LPA Capítulo 48

em domingo, 13 de março de 2022

Capítulo 48



AMIGAS E IRMÃS

Ana
Nas primeiras noites em que dormi com Christian, eu costumava me deitar e me aconchegar ao seu lado, sem saber o que ele estava fazendo em seu iPad. Até que um dia balancei de lado minha sonolência e decidi investigar.
– O que você está fazendo? – perguntei, endireitando-me para dar uma olhada.
Ele colocou o Apple para o lado e me arrastou para o seu colo, me ajustou entre suas coxas e
pegou de volta o iPad, sussurrando em meu ouvido ao me mostrar a tela:
– Detonando o computador.
– Como assim?
– Xadrez.
Eu me inclino para trás contra ele, com os braços esticados em meus lados.
– Você está ganhando? Claro que sim – pergunto e respondo ao mesmo tempo.
Fico olhando para a tela, as peças brancas e pretas, e ele explica cada peça e como ela se move, os peões sendo os mais básicos. Continuamos o jogo, e o que mais gosto de ver é seu cérebro trabalhar conforme ele move suas peças, e de ouvir sua respiração no meu ouvido. E como de vez em quando ele mordisca minha orelha e deposita um beijo em mim.
Ele me diz para escolher qual peça mover quando é sua vez. Eu decido ir para as grandes armas.
Ele ri baixinho.
– Você não vai querer mudar nossa rainha.
– Por que não? Ela parece ser a peça mais versátil e poderosa.
Ele pega a rainha e coloca-a de volta em seu lugar.
– A rainha permanece ao lado do rei. – E beija minha testa.
– Por quê? – eu me oponho.
– Pra protegê-lo.
– De quê?
Eu me viro e olho em seus olhos azuis que estão rindo, e ele deposita o iPad de lado e fecha as
mãos em meu rosto, sorrindo, como se eu devesse saber porque a rainha protege o rei.

A seguir me beija, e apenas o fato de jogar xadrez com ele mostra que aprendi algo novo sobre
Chris. Que eu também adoro. Assim como o resto.
Deus. Ele é um tesouro vivo, que está respirando, e que está me deixando descobri-lo, e tudo que eu quero é perder-me na sua complexa escuridão divina.
Agora, está a milhas e milhas de distância daqui, voando para Chicago, mas descobri que se eu
entrar à noite, posso jogar xadrez com ele e deixá-lo acabar comigo no jogo. E posso escrever
pequenos comentários na tela, tipo, Eu vou pegar você agora!
Ele apenas responde com um movimento que come um dos meus peões.
E eu faço um movimento estúpido e escrevo, Você é um homem morto! Tanto o rei como a
rainha! Mas eu vou fazer o seu rei assistir, enquanto mato sua mulher!
Ele digita, Ninguém toca na minha mulher.
Eu vou, Exceto você?
Agora está começando a entender o espírito da coisa.
E eu rio, e então ele liga para mim, e nos esquecemos do jogo, e eu me perco em sua voz e nas coisas que ele diz para mim.
Por volta da segunda semana, visitei minha ginecologista e já sou capaz de ouvir os batimentos
cardíacos do bebê. Kate registra o evento em seu telefone e envia-o para mim, para que eu envie para Christian, e ele responde com um ponto de interrogação.
Disco o seu número e ouço a sua voz áspera, ele sempre soa um pouco impaciente, como se
preferisse fazer qualquer outra coisa do que falar em um telefone, respondendo com um ríspido:
– Sim.
Digo a ele:
– Isso é o batimento cardíaco do bebê.
Nós dois caímos em silêncio por um momento, então ele diz:
– Deixe-me desligar pra que eu possa ouvir. Eu te ligo em cinco minutos.
Eu rio e fico esperando com impaciência.
Por volta da metade da segunda semana, Alayna já estava vindo cada vez menos. Ela está com raiva de mim por alguma coisa, ou talvez eu esteja zangada com ela? Não tenho certeza. Mas mesmo Kate se pergunta o que está acontecendo com ela, e eu às vezes me pergunto se ela vive mal humorada por causa de Taylor, pois ela continua me perguntando sobre as lutas, sobre os nossos horários, e sobre esse mundo clandestino.
Por esta altura, já toquei a maioria das canções de Christian. Minhas favoritas são Nickelback com “Far Away” e 3 Doors Down com “Here Without You”, que ouço muitas vezes de noite.
Kate agora já conhece o entregador de flores pelo primeiro nome. Eu recebo rosas vermelhas
todos os dias. Todos os dias. Ela recebe um telefonema de Sawyer na parte da manhã e outro à noite, pedindo um relatório completo para Christian: se eu gostei das flores. Se estou fazendo tudo certo.
Tenho enviado um texto todos os dias, bem, na verdade, mais do que um, e Chris sempre me
responde após o treinamento.
Já assisti a centenas de filmes e fiz compras na Internet até me encher, e tenho visto meus pais. As coisas podem ainda estar tensas com eles, mas ficam melhores a cada vez que eles vêm para uma visita. Pelo menos agora parecem aceitar e quase se mostrar animados com o bebê.
Na terceira semana, li toda a bíblia da gravidez, O Que Esperar Quando Você Está Esperando, e
aprendi que a azia que estou sentindo é normal. O choro? A raiva? As mudanças de humor? Normal.
Nos fóruns on-line as pessoas chamam a isso de “drama da mama-grávida”. Eu ri à beça com as anedotas de sentimento possessivo quanto aos papais dos bebês, fazendo mil e uma coisas loucas como verificar os recibos e seus cartões de crédito, e ficar fazendo espionagem.
Acho mesmo que tenho feito tudo certo com o drama da mama-grávida, ao menos até o início da quarta semana, quando isso de ficar em repouso começou a me fazer subir pelas paredes. Estou tentando manter minha mente ocupada, se não a mim mesma, mas sinto falta da corrida, do sol, das lutas, e sinto falta dele.
