para dentro de mim e não posso evitar deslizar os dedos pelas costas, sobre a curva em volta de suas nádegas. Ele é tão bonito, meu corpo chora de vontade de conhecer o dele.

Entendo esse protocolo de fazer “esgotar” essa energia extra. Os atletas competem melhor depois de fazerem sexo e isso foi comprovado em muitos casos. Estas semanas com ele têm sido intensas para mim também, e cada dia me sinto mais desesperada e desequilibrada pela dor da negação do sexo.
Levemente, e cheia de arrependimento por nossa noite perdida, toco a curva de suas costas e tremo ao contato de sua pele quente, sedosa e macia, deslizando sob meus dedos. Minha xota se aperta com pura vontade, e uma parte egoísta de mim quer desesperadamente que ele abra os olhos, me veja e me puxe para seus braços até que os dois fiquem exaustos e sem fôlego por causa do que está se acumulando.
Mas outra parte de mim teme que ele vá me mandar embora.
Há uma alta probabilidade de que ele faça isso. Nem mesmo sei por que ainda estou aqui quando fui tão claramente avisada para ficar longe. Talvez eu seja mais fraca do que Christian. Talvez eu seja louca. Só quero estar ao lado dele hoje.
Ele está sedado, enorme e indefeso agora, e eu sei que ele nunca iria me machucar.
O mais silenciosamente possível, vou para a borda da cama e me deito ao lado dele. De repente, ele geme baixinho e rola para ficar de costas, e prendo a respiração quando todo seu belo corpo musculoso é exposto para mim. Minha respiração some.
Sua nudez ao luar me enche de água na boca, e fico úmida no meio das pernas, pernas que parecem feitas de algodão. Posso ver cada músculo de seu corpo, ver onde cada um se liga ao outro, e como sua pele se aperta perfeitamente em cada centímetro. Poderia delinear cada músculo com um lápis. Ele é tão perfeitamente viril, estou extremamente quente e encharcada entre as minhas pernas, e desesperada para sentir seus lábios nos meus, sua língua na minha.
Quero que ele acorde para eu poder dizer que o quero dentro de minha boca, dentro de mim. Quero arrancar as minhas roupas e colar cada centímetro de minha pele na dele. Quero abaixar e tocar e beijar bem ali, onde ele é tão grande e duro como o resto do corpo. Bem ali, onde ele é muito... homem.
Rapidamente, permito que meus olhos o acariciem, por toda a extensão das pernas, pelos quadris estreitos, o belo pau, tão grosso e comprido e aveludado... Subindo pela sexy tatuagem de estrela que eu ainda não tinha visto, subindo pela barriga de tanquinho, o peito rijo, o pescoço grosso e poderoso, e seu rosto tão bonito.
