LPA Capítulo 49

em domingo, 13 de março de 2022

Capítulo 49



LÁ VAMOS NÓS

Ana
Dois dias depois, ainda estamos no mesmo quarto de hotel e eu acordo com a mais deliciosa
sensação de bem-estar quando percebo que Chris está me observando. Ele está apoiado em um braço, seus músculos salientes. Seu cabelo sexy está totalmente atrapalhado e ele usa o sorriso preguiçoso, sensual, de um homem que se sente satisfeito até quase o coma, e parece tão sexy na cama que quero comê-lo com uma colher. Faço um barulho ronronando quando rolo para o meu lado para encará-lo.
– Não quero sair desta cama – sussurro, deslizando a ponta do dedo ao longo de uma de suas
tatuagens celtas.
Ele acaricia a mão pelo meu braço, e a ternura na carícia é quase insuportável. Ele beija o oco do meu ouvido.
– A quem você pertence? – pergunta ele baixinho. Mais uma vez, seus olhos me dizem que eu sou dele.
–Você.
Estendendo a mão, ele me aperta com tanta força contra ele que suspiro.
– Isso mesmo!
Um risinho estranho me escapa, algo que soou como uma risada.
– Você nunca vai parar de me perguntar isso, vai? Oh, eu te odeio! Ouviu isso? Você me fez rir.
Rindo, ele me rola debaixo de seu corpo enorme, e bato no peito com um punho.
– Me fez rir e nem sequer disse nada de engraçado!
– Eu amo isso. Ria novamente agora.
– Nunca!
Eu rio, e isso soa como uma maldita risada.
Odeio rir, mas o verdadeiro prazer em seus olhos azuis dançantes me enche de tanta felicidade,
que meu peito se sente como uma granada detonada quando ele ri, e eu continuo com aspirantes risadinhas.
Quando ele para de rir, começa a examinar meu rosto, cada traço dele, e quando o ar muda entre
nós, nossos sorrisos desaparecem. Seu corpo está esmagando o meu. Seus peitorais esmagando meus seios. Seu peso me prendendo. Eu o amo tanto, mesmo quando dói para respirar.
Seus olhos ficam líquidos com o amor quando ele se inclina e pressiona seus lábios sobre os
meus, durante três deliciosas batidas do coração. Não usamos línguas, somente a pressão dos lábios macios, secos, tão cheios de amor que eu poderia quase levitar.
Minhas mãos percorrem as costas musculosas.
– Quando você vai embora? – pergunto.
– O mais tarde possível e ainda chegarei a tempo para a próxima luta.
Minha mágoa e decepção parecem se mostrar no meu rosto, porque ele aperta seu braço sobre
mim, enquanto vira de lado e me traz com ele.
– Você está feliz aqui? Você está sendo bem tratada?
E põe o nariz na minha testa.
– Ninguém me trata ou me entende como você. Exceto Kate.
– E seus pais?
– Eles me amam – é tudo o que digo.
Estou prestes a dizer que eles podem não estar muito entusiasmados com as nossas circunstâncias agora, mas depois de olhar nos olhos daquele homem e perceber que ele não tem pais que o apoiam e se preocupam com ele, percebo quão sortuda eu sou.
– Você sentiu que não era amado quando seus pais não voltaram? – pergunto.
– Não, senti que era incompreendido.
Ele fala casualmente, como se isso não fosse mesmo nada para ele, a não ser um fato insosso e sem importância. Um fato que parte o meu coração cada vez que penso a respeito.
– Oh, Chris. Sinto muito. Eu os odeio por terem feito isso com você.
Ele se levanta e agarra as calças de moletom e eu sei que ele vai querer ir comer, é claro.
– Por quê? Isso não machucou. Por que você sente? Eu ainda vou ser um bom pai. – Ele pisca para mim. – Justamente porque eles eram uma merda, vou ser um bom pai.
Seus olhos são brilhantes, e tenho vontade de chorar quando nós dois ficamos olhando para o meu abdômen. Estamos muito felizes com o bebê, mesmo que não tenhamos planejado isso. Talvez sejamos jovens e estúpidos, jovens e apaixonados, mas estamos tão esperançosos em ter uma família juntos. Prestes a ficarmos juntos.
Um barulho na porta da suíte me faz franzir a testa. Ele também faz uma carranca, então aponta um dedo para mim.
– Fique aqui.
Chris vai abrir a porta e eu enterro meu rosto em seu travesseiro, lamentando que hoje ele vá me deixar novamente. Falei com minha médica e ela insiste que eu não posso viajar até o fim do primeiro trimestre, por isso há ainda mais duas semanas e meia de espera.
Quando ouço as vozes, pego seu robe, enrolo a faixa na minha cintura, e vou para fora. Christian me vê em seu robe de boxe e reage como sempre faz: quase o sinto me agarrando em sua mente e me comendo como se não tivesse sido capaz de me comer desde que engravidei.