À meia-noite, tive insônia – normal! – e mandei uma mensagem de texto para ele, uma mensagem longa e detalhada, dizendo que tinha chovido em Seattle e que tinha achado uma música que queria tocar para ele. Já teria ouvido falar de “Between the Raindrops?” com o Lifehouse? Ah, e ele foi correr? Eu sinto falta de correr, é tão frustrante ficar olhando para estas quatro paredes...
Então lhe disse que planejava obter a permissão de minha ginecologista para que pudesse ir vê-lo lutar, quando viesse para Seattle na próxima semana. A única resposta que recebi de todas as minhas perguntas foi a que ele enviou via mensagem de texto:
Nada de lutas para vc, pimentinha. Fique em casa.
De todas as coisas que o imaginei dizendo, eu nunca, jamais pensei que Christian diria isso. E
assim, o estresse começou quando todas as palavras da minha irmã voltaram para me assombrar, sobre ele ser um deus do sexo das lutas clandestinas... E de repente isso piorou conforme eu imaginava prostitutas dando prazer a ele, enquanto Christian estava sozinho sem mim. Quem está dando a ele todo o sexo que seu instinto masculino precisa? Parece que todos os meus hormônios da gravidez estão trabalhando arduamente, não só para me ajudar a segurar o bebê, mas também para me deixar louca dentro da minha mente.
Obriguei-me a teclar:
Por quê? Por que você não me quer na luta?
Ele não respondeu, e todos os meus medos digitaram ainda mais ferozmente, quando realmente me perguntei: Por quê?
Você não quer me ver?
Ele respondeu:
Basta ficar na porra de sua casa e esperar por mim.
Quer dizer, ele não estava ansioso para me ver depois de tudo?
Você me quer em casa? Assim, todas as suas fãs podem gritar para você e ver você e não eu?
Foda-se!
Adicionei o emoticon vermelho, o furioso, depois disso, para que ele soubesse que tinha me
irritado, então joguei o telefone de lado e fiquei fervendo em meus próprios sucos até que tive
vontade de explodir. Ficar em casa? Casa é onde ele está. Filho da puta.
Nesta manhã, minhas rosas dobraram em quantidade.
Quando Sawyer falou com Kate, de manhã, ele pediu a ela para me dizer que Christian esperava que eu tivesse gostado das flores, e que ele queria que eu enviasse o link da música que eu comentara na mensagem de texto.
Ha.
Desculpe-me, mas me sinto com vontade de mandá-lo à merda.
Nosso bebê está indo bem, e estou tão animada que o creme parece estar funcionando. A mancha parou completamente, mas os hormônios dentro de mim? Eles estão furiosos. Eu estou morrendo. De vontade de vê-lo. Eu o defendi, a mim e a nosso bebê, diariamente para os meus pais, dizendo-lhes que não fui descartada ou usada, que ele me trouxe aqui para que eu pudesse ser cuidada, mas ouvi-lo dizer que ele não me quer na luta de fato é terrível.
Toda a tristeza que venho tentando manter a distância está chegando para mim de todos os lados, agora que estou com raiva dele e não quero ter razões para estar zangada com ele, mas, Deus, não posso evitar. Estar em repouso na cama assim, você não tem nada para fazer a não ser deixar que a sua cabeça venha com mil e uma histórias sobre o que está acontecendo lá, no mundo lá de fora, sem você, e nenhuma dessas histórias é agradável .
– Pare de enviar esses relatórios, Kate – digo com tristeza naquela tarde.
– Por quê? Sawyer me pergunta, e Christian me pediu pra enviar relatórios diários antes de sair, todos os dias. Ele quer saber como você está indo.
– Pare de dar relatórios detalhados, ponto.
Ela parece ser completamente incapaz de evitar o riso em sua voz.
– Ei, você quer falar com eles também! Seus olhos pulam pra fora de sua cabeça quando eu estou ouvindo o outro lado da linha, como se quisesse ter ouvidos supersônicos para ouvir a conversa. Ouvi você telefonar ao Taylor e perguntar como ele está.
Suspiro e começo a esfregar minhas têmporas.
– Eu só me preocupo com ele.
Chamei Taylor para perguntar se estava tudo bem e ele disse que sim. Como um cara típico, Taylor não era de falar muito ao telefone, exceto para dizer que estão lá se eu precisar de alguma coisa, e que Christian anda fazendo seu treinamento sem parar. Eu perguntei se ele estava surtado e Taylor respondeu que eles estavam todos focados em manter meu amado sob controle, e disse para que eu relaxasse, que Chris estava arduamente tentando se manter calmo.
O que isso significava?
Taylor me chamou de gatilho uma vez, e o pensamento de que Chris poderia querer me evitar para ficar calmo me devorou como ácido.
Kate olha para minha cara desesperada e balança a cabeça com um sorriso, como se ela não
conseguisse acreditar que eu me reduzira a isto.
– Você está ficando cheia de rugas enquanto falamos, a testa já está franzida – diz ela suavemente enquanto traz uma tigela de pipoca orgânica caseira para comermos enquanto vemos ainda outro filme. – Querida, a turma chega por aqui em uma semana, você deveria estar radiante!
– Não vou poder ir. Christian não me quer por lá.
Respirando fundo, tento me acalmar enquanto me pergunto o que AAG – Anastasia Antes da
Gravidez – faria.
– Isso porque ele vai vê-la depois da luta. Sawyer me disse que seu homem planeja dormir aqui com você durante a sua estadia de três noites.
Cubro meu rosto.
– Isso me faz sentir ainda pior. Por que ele está chegando a tempo de lutar e não antes, pra me ver?
Kate dá de ombros.
– E se Alayna estiver certa e ele não me quiser mais? – continuo.
Ela grita com a risada agora.