Os olhos estão fechados, os cílios como duas luas escuras contra as maçãs do rosto, o queixo quadrado perfeito, como todo o resto. Passo um dedo pela barba crescida ali.
– Você é tão lindo, Chris.
Ele geme e vira o rosto ao toque, e eu passo meu braço em volta de sua cintura e cubro nós dois, ouvindo sua respiração, seu enorme peito subindo e descendo enquanto aperto meu corpo contra o dele para me aquecer.
Devo ter caído em sono profundo. No momento em que o despertador do telefone celular toca às cinco da manhã, nenhum de nós ouve, e já são dez horas quando Sawyer vem nos acordar, batendo palmas e rindo para tirar nossas bundas preguiçosas da cama, porque Christian deveria ir ao ginásio hoje.
Sawyer demonstra estar mesmo encantado, porque parecia que eu tinha “dormido” com Christian. Ele provavelmente estava ansioso para que o lutador “gastasse” o que quer que fosse, com aquelas prostitutas ou comigo.
E ele perde por completo a visão de nós dois quando ficamos sentados, assim que ele sai do quarto. Christian não parece nada grogue no instante em que me nota do lado oposto da cama. Acho que o meu cabelo está bagunçado e devo parecer amassada em cada centímetro do corpo, que é como me sinto, mas não posso deixar de notar seu belo corpo totalmente nu, a coisa mais incrível que já vi à luz do dia.
Ficamos nos observando durante vários batimentos cardíacos.
Batidas que sinto onde cada beijo que ele me deu na noite passada está gravado, na carne de meus lábios.
A luz do sol jorra pelo quarto, e a cama está desfeita, e nós dois sobre ela, e nossos olhos correndo para cima e para baixo.
Uma vontade desesperada de saltar para cima dele me percorre, e noto o alerta primitivo que se instala em seus olhos enquanto ele calmamente me avalia de cima para baixo, meu corpo tremendo de luxúria dentro de uma velha camiseta da Disney World, cortesia de uma das viagens anuais para “manter a juventude” de Kate.
Seus olhos parecem tão escuros esta manhã, juro por Deus que não há uma mancha de azul naquele olhar caloroso que me devora.
***
Antes de Christian poder perguntar o que estive fazendo em sua cama, me levanto num pulo e vou rapidamente me trocar, insanamente consciente de que seus olhos me seguem pelo quarto.
Mas ele não vem atrás de mim.
– Isso é normal. – Taylor dá de ombros no ginásio quando Christian não aparece depois de duas horas. – Vá fazer alguma coisa hoje, Anastasia. Não faz sentido perder seu tempo aqui e não tomar um solzinho.
Juro, a palavra “sol” não é muito bem-vinda depois de uma noite daquelas, mas concordo e vou andar um pouco em Miami, tentando absorver o mix cultural incrivelmente vibrante dos latinos e muito mais, mas eu simplesmente não tenho energia para isso.