Taylor parece que não dormiu durante dias.
Christian ainda está me comendo com os olhos, seus lábios curvados com a pura satisfação
masculina que ele sente quando estou usando suas coisas.
Ele torce um dedo e me chama para perto. Meu coração derrete e eu vou, consciente de ele estar me observando enquanto estende a mão.
Eu estendo a minha, e ele agarra meus dedos e me leva ao seu lado, onde impulsivamente começo a esfregar os músculos nus enquanto ele fala com Taylor.
Mas estou tão envolvida, empurrando os músculos rijos, que levo um par de segundos para
perceber o silêncio. Um silêncio tão absoluto que daria para ouvir um alfinete cair no quarto.
– O que está acontecendo? – Paro o que estou fazendo enquanto o meu olhar salta entre os dois.
Taylor inquieto afrouxa o nó em sua gravata.
– Tenho más notícias.
Um caroço de medo se instala no fundo do meu estômago.
– Que má notícia?
Ele olha para o chão e arrasta a mão pelo cabelo, e eu tomo conhecimento de Christian olhando para o meu perfil, seus olhos azuis me olhando com tanta intensidade que o pequeno grão de medo no meu estômago se transforma em um nó completo.
– É o Scorpion – diz Taylor.
Uma palavra e meu coração é uma britadeira.
– O que tem o Scorpion?
A sensação arrepiante se arrastando na minha pele vem para a superfície com uma vingança.
Odeio pensar nele. Falar sobre ele. Eu odeio o seu nome.
Mas Christian está aqui. Seguro. Ele está seguro. Não é? Seus olhos estão pousados em mim.
Eles parecem... preocupados.
Merda.
Estou com frio. Paralisada. Congelada.
– Alayna passou a noite com ele – acrescenta Taylor, sua voz surreal e fria, quase como um robô.
Suas palavras me incomodam de uma forma tão profunda, assustadora, que é um milagre que eu pareça ainda ter células do cérebro suficientes para registrar o que ele está me dizendo.
Minha irmã.
– Eles passaram todo esse tempo em um hotel nas proximidades. Ela saiu com ele, com outra
mulher, e seus três capangas. No caminho dele para o aeroporto, aparentemente há uma passagem no nome dela.
– Ela está partindo com ele? – Tropeço para trás, pela força do golpe. – Ela não pode ir com ele, aquela... aquela... ingrata de merda!
– Pimentinha, eu... – diz Christian, mas estou acesa demais para ouvir alguma coisa.
– Oh meu Deus. Ela é uma cabeça de ervilha, irrefletida, imprudente idiota! Não posso acreditar...
Eu estou enlouquecendo, enquanto Christian está calmo e pensativo. Braços cruzados até essas
tatuagens em seus braços parecerem esticadas por seus músculos ao limite, com os pés apoiados separados em posição de batalha, os olhos brilhando de concentração. Como pode ele, o lutador, estar pensando, quando eu quero bater em alguma coisa? Ele fez tudo por Alayna, em meu nome. Tudo.
E Taylor! Taylor está apaixonado por ela.
Meus olhos queimam com lágrimas quentes de frustração e minha mente gira em torno da cabeça, repetindo cada momento das últimas semanas, repetindo a minha conversa, quando ela abriu o jogo sobre Scorpion e eu estava tão preocupada com Christian e meu bebê para prestar atenção. Estive tão envolvida em minha mente. Deixei escapar os sinais. Mas quais sinais? Isso não pode ser verdade!
Vou pegar meu celular e ligo, procurando todas as mensagens. Tenho apenas mensagens de Kate, José e Pandora, mas nenhuma de Alayna. Disco o número do celular dela enquanto Taylor fica andando pela sala, e Christian calmamente me observa, com os braços cruzados, as sobrancelhas puxadas sobre os olhos, como se ele estivesse tentando refletir sobre tudo e ver como resolver.
– Não gosto disso, Chris – Taylor diz enquanto fica rodando em círculos, inquieto, balançando a
cabeça. Ele parece tão despenteado como se tivesse acabado de ter uma briga com um crocodilo. – Se Alayna falar alguma coisa sobre Anastasia estar grávida, e aqui, em repouso na cama, ela vai ficar tão vulnerável aqui como se estivesse em turnê, exceto que você não vai estar aqui para protegê-la. Ele poderia machucar você, cara.
– Cai direto na caixa postal – interrompo, quase para mim mesma. Então desligo e teclo
novamente.
Nada.
Deus, o que está errado com ela? Ele é o tipo de homem que me mandou uma caixa cheia de
escorpiões! Ele não tem escrúpulos, não quer nada a não ser foder Christian novamente. E ele vai usar a minha irmã de novo, e Alayna nem sequer percebeu isso?