– Tudo bem, em primeiro lugar Alayna é um queijo suíço com pequenos buracos em sua cabeça, e ela se perdeu no caminho, porque me prometeu que estaria vindo para cuidar de você e só Deus sabe onde ela foi parar. Ela está nas nuvens em algum lugar, e você está em outro lugar também, porque quem está falando aqui são definitivamente os hormônios.
– Não posso acreditar que ele não me queira lá. Acho que alguém roubou o telefone e me mandou uma mensagem. Talvez uma daquelas prostitutas estúpidas.
– Anastasia, ele está claramente querendo proteger você e o bebê.
Kate revira os olhos para mim enquanto procura em meu Apple TV algo para alugar.
Os monstros na minha cabeça continuam a prevalecer sobre suas palavras. O bebê está passando melhor. Se a minha médica me dá a luz verde, por que ele não me quer lá? Ele nem mesmo tem saudades de mim?
– Só não entendo – resmungo, agarrando uma das mesmas revistas estúpidas que já li mil vezes e jogando-a contra a parede.
Kate deixa o controle remoto e vem para acariciar meu cabelo.
– Como se costuma dizer, os homens são de Marte. Alguns dos que eu namorei são mesmo de
UrAnus – os idiotas. E você, minha querida, está muito grávida aqui. Você ficou estressada com a possibilidade de perder o bebê, tendo saudades de seu cara, estressada com o fato de sua mamãe e seu papai não te darem nenhum apoio, e Alayna não é nenhuma ajuda, sério. Você foi obrigada a ficar presa comigo, uma maluca, nestas mesmas quatro paredes por três semanas, sem sequer sentir a luz do sol. Franguinha, minha querida, é por isso que todos os que já apareceram no Big Brother foram à loucura, e pelo menos eles tinham uma piscina.
Eu a empurrei de brincadeira e comecei a rir.
Mas horas depois, estou olhando para a minha parede da sala, repetindo todos os cenários de
Christian não me querendo mais. Ele vendo alguém que gosta na arquibancada. Christian
percebendo que um bebê é um pouco mais problemático do que um homem como ele gostaria de ser – pelo menos, como se provou até agora. Estou me torturando, e minha mente ganhou tal ímpeto que não consigo nem parar.
– Você está distante. Está aonde? Com Chris?
– Ele deve estar lutando neste minuto.
Neste momento, centenas de pessoas chegaram para vê-lo. Centenas de mulheres estão gritando o seu nome, cobiçando-o. Agora aqueles olhos azuis terão de olhar para algo ou alguém quando vasculhar o público e notar que não estou lá. E mesmo quando ele estiver aqui, na minha cidade, não irá me querer lá. Não sei o que fazer.
– Ei, eles não transmitem ao vivo em algum site da organização? Vem cá, eu aposto que eles fazem isso! – Ela me puxa para o meu quarto, abre o meu laptop e começa a pesquisar. Minhas entranhas se revolvem quando me pergunto se eles fazem isso mesmo. Kate grita quando encontra um link e clica no volume. – Ele está lá. Venha aqui! Bem, não é ele. Você acha que ele já lutou?
Examino os comentários. As pessoas o mencionam, mas os comentaristas parecem estar se
perguntando quando ele vai chegar. Meu coração fica apertado querendo estar lá, e então Kate levanta rapidamente a minha mão quando o locutor usa sua voz de mais suspense:
– Estou ouvindo um nome no meio da multidão. Ele continua a ficar mais alto. Vocês podem ouvi-lo também? – Ele cobre uma orelha, e a multidão grita em uníssono:
– ARREBENTADOR!
Minhas borboletas voltam à vida no meu estômago quando o locutor diz:
– É isso mesmo! Isso mesmo, senhoras e senhores! Agora deem as boas-vindas ao ainda invicto nesta temporada, com uma pontuação perfeita, o garoto maravilha e malvado, o primeiro e único, Christian Grey, Arrebentadooorrr!
Meu estômago se agita quando ele aparece, e ouço os rugidos do público em segundo plano
enquanto a câmera focaliza o ringue. E, em seguida, ele sobe, ágil e aerodinâmico, como sempre faz.
Ele arranca seu robe de cetim vermelho e o joga no corner, e os gritos das mulheres quase quebram meus alto-falantes portáteis. Ao longe, vejo uma placa que diz ARREBENTADOR PARA SEMPRE erguida no ar.
Fascinadas, Kate e eu assistimos enquanto ele gira o corpo. Ele está sorrindo, bebendo toda aquela atenção. Então vejo Chris parar onde ele sempre para e automaticamente olhar para o meu lugar vazio, e depois o seu sorriso vacila. Ele faz uma pausa por um momento, então estala o pescoço e volta para Sawyer e se afasta da multidão.
– Ahhh. Acho que ele sente falta de você, também. Ele nunca vai para o seu canto assim. – Kate suspira. – Ana? Ana?
Estou chorando em um travesseiro.
– Annie, qual o problema?
– Não sei.
– Ana, o que está errado? Há algo errado?
Aperto o travesseiro com mais força e, em seguida, limpo meus olhos.
– Tem chovido mais dentro de meu apartamento do que em toda a Seattle – reclamo.
Então fico de pé e vou para a cozinha, pegar um guardanapo, e estou secando minhas lágrimas
quando ouço o grito do público ao mesmo tempo que ouço um grande estrondo! Corro de volta para perscrutar a tela, e um homem está espalhado sobre a lona do ringue, de bruços, Christian em pé diante dele, com os pés apoiados abertos, peito arfando, braços ao seu lado do corpo. Como um deus da guerra conquistador. A quem eu desejo com todas as moléculas do meu corpo dolorido. Que pode conseguir qualquer mulher no mundo e pode apenas não mais me querer, e não consigo entender a maneira que meu coração vai ficar se tiver que viver sem Chris o resto da minha vida.
– Arrebentador! Senhoras e senhores! O vencedor, invicto nesta temporada, liderando o
campeonato no primeiro lugar!