Nunca fiquei de ressaca na minha vida.
É, em definitivo, uma experiência que não quero que se repita nunca mais.
Estou seca, não importa a quantidade de água que beba, e enjoada, com a cabeça nebulosa, fraca e me sentindo mal, mal posso abrir os olhos o suficiente para ver para onde estou indo.
Mas faço um esforço e decido ligar para meus pais do meu celular enquanto vou até as lojas de Midtown Miami.
– Onde você está agora? – minha mãe pergunta. – Seu pai quer saber se você vai ao restaurante ‘não-sei-como-se-chama’ aquele onde só vão estrelas de cinema.
– Mãe, estou trabalhando – respondo. – Não estou de férias. E se você me disser o nome do ‘não-sei-como-se-chama’ daí vou ter uma ideia do que estão falando.
– Oh, não se preocupe! Mas recebemos um novo postal de Alayna! Ela está na Austrália e mandou beijos. Você devia ver a foto da praia, Deus! Aquilo é que é o paraíso. Será que ela viu alguns jacarés de verdade? Ou são crocodilos que vivem lá? Crocodilos ou jacarés?
– Crocodilos, mãe. E acho que têm alguns deles aqui na Flórida, também. Ei, minha bateria está acabando. Ligo no próximo final de semana, tudo bem? Só queria saber notícias de vocês. – Desligo, porque de fato não tinha sido uma boa ideia falar com meus pais hoje. Eles são ótimos e eu os amo, mas são meus pais...
Meus pais são intrometidos e dão palpite em tudo, e, naturalmente, me dão nos nervos.
Fico ainda mais ressentida com o fato de que os seus sonhos para o meu estrelato mundial estremeceram no dia em que meu joelho fez a mesma coisa, e sei que eles acreditam que eu nunca mais serei capaz de ter uma vida “plena”.
Seria muito mais fácil lidar com eles se Alayna fizesse mais do que simplesmente enviar um cartão-postal por mês.
Voltando para o hotel, vejo Gail na loja de presentes, e nós compartilhamos um almoço rápido.
– Taylor me disse que nosso rapaz não está indo muito bem hoje – diz ela, seu tom de voz tanto questionador quanto triste.
Escolho a minha salada e mantenho a hidratação com suco natural de frutas, tudo porque minha cabeça ficou pulsando o dia todo. Sei que meu fígado não está acostumado com o tipo de abuso que recebeu ontem. Eu sempre trato meu corpo gentilmente. Hoje ele está bravo comigo por causa da sobrecarga de álcool, das escolhas alimentares ruins, e do desejo insatisfeito.
– Isso acontece com frequência? – pergunto, erguendo os olhos de minha alface com vinagrete.
Ela confirma.
– Entendo – respondo fracamente, e deposito o garfo. – Será que é porque ele não lida bem com álcool ou é algum tipo de problema com raiva reprimida?
– Eu diria que é um problema de raiva, mas não sei com certeza. – Erguendo o chá gelado, Gail se inclina para trás e dá de ombros. – Sou a que sabe menos sobre isso. Tudo o que sei é que Christian é um cara difícil. – Ela balança a cabeça de forma significativa, e bebe do canudo. – Muito difícil. Por isso eu quero mesmo que você reconsidere antes de... Quer dizer, lógico, a menos que já... ?
– Nada aconteceu, Gail. – Esfrego a testa e peço a conta.
Nós assinamos a conta e ela me convida a ir ao seu quarto para checar algumas receitas, mas prefiro ir à suíte, notando que Taylor e Sawyer mantiveram a porta trancada com o aviso de “Não perturbe” pendurado na maçaneta. Deslizo minha chave e entro para começar, calmamente, a limpar a pior das bagunças.
Levo horas para deixar o quarto com uma aparência de ordem, e assim que reúno todos os cacos de vidro numa pilha perto da porta, chamo a arrumadeira e peço uma dúzia de sacos de plástico para transportar tudo. Depois, me jogo no chuveiro.
Ainda vou dormir na suíte, não importa que Gail tenha oferecido para que eu dividisse o quarto com ela. É que... não posso ir a outro lugar. Eu queria dormir com Christian, e agora que estamos dividindo um quarto pela primeira vez, não vou sair e deixá-lo sozinho aqui.
Ainda mais se ele não estiver bem.
Mas de noite, a suíte está tão mortalmente quieta que meu coração não se acalma, enquanto fico de olhos bem abertos na minha cama, pensando nele, em tudo o que aconteceu. Quero perguntar a Taylor e a Sawyer a respeito do que está errado e, por outro lado, quero que Christian me diga.
Não sei quanto tempo passa, mas a porta do quarto se abre quando eu ainda estou olhando friamente para a parede.
Estou tonta, mas me sento e vejo sua silhueta. Ele deve ter tomado banho. Calças de pijama estão presas em seus quadris estreitos. Seu torso bronzeado brilha, e seu cabelo está todo molhado e bagunçado.
Meu coração estremece. Acho que o sedativo se esgotou, já que ele está perfeitamente na vertical, com apenas uma mão apoiada de leve no batente da porta, talvez como apoio. Me endireito em meus braços.
– Você está bem? – pergunto com voz preocupada.
Sua voz é rouca e escarpada.