Quando enfio meu telefone no bolso do meu roupão, vejo Christian me olhando com uma expressão feroz. Sei que ele não está gostando disso nem um pouco, como eu, e sei que ele está descobrindo a conexão também.
Alayna voltando a Scorpion neste momento oportuno não pode ser coincidência. Scorpion atraiu
minha irmã de alguma forma. Ele quer usá-la novamente. E eu não vou deixar meu homem se
machucar por nada no mundo. Nada!
– Eu quero sair em turnê com você – deixo escapar. De repente, eu não me sinto tão segura. Estou grávida, estamos separados... Christian tem aquele brilho de proteção feroz em seus olhos. Não sei o que ele vai fazer, mas meus instintos de proteção, tanto por ele quanto por nosso bebê e por mim, explodem com toda força dentro de mim. – Quero sair em turnê com você – repito.
– Venha aqui – diz ele em voz baixa, estendendo a mão.
Em três passos, estou em seus braços. Nem mesmo os ursos abraçam desse jeito. Sinto-me
envolvida por tudo o que ele é quando sussurra:
– Quando você pode vir comigo? – Suas mãos são quentes e firmes quando meu rosto se vira para ele. – Ana, quando? – insiste suavemente.
– Dezoito dias. – Uma eternidade. Uma vida inteira.
Seus olhos piscam de forma possessiva e ele assente com a cabeça de forma deliberada.
– Estarei aqui às dez nesse décimo oitavo dia.
O que posso responder? Ele está indo embora hoje, e tudo está uma porra de uma bagunça. Meus olhos ardem um pouco, e baixo meu rosto para que ele não possa notar.
Um rosnado furioso se arranca dele quando pisa longe de mim.
– PUTA QUE O PARIUUU!
Ele agarra punhados de seu cabelo e gira em torno de Taylor.
– Vamos cair fora da temporada. Ele vai deixar a menina ir quando souber que não estou lutando mais. E eu vou ficar onde sou necessário. Ficar de fora até a minha filha nascer.
Quando percebo o que ele está fazendo, eu o agarro pelos braços grossos até que ele olha para
mim.
– Christian Grey! – Sua mandíbula está fixada em um determinado ângulo, e eu estou
sobrecarregada com pânico. – Eu prometo a você por tudo o que sou e por tudo o que eu sinto por você, não vou deixar que nada, nada, venha a acontecer a mim ou a este bebê. Nada! – Seguro seu rosto e passo o meu polegar sobre a barba escura de sua mandíbula. – Nós não vamos prender você. Eu não poderia viver sabendo disso. Você vai lá fora e vai lutar. E vença. Confie em mim. Eu escolhi você. Eu amo minha irmã, mas eu te amo mais. Nós vamos ajudá-la quando pudermos, mas não às suas custas! Não mais. Eu não vou escolher ela desta vez. Eu escolhi você.
Ele fecha o punho em meu cabelo solto e olha diretamente para mim.
– Não vou fazer você escolher.
Meus olhos queimam novamente.
Ele esmaga minha boca em um beijo duro, então olha com determinação nos meus olhos com um olhar que brilha através de mim.
– Vou salvá-la quantas vezes ela precisar ser salva. Por você.
O brilho de aço em seu olhar me inunda com mal-estar.
– Não – digo gemendo. – Não, nós nem sabemos mais o que está acontecendo.
Ele me agarra com força.
– Vou precisar de sua coragem, pimentinha. Preciso saber que estará a salvo a cada segundo do dia. Você não vai a lugar nenhum sozinha. Não atenda a nenhuma ligação se não for de Kate ou nossa. Não receba pacotes. Não acredite em nada que ler ou ouvir de mim. Não faça contato com sua irmã sem meu conhecimento.
Seus olhos cintilam sobre o meu rosto, como se ele estivesse querendo ter certeza de que estou bem e sem machucados. Então, volta para nosso quarto e eu vou atrás, enquanto ele pega algumas roupas e joga-me uma de suas camisetas.
– Eu quero falar com eles.
– O quê? Quem?
– Seus pais. – Ele chega perto e levanta a minha cabeça, a mandíbula fechada. – Trouxe você aqui para ficar segura, protegida, cuidada. Eu quero falar com seus pais. Quero que eles me olhem nos olhos e me deem sua palavra de que estarão cuidando de você. Vou colocar um guarda na sua porta, um nos elevadores do prédio e um dentro de sua casa... Não discuta comigo. – Ele me detém antes que eu possa falar.
Cubro meu rosto com um som de raiva e de frustração.
– Por que estamos falando de mim? Estou preocupada com você! – grito, deixando cair as minhas mãos. – Ele quer foder com você, Christian. Juro que se alguém te machucar eu vou machucá-lo de volta dez vezes!
Ele dá um tapinha na minha bunda.