Meu coração incha em meu peito, e pulsa, e eu pego o computador e o giro para mim, para ver o seu braço ser levantado enquanto ele pega fôlego. Chris não está sorrindo hoje. Ele está sombrio e ofegante, olhando para um ponto no meio da multidão como se estivesse perdido em seus pensamentos.
– Eu te amo tanto... Não sei como, mas eu vou fazer você me amar tanto assim também – sussurro, acariciando seu rosto na tela.
– Você vai ser papai, Chris! – Kate grita. – A mãe de seu bebê o ama tanto!
Christian vira a cabeça para o mestre de cerimônias, e, com um aceno de cabeça, o locutor
chama outra pessoa. Meu estômago fica emaranhado quando percebo que ele vai continuar lutando.
Kate atende ao telefone e me esqueço de dizer-lhe para não fazer isso.
– Sawyer! Como... Oh, ela está bem. É mesmo? Bem, não, na verdade, ela também não está tão legal. – Fecho os olhos e olho para o meu telefone enquanto eles começam a falar o quanto estamos sofrendo. – Sim, sim, eu disse a ela que ele virá. Logo após a luta? Tudo bem, ela vai ficar feliz.
Kate desliga o telefone.
– Christian acabou a luta e ele queria saber se você estava bem, e Sawyer queria saber como você está passando, já que Christian não está tão bem. Ele quer que você saiba que estarão na cidade em breve.
A frustração de estar acamada é enorme, mas essa frustração adicional de querer vê-lo me faz
ferver. Não suporto pensar que ele estará lutando aqui, em Seattle, e eu não irei assistir sua luta.
De repente, pego o meu telefone sem fio e começo a clicar as teclas.
– O que você está fazendo? Quem você está chamando? – Kate pergunta.
– Dra. Greene, por favor? Anastasia Steele – digo, então cubro o alto-falante com a mão. – Kate, eu não me importo se ele não quer me ver. Eu quero vê-lo e vou vê-lo, ponto final.
– Do que diabos você está falando?
– Você precisa me levar pra luta.
* * *
– Eu sempre quis me vestir como uma velha desde que assisti a Uma Babá quase Perfeita
Kate fala, enquanto puxa as perucas que compramos na Internet.
– Kate, eu não vou sair desta cadeira de rodas. Diz de novo que nada vai dar errado?
– Cara, você persuadiu sua médica a lhe dar essa permissão. Tudo vai ficar bem. Chris não vai
nem saber que você foi. Somos jovens, Ana! Olá? Só vive uma vez. – Ela bufa resolutamente e
vai tentar entrar em seu vestido floral de velha.
– Mas eu disse à médica que iria visitar meu namorado na casa dele.
– Aqui é o lugar dele. O ringue é a casa de Chris. Além disso, não subestime o poder da
felicidade. As pessoas se curam mais depressa quando estão nos braços de seus entes queridos. O bebê vai amar isso, não vai, bebê fofinho? – ela murmura estupidamente para a minha barriga.
Reprimindo uma gargalhada, eu a empurro para longe, mas ela tem razão, tenho certeza de que o bebê vai adorar. Já me sinto revigorada, e de fato não acho que o bebê estivesse se divertindo comigo no meu triste estado atual. Estou apaixonada por um homem complicado, e ele me faz ter sentimentos complicados. Passei por eles na minha cabeça mais de mil vezes, e não dou a mínima se ele não me quer lá. Eu estou indo ver o meu homem. Ponto final.
– O que você acha? – pergunto a Kate quando termino de ajustar a peruca loira que vai até os
ombros.
– Linda. Você parece daquelas bem baratas... Agora me deixe maquiar você.
Ela espalha um bolo de maquiagem em mim, enquanto a perspectiva de vê-lo faz meu coração
bater animadamente na minha caixa torácica.
– Kate, meus poros estão tapando.
– Silêncio! Agora eu.
Eu me olho no espelho enquanto ela pinta seu próprio rosto.
– Tudo bem, eu pareço uma prostituta. Eles vão perguntar quanto nós cobramos.
– Temos que fazer com que você não se pareça com você.
– Mas você ainda parece gostosa! Você é uma avó bonitona, por que eu não posso ficar assim
também?
– Porque sou eu a única que pode andar, e você é a que vai ficar na cadeira.
Ela me empurra para mais perto do espelho e olhamos para nós mesmas, em nossos vestidos
florais. Kate acrescentou um suéter de cashmere no dela e uma flor para sua peruca cinza e branca, enquanto a minha peruca loira tem uma faixa preta de cabeça, no estilo Alice no País das Maravilhas e que prende o cabelo no lugar.
Estou completamente diferente de mim, e se acrescentar os óculos grandes que temos, eu ficaria ainda duplamente menos parecida comigo, mas eles são tão grandes e desconfortáveis de usar que os joguei no bolso do vestido enquanto fomos em direção ao elevador.
– Não quero distraí-lo, certo? Chris não pode ver que estou lá. Ele pode ficar com raiva. Nem sei o que ele poderia fazer, ele é muito imprevisível. E nós realmente nunca brigamos sem termos rompido antes, Kate.
– Minha querida putinha, a julgar pelas rosas que ele tem enviado, Chris quer fazer as pazes. E não se preocupe! Vou trazer você de volta aqui em um instante, e, nesse meio tempo, estaremos caindo fora desse bendito quarto! Uhuuu!
* * *
Trinta minutos mais tarde, descobrimos que o local da luta não era um lugar amigável para
deficientes. Aprendemos isso quando Kate tentou me tirar do táxi e, em seguida, para a cadeira, e em seguida, para a casa noturna, para o elevador, e então no Underground. Ela está tão cansada e ofegante que continua dizendo que não parece tão mais legal, “graças a você, sua vaca grávida.”