– Eu quero dormir com você. Apenas dormir.
Meu estômago gira.
Ele espera que eu responda, mas não consigo. Quero chorar e não sei por que, mas acredito que por estar de ressaca e perigosamente perto de me apaixonar por um homem que nem conheço.
Christian vem, me ergue e me leva pelo corredor de volta ao quarto principal, para a enorme cama king size desfeita.
Ele me deposita na cama, e quando desliza para baixo das cobertas e me puxa para perto, de modo que meu rosto se apoie em seu peito e seu nariz se enterre em meus cabelos, não entendo a enorme quantidade de hormônios que meu corpo libera, mas isso... e estar na cama com ele... me faz sentir muito bem. Muito segura. Muito feliz.
Quero desesperadamente pedir que ele me diga o que há de errado. O que aconteceu? Ele não consegue se controlar? Por que eles reagem daquele jeito? Ele tem problemas sérios com violência e raiva reprimidas? Quem o fodeu e o magoou daquele jeito? Acho que pelo fato de ter sido expulso do boxe, e porque, quando se irritou com Scorpion na boate, ele ficou perigosamente perto de sabotar a carreira de novo. Mas não penso que esteja com vontade de conversar agora.
Ele parece estar gentil e calmo, e o silêncio e a escuridão parecem tão sagrados que não tenho vontade de estragá-los.
Em vez disso, deito ao lado dele, com todos os poros do meu corpo gritando e pedindo que a gente se conecte fisicamente. Tento não desejar isso, porque sei que não é o momento. Não sei que tipo de sedativo eles deram para ele, nem quanto tempo dura o efeito, mas sei que mais tarde ele nem vai se lembrar de que esteve comigo. Até mesmo eu posso nem me lembrar. Estou tão cansada e de ressaca que não confio em meus pensamentos neste momento.
– Só dormir, certo? – sussurro perto de sua garganta, embora jure que anseio por esse homem em algum lugar além do meu corpo, além mesmo do meu coração.
– Só dormir. – Ele me puxa para mais perto dele, e posso sentir sua ereção entre nós, ferozmente dura e pulsante, me fazendo tremer por dentro. – E isto – murmura ele.
Christian fecha a mão em meu queixo e coloca seus lábios nos meus com tanta delicadeza que todas as minhas células parecem fundir-se com as dele. Eu gemo e abro a boca, deslizando minhas mãos pelos cabelos dele, sentindo-me um pouco louca ao empurrar meus seios contra o peito dele. Subitamente, quero suas mãos em mim, quero sua língua em mim. Quando ele a esfrega, lisa e quente, contra a minha, sinto que venci o impossível. Tremendo, seguro seu rosto, beijando-o com força.
Ele me acalma com a língua, os dedos entrelaçados nos meus cabelos, guiando minha cabeça para o lento ritmo de sua boca. Deus, eu quero que ele me toque em todas as partes onde possa alcançar. Em todos os lugares. Em qualquer lugar. Estou tão inchada e molhada, e sei o quanto ele me quer também. Mas dissemos apenas “dormir” e “isto”, e agora não quero que “isto” pare.
Christian me beija tão lenta e tão profundamente que fico sem respiração. Ele só destrava a minha boca para que eu possa recuperar o fôlego, e então esfrega a língua na minha, acariciando meus lábios, o céu da minha boca e meus dentes. Ele suga, volta, revira. Eu me apaixono por esse beijo bem depressa, e logo já não sei mais nem onde estão minhas mãos, onde estou deitada.
Meu corpo inteiro é consumido pela forma como ele fode minha boca, até que meus lábios ficam inchados e dói beijar Christian de volta, mesmo que meu corpo frenético queira mais. Quando tenho certeza de que senti um gosto de sangue, da boca dele ou da minha, ou das duas, me afasto para respirar, e noto que o corte na boca abriu de novo. Era ele que estava sangrando dos meus beijos. Gemo baixinho e lambo devagar, e ele geme com os olhos fechados. Enfia os dedos em meu cabelo e empurra meu rosto para a curva de seu pescoço, me abraçando, seu peito subindo forte e rápido debaixo do meu.
Os lençóis estão em algum lugar a nossos pés, mas ele é tão quente e acolhedor que eu me aperto tão apertado a seu corpo e adormeço. Quando me agito de noite, sou acordada por aquela sensação nova e estranha de um braço poderosamente construído estar me apertando e me levando de volta para o local onde eu tinha aquecido seu corpo.
Minhas extremidades formigam quando olho de relance para o rosto nas sombras e percebo que estou na cama com ele.
Christian está dormindo, ou pelo menos é o que parece. Então, ele vira a cabeça, as pálpebras entreabertas, e quando me vê, beija meus lábios de novo, lambendo-os suavemente antes de voltar a pressionar o nariz contra meu cabelo, me apertando de volta contra seu corpo.


6 comentários:

  1. Quando tudo se encaminhava o homem surtou achando que Ana tinha ido embora

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  2. Ele sofre de algum transtorno e com certeza Taylor e Sawyer sabem o que é
    Mas ele não queria que Ana o visse daquele jeito

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  3. Será que ele vai contar a ela o que se passa com ele
    Porque ele com ela e muito primitivo

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  4. tambem com esse bando de estimulo toda a bebida e mais a bipolaridade ele tem que surtar com medo dela o abandonar não é fácil

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  5. que isso!!! q surto foi esse......muita bebida e muita frustação..... rsrsrsrsrs

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  6. Logo quando eles iam ter a primeira vez ,aconteceu tudo isso😥😥😥😥

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:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :| :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd



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