– Eu sou um menino crescido. Agora vamos falar com seus pais.
– Não pude suportar da última vez! É a decisão dela agora.
– Isso não vai ser como da última vez.
* * *
Estamos esperando meus pais na minha sala de estar.
Já passei por tudo na minha cabeça, querendo protegê-los, querendo proteger Nora; mas no fim, eu simplesmente não sinto mais vontade de mentir para ninguém nunca mais. Meus pais merecem a verdade, mesmo que doa. Não vou sentar e ficar assistindo a eles julgarem e reterem qualquer tipo de carinho a Christian porque acham que ele vai me magoar, quando fui eu quem o magoou com meu falso senso de heroísmo querendo salvar minha irmã.
Deus, mas e se ela não mais puder ser salva?
E se ela estiver tão mergulhada nisso que nunca mais consiga sair, e se sair, e se cair de novo,
como uma verdadeira viciada, incontáveis vezes?
Quando meus pais chegam, eles mal olham para mim, os olhos voando direto atrás de mim e até o rosto de Christian.
Meu pai está arisco.
– Então você é o namorado dela? O cara que a engravidou e depois a largou à nossa porta?
Christian anda em volta de mim, uma torre olhando para o meu pai.
– Sim, sou eu. – Ele coloca a mão na minha barriga, acrescentando: – É melhor que seja eu.
Eu expulso um suspiro.
– É você. Agora, vamos todos relaxar um pouco.
– Eu não estou relaxado – Chris retruca em sua voz baixa enquanto olha para meu pai e depois
para minha mãe. – Ela está sozinha. Se eu quisesse que ela ficasse sozinha, não a traria de volta pra casa.
– Eu estou bem, Christian. Pai, acalme-se e sente-se.
Pego o pulso de Chris e ele deixa que eu o puxe para trás e o levo para o sofá, meus pais fazem o mesmo. Ele se senta ao meu lado e espalha uma mão na minha barriga, quieto.
Respiro fundo e olho para os meus pais.
– Mamãe e papai, Alayna enganou vocês. Ela não estava viajando pelo mundo na última temporada. Ela estava saindo com um homem que chamam de Scorpion. Ela não estava no Havaí nem Timbuktu, estava viajando com ele, ao mesmo tempo que eu estava viajando com Christian. Scorpion é um lutador também.
A mão da minha mãe se eleva até a boca, mas não chega a conseguir sufocar seu pequeno suspiro angustiado.
– Scorpion deu drogas pra Alayna e a manteve presa a ele. Para que ela fosse liberada, Chris
desistiu do campeonato. E acho que ela pode precisar da nossa ajuda novamente este ano.
Os olhos de minha mãe se lançam a minha direita, olhando-me, e meu pai não mexe um cílio,
porque ele não está olhando para nada que não seja Christian. E pela tensão que sinto em todos os músculos ao meu lado, sei que Christian está mantendo os olhos nele também.
– Oh, Alayna – minha mãe suspira tristemente quando agarra sua cabeça.
– Você fingiu ser nocauteado por minha pequena Alayna? – meu pai de repente pergunta a ele. Meu pai é um treinador e ele respeita os atletas. – Deu a luta por ela?
Chris ri baixinho e se inclina para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos.
– Não. Dei a luta por Anastasia.
Meu pai imediatamente fica de pé, e nesse mesmo instante Chris lentamente, dessa forma leonina dele, trata de ficar de pé.
– Christian, acho que você e eu começamos com o pé errado. – Meu pai vem em torno da mesa
de café e estende sua mão. Toda a sua hostilidade desapareceu. Ele parece mil quilos mais leve
agora e até mostra um pequeno sorriso. – Eu sou Raymond Steele.
Chris nem sequer olha para a mão, ele imediatamente a pega e sacode, do jeito duro e firme como ele é, com a voz rouca de emoção.

– Sou Christian. 

7 comentários:

  1. Essa irmã da Ana merece uns bons tapa depois do que Christian fez entregando a luta e ela volta pra Scorpion 😠😠😠😠🤬🤬🤬🤬🤬

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  2. Ana está certíssima Christian não pode entregar a luta novamente por causa de alaynna

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  3. Pelo visto Christian subiu no conceito do pai de Ana

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  4. essa irmã da Ana é pura encrenca.....de novo...

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  5. FOFO ele querer ver os pais da Ana

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:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :| :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd



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