Eu estaria rindo sobre o quão ridícula ela parece ao tentar pedir às pessoas que nos deixem
passar, mas quando entramos na arena lotada, isso me soa um pouco como voltar para casa, e os sentimentos misturados de felicidade e frustração por não ter sido convidada colidem em mim numa combinação um pouco complicada.
Este é o lugar onde eu o conheci. Onde eu perdi meu coração em um só fôlego. Onde ele ferrou com a minha reputação. Onde ele beijou meus lábios. Onde ele assumiu o ringue como um ciclone antes de me assumir.
Depois de cerca de um milhão de “licença, desculpe, estamos passando”, Kate finalmente me
leva até nossos lugares. Tive que comprar bilhetes com meu próprio cartão que acabei estourando, então temos assentos na primeira fila, embora não exatamente no centro. São bons assentos e poderei ser capaz de devorar cada centímetro do meu Arrebentador bem de perto. Ele não está ansioso para falar comigo? Não está ansioso para me ver? Eu estou morrendo por um mero vislumbre.
– Lembre-se de parecer uma mulher mais velha, Kate – sussurro quando os primeiros lutadores da noite começam a bater no rosto um do outro.
– Aquela mulher continua a nos seguir – diz Kate preocupada e apontando atrás de nós, mas eu não posso nem me virar. – Sei lá, parece um travesti. Um pouco assustador.
Faço a varredura da área procurando Taylor e, ao lado dele, no banco que costumo ocupar, vejo a minha irmã Alayna, sorrindo e flertando com ele.
– Uau, então Alayna conseguiu que Taylor arrumasse um ingresso, hein? – diz Kate.
Não sei por que, mas ver alguém, qualquer um, até mesmo a minha irmã, no meu lugar, faz
despertar mil faíscas de ciúme dentro de mim, e eu estou com raiva de novo. Não com raiva. Furiosa tudo de novo com Christian me dizendo que eu não poderia vir aqui. Maldito.
De repente, o ringue está desocupado e acho que vejo Sawyer começando a tomar o seu lugar perto do canto do ringue, e minha pulsação dispara.
– Na última vez em que ele veio a esta arena, ele nos deu um nocaute recorde e perseguiu um dos nossos... – a voz brada através do alto-falante, e as mulheres gritam e meu coração se aquece quando me lembro do jeito que ele veio atrás de mim. – Vocês sabem de quem eu estou falando. O homem que vocês estão aqui para ver! Digam olá para o primeiro e único Christian Grey, seu Arrebentadooorrrrr!
Kate prende a respiração, então murmura:
– Putaquiupariuuuu, eu vi Chris...
Minha pulsação bate no teto quando tento enxergar um vislumbre de vermelho, trotando em direção ao ringue, mas não consigo ver nada desta cadeira estúpida.
– Não consigo ver. – Nossa, como odeio que todos possam vê-lo, menos eu.
– Cara, ele está vindo pro ringue! Algumas garotas estão vindo, mas ele está empurrando todas. Ele é um deus, Ana. Oh meu Deus...
E por fim eu o vejo, e meu coração literalmente para e meu estômago de imediato se contrai com a emoção. Eu o amo eu o odeio eu o amo.
Ele entra no meu campo de visão, um lampejo de vermelho, e oscila para cima no ringue de modo ágil e musculoso, tão elegante e ágil. As luzes brilham para baixo sobre ele, enquanto Chris se livra de seu manto vermelho, e de repente ele está lá. Tão masculino e primitivo. A fantasia de toda mulher e minha fantasia real.
Nunca vou esquecer a forma que ele aparenta, em seu traje de boxe, todos os músculos de seu
torso rasgado fortes e firmes, ele bronzeado e reluzente. Nunca vou esquecer a maneira como ele sorri para sua torcida. Eu. Estou. Morrendo. Ele parece incrível. Perfeito. Irradiando força masculina e vitalidade. Como se ele estivesse em uma porra de uma praia e eu estivesse no inferno. Parece até que todas as luzes acima se apressam para beijar sua pele bronzeada. Seus braços fortes estão esticados, músculos tensos quando ele começa lentamente a se virar. A arena quase treme sob minhas rodas – os gritos são ensurdecedores.
– Foda com eles, Arrebentador! – as pessoas gritam atrás de mim.
– E depois venha me foder!
Suas covinhas piscam para elas, seus olhos brilham para elas. Ele parece tão descaradamente feliz que quero bater nele. Na verdade, quero ir lá em cima e esmagar sua boca com a minha, enquanto bato nele.
– Ana, eu me sinto péssima por ser sua amiga, mas estou com muita vontade de seu homem,
então, por favor, me diga que você entende! – Kate diz ansiosa.
Solto um gemido com nojo de mim mesma. Fui abandonada, e aqui estou eu, correndo atrás dele como uma fanzoca, cobiçando-o só porque ele é meu.
MEU.
– E agora, senhoras e senhores, vamos dar as boas-vindas ao Monstro de todos os Monstros,
Hector Hex, Herculeeeeeees! – o locutor grita, e Kate murmura:
– Puta merda...
No momento em que o Monstro de todos os Monstros pisa no ringue, juro que vi a lona ceder com o seu peso. Nunca vi isso antes, mas ele parece ainda maior do que Butcher, e o nó no meu estômago se aperta dez vezes. O novo lutador parece com algum tipo de gigante.
– De qual galáxia veio esse monte de carne? – Kate pergunta, tão perturbada quanto eu.
Chris toca as luvas com o monstro, e então recua e flexiona os músculos do braço, e eu vejo as
tatuagens entre seu ombro e bíceps ondularem. E todo meu corpo ondula lembrando-se dessa
sensação na minha pele.
Ping.
Eles vão para o centro do ringue. Meu coração martela dentro de mim quando o Monstro de todos os Monstros soca as costelas de Christian, e Christian volta com um soco triplo que é tão rápido e tão poderoso, que empurra o cara de volta três passos.
– Ana, oh meu Deus! – diz Kate. – OH. MEU. DEUS!
O gigante volta com um murro que atinge Chris direto no estômago. Eu ouço o som do soco e
começo a estremecer, mas subitamente escuto os sons da forma como Christian bate de volta.
Rápido e duro. PAM PAM POOM! O gigante cai sobre sua bunda. Christian circunda o ringue
enquanto espera que ele se levante, sinuoso, gracioso, meu poderoso leão de olhos azuis.
Todo o meu corpo se lembra da forma que esse leão se move sobre mim. Dentro de mim. A forma como os quadris me empurra com perfeita precisão. A maneira como suas mãos passam em cima de mim. Apertando-me e me provocando. A forma como a língua se esfrega contra a minha me provando, me lambendo.
O Monstro lentamente se levanta e sacode a cabeça, como se estivesse confuso, e antes que ele possa entrar com outro soco, Christian o atinge com um direto de direita e o atira no chão de novo, plaf, de costas.
Kate pula e grita.
– SIM! SIM! CHRIS, você é o rei da selva, PORRA! – ela grita.
E ele se vira com aquele sorriso, e eu congelo quando ele nos encontra. Ele está sorrindo com
indulgência para nós, seus fãs, olhando em nossa direção, quando de repente muda sua postura e seu corpo parece se retesar. Suas covinhas ainda estão no lugar, mas os olhos se apertam ligeiramente quando nos analisa, como um predador em modo de caça.
O chão parece cair sob meus pés.
– Acho que ele reconheceu a sua voz, sua idiota! – assobio baixinho, puxando a saia de Kate para que ela se sente novamente.
Mas ele não está olhando para Kate. Oh, não. Chris está olhando para mim. Os pés afastados, seu peito se ergue quando ele de repente me perfura com os olhos. Perfura a mim, só a mim.
Seus olhos azuis se fecham sobre mim, curiosos e questionadores, e estou de repente
dolorosamente consciente de tudo o que estou vestindo. O delineador em volta dos meus olhos, o batom vermelho ridículo, a pele rebocada de maquiagem... Rezo, em silêncio e com fervor, que isso seja o suficiente para me proteger dele.
Expiro vigorosamente quando seus olhos deslizam à minha direita, para Kate, e ela ajusta sua
peruca e sussurra:
– Merda do caralho.
E se eu achava que estava salva, o subestimei completamente.
Ele olha para mim de novo, e depois, bem devagar, balança a cabeça.
Meu coração se aperta tanto que pensei que meu peito fosse sofrer algum dano interior permanente.
Ele arrasta a mão pelo cabelo e inquieto anda em torno do ringue por um momento, então levanta a cabeça de novo, e quando seus olhos se prendem em mim e ele balança a cabeça mais uma vez, desta vez com um súbito lampejo de suas belas covinhas, acho que gozei.
Faíscas de eletricidade me percorrem quando seus olhos escurecem com o calor, os lábios
sensualmente se curvam, cheios daquele reconhecimento masculino de que eu, ao contrário de todas as suas outras fãs, sou sua fã número um.
Ele sabe exatamente quem eu sou. Posso ver a diversão em seus olhos e quase posso ouvi-lo
dizer...
Sua merdinha, eu sei quem você é.
Eu vejo você.
Porra, eu vejo você!
Minha vontade é arrancar esta fantasia idiota, e só correr até ele e escalar Chris como uma árvore.
Agarrar essa mandíbula dura em minhas mãos e beijar-lhe a boca e afogá-lo com meus beijos e com todo o amor que eu tenho por ele e que está me afogando por semanas.
Ele enrola os dedos em suas laterais quando outro lutador é anunciado, e enquanto o homem sobe ao ringue, Chris se mantém olhando para mim, abrindo e fechando os punhos, e posso sentir o calor em seu olhar, queimando em cada parte do meu ser, até os dedos dos pés.
A campainha toca, e Christian pisca para mim, uma piscadela que faz a multidão rugir.
Kate range e aperta minha mão.
– Vamos, fale outra vez que ele não quer você, sua tapada! – E aponta para si mesma. – Esta garota aqui está com um tesão da porra em seu nome! Oh, meu Deus! Ele está comendo você dentro da cabeça!
Quase começo a gemer quando a luta começa.
Christian parece revigorado. Ele dá socos no novo lutador repetidamente, dando jabs, ganchos,
esquivando-se, e ele se vira para mim entre socos, só para ver que eu estou olhando.
Eu estou.
Eu o vejo.
Eu o sinto.
Eu o desejo.
Porra, eu o amo mais do que qualquer coisa ou qualquer pessoa neste mundo.
O homem não tem chance contra ele, e eu assisto em fascinação absoluta e completa.
Todas essas semanas, com todos esses hormônios, sentindo falta dele como louca, querendo-o
como louca, amando esse homem como louca... Ele está o mais perto que eu já o tive nas últimas semanas, e estou morrendo tanto por ele, eu estou segurando minha cadeira tão apertada que meus dedos estão brancos. Eu o quero dentro de mim como quero a minha próxima respiração. Agora isso é tudo que posso pensar, tudo que posso pensar é que ele é meu, e eu sou dele, que eu não vou deixar que vá embora, que eu vou fazer Chris me querer de novo se algum dia ele deixar de me querer, e que nunca haverá um momento da minha vida em que irei desistir desse homem.
A cada vitória o seu nome é chamado, o braço é levantado, os rugidos da multidão ecoam, e
aqueles olhos azuis me encontram na minha roupa ridícula e sua mandíbula se contrai e seu corpo fica tenso, como se ele não pudesse suportar me ver sem me tocar. Todo o meu corpo responde e tremo na cadeira com a maneira como ele olha para mim. Eu posso estar horrível, mas ele ainda me quer. O desejo queima em seus olhos, e a promessa de que ele vai me tomar dança dentro dessas íris.
Meu coração palpita. Lembro-me dele.
Lembro-me de sua pele, de seus calos roçando em mim. Sua respiração. Vejo o seu corpo exposto, brilhando de suor, cada músculo esguio e perfeito, e quase posso prová-lo, senti-lo deslizar contra a minha pele.
Durante toda a noite eu sou um poço de felicidade, emoção, nervos e tremor, e uma esmagadora necessidade.
– Kate, não quero que ele venha me ver nestes trajes – digo a ela, pela primeira vez lamentando as minhas escolhas de vestuário.
Estou feia, indecente, imunda e ridícula, e não era assim que eu queria que Chris me visse hoje à noite.
– Tudo bem, vou levar você pra casa e ele irá até você – murmura ela.
Kate começa a me empurrar, e de repente ouço a voz explodindo nos alto-falantes:
– Nocaute! Sim, senhoras e senhores! Nosso vencedor, nesta noite e mais uma vez, eu lhes dou o Arrebentadorrrrrrrr!
Seu nome ecoa em torno a mim enquanto o público canta:
– Arrebentador! Arrebentador!
– Claro que você faria exatamente o oposto do que eu pedi a você.
Uma voz gutural, profunda e insanamente sensual sussurra atrás de mim, então vejo um tronco
musculoso à minha frente, e sou levantada em um par de braços deliciosamente suados.
Christian se vira para Kate em vez de para mim, e ouço quando ele quase rosna para ela:
– Eu cuido desta pimentinha. Sawyer pode dar-lhe uma carona para casa.
O cheiro dele gira a meu redor e me desarma completamente. Eu quero bater no peito e dizer-lhe para me deixar ir, porque ainda estou um pouco irritada, mas meus dedos estão ligados na parte de trás do seu pescoço forte, em meu medo de cair, e estou quieta enquanto Chris está parado, absorvendo a sensação de seus braços em volta de mim. Bom. Assustadoramente bom. Seus bíceps protuberantes me espremem dos lados, seus braços grossos brilhando de suor, como o resto do corpo. O resto do belo, irritante, complicado Chris.
– Divirta-se, Ana – disse Kate com um brilho nos olhos quando vem para dar um tapinha no
meu ombro, sussurrando em meu ouvido: – Cara, nunca na minha vida vi esse brilho nos olhos de um homem antes, ele vai te foder tão gostoso.
Nos vestiários, Sawyer me cumprimenta com um sorriso além de emocionado em seu rosto.
– Ei, Ana! Já que Chris está apertando tanto você, eu assumo que você é a Ana? – diz ele, ao
entregar a Christian uma pequena mochila.
Chris balança a cabeça e sussurra alguma coisa para ele, então me leva para fora e chama um táxi e, em vez de me levar para casa, com a voz rouca diz ao motorista o nome de um hotel a duas quadras dali. Ele está desidratado, e abre a mochila, pega uma bebida eletrolítica e começa a engolir enquanto usa o braço livre para me transportar para o seu colo.
Seu aperto se fecha em torno da minha cintura quando tento mudar de lugar, e meu coração martela loucamente no peito quando ele enfia a água de volta em sua bolsa. Chris abaixa a cabeça e faz a mais profunda e mais longa inalação de mim que já fez. O desejo entra em espiral através de meu corpo. Ainda estou um pouco irritada, mas entre as minhas coxas, meu clitóris pulsa a ponto de doer.
Ele pega meu rosto, vira a minha cabeça e belisca minha orelha, respirando pesado, completamente excitado em minha bunda como se me quisesse. Como se ele desesperadamente me quisesse.
– Deus.
Chris suspira em meu ouvido, os braços se fechando à minha volta enquanto ele transa com a
língua na minha orelha. Um tremor de necessidade corre acima do meu corpo e me faz morder de volta um gemido. Estou indecisa entre bater nele e beijá-lo, porque ele está me matando. Minha calcinha está encharcada, meus seios não param de doer, meu coração dói, cada parte de mim dói quando ele mergulha a língua na minha orelha, do lado de fora da orelha, por trás dela, com o mesmo desespero que eu sinto.
Quando chegamos ao hotel, estou fervendo em minha própria raiva e, ao mesmo tempo, fervendo com luxúria por causa da maneira que Christian trabalhou em uma excitação louca na parte de trás do táxi. Esfregando as mãos em mim, lambendo e me beliscando. Cheirando-me como se ele estivesse com fome de ar.
Ele pega uma chave na recepção e, em seguida, nós estamos subindo no elevador, e eu digo, com uma voz grossa, estranha:
– Ponha-me no chão.
– Em breve – murmura ele, os olhos flamejantes com o calor quando olha para mim.
Mesmo com aqueles olhos azuis me avaliando nas roupas menos sexy de todo o universo, com a pior maquiagem possível, com um terrível batom vermelho vulgaríssimo, aquele desejo primal em seu olhar me penetra como pequenos raios de prazer.
Eu me sinto como um vulcão latente, meu sangue cozinhando nas veias em uma irresistível mistura de raiva e excitação. Mas a excitação, eu odeio como ela está rapidamente ganhando quando o cheiro dele se mantém alcançando meus pulmões. Minha língua dói na boca. Quero lamber seu pescoço e tomar aquela boca sexy com a minha e fazer esse homem me mostrar que ainda me quer e ainda me ama.
Meu coração bate com violência em minhas costelas enquanto Chris desliza a chave na ranhura da porta e me carrega para dentro do quarto, em direção ao final do corredor, onde fica o aposento principal.
Ele me deposita ao pé da cama.
– Não sei se eu deveria te beijar ou bater em você. – Minha voz treme de emoção.
Então eu me sinto reenergizada e bato meu punho em seu peitoral duro e empurro o peito para que ele vá embora. Agarro seu belo rosto e esmago sua boca sexy na minha. Seu sabor me faz estremecer como um tiro de êxtase até que me afasto com raiva e soco aquele peito que parece uma parede de novo.
– Suas canções me fizeram chorar! Senti falta de sua voz, de suas mãos! Sou uma grávida tola e estúpida ansiando por você, e você quer que eu fique como uma boa mulherzinha do século XV, esperando em casa pelo homem, enquanto você está lá fora, molhando as malditas calcinhas de cada mulher. Eu não vou fazer isso. Recuso-me a ser esse tipo de garota, você está me ouvindo?
– Sim, ouvi. – Ele se inclina e desliza os dedos por trás da minha cabeça, em seguida, sua voz
rouca e espessa de desejo dança sobre a minha pele. – Agora venha aqui e me beije de novo. – Ele me chama para mais perto e eu soco o peito dele mais fracamente dessa vez, gemendo em protesto.
– Você chegou a tocar em alguém? – choramingo, me retorcendo para me livrar.
Ele aperta seu domínio sobre minha nuca e prende seu faminto olhar nos meus lábios.
– Não.
– Então por que não quer me ver? Não te entendo!
Seus olhos piscam, frustrados.
– Você não tem que me entender, só me amar como o diabo. Pode fazer isso? Pode? – O polegar se arrasta com aspereza sensual em meu lábio inferior. – Pode?
Não consigo responder. Enquanto Chris olha para a minha boca com um olhar deliciosamente
carnívoro, eu estou bebendo na mandíbula sombreada de barba, os olhos azuis, o cabelo bagunçado, suas maçãs do rosto salientes e queixo quadrado, as barras escuras de suas sobrancelhas, cada centímetro de seu belo rosto, tão dolorosamente perto que todos os órgãos dentro do meu corpo começam a pulsar. Eu me ouço sussurrar:
– Você ainda me ama?
– Você só pode estar brincando comigo – diz ele.
Vou gemendo alto enquanto seus dedos passam a acariciar a parte de trás do meu pescoço, esse toque que confunde os meus sentidos. Ele me inebria com sua proximidade, me faz ficar embriagada com o cheiro do seu suor, seu sabonete, ele. Toda vez que está perto, ele amplia os meus sentidos, e eu estou tão emocional, todas essas horas sentindo sua falta, todos esses hormônios estranhos, e minha voz treme quando falo.
– Você ainda me ama, como antes?
– Eu sou louco por você pra caralho! – grita ele, incrédulo.
Fecho os olhos e gemo baixinho, agarrando-me ferozmente nessas palavras.
– Eu disse que te amava com cada pétala de cada rosa – continua, em um sussurro rouco e baixo.
Então, ele roça a ponta do polegar na minha boca de novo, com mais força desta vez, com mais necessidade, enquanto a sua voz, forte e aguçada, envia uma onda de calor através de mim.
– No instituto, uma de minhas médicas tinha uma rosa. Ela me disse que tinha recebido do seu
marido, porque ele a amava e ele estava longe. Não é isso que você envia quando você não está lá para dizer a alguém que a ama, porra? Ana, eu nunca fiz isso antes, mas porra, dói olhar pra você através de uma tela do caralho. Dói ficar escrevendo aquelas mensagens. Dói como nenhum soco do caralho dói...
Ele espalha seus dedos abertos na parte de trás do meu pescoço como se precisasse tocar o
máximo de mim quanto possível, com os olhos brilhando tão ferozmente que isso só faz o meu
coração bater mais forte.
– Você não ouviu as músicas? Elas eram todas pra você, Ana. Você não sabia que pensei em
você? Que sentia demais a sua falta? Se não demonstrei o quanto te amo, então me diga de que forma ferrei tudo!
– Queria que você me deixasse ver a luta! Como sempre faz. Você sempre me quis lá antes. Por que não hoje? Por que você não veio me ver antes?
– Deus, eu quero você lá, mais do que tudo. Você acha que eu gosto de um segundo desse inferno? Se eu tivesse visto você antes da luta, por acaso acha que eu ia ter a força de vontade de deixá-la? Como pode pensar que isso é fácil pra mim, Ana? Como?
A frustração viva em seus olhos me corta de modo tão profundo que baixo a cabeça, porque, não, eu não acho que seja fácil para ele.
– Você acha que precisa de mim, pimentinha? – A pergunta rouca viaja por todo o caminho através de mim, e tenho que pressionar minhas coxas juntas para parar o tremor dentro de mim. – Baby, o jeito que você precisa de mim mal chega à metade do jeito que eu preciso de você.
A tristeza inesperada em sua voz puxa meu olhar de volta para ele.
– Meu jogo é metade do que costumava ser. Não consigo me concentrar. Não consigo dormir. Eu não posso mais entrar no jogo. Sou como um robô lá fora. Eu sinto um buraco de merda aqui, bem aqui. – Ele coloca o punho sobre o peito. – Só estou tentando proteger a minha garota. Três médicos, três, disseram que ela precisava ficar na cama durante os primeiros três meses, sem nenhuma viagem. Não posso vê-la, não posso fazer amor com ela, estou tentando fazer a coisa certa quando tudo dentro de mim grita que ela pertence a mim. – Ele aperta os olhos, expirando profundamente pelo nariz. – A cada segundo que eu e você respiramos, você pertence a mim.
– Chris, sinto muito. Isso está me deixando louca também.
Cubro meu rosto e procuro tentar respirar através de minha garganta apertada, mas ele agarra meus pulsos e força meus braços a ficar ao meu lado, prendendo o meu olhar com o seu, com os olhos vividamente azuis.
– Eu te amo tanto. – Chris engole o meu rosto com as duas grandes e belas mãos calejadas. –
Tanto, Ana, que ainda não sei o que fazer comigo mesmo – diz, e beija a ponta do meu nariz com um tremor suave da respiração. – Sinto falta de tudo sobre você, da maneira como você sorri até a maneira como olha para mim e a forma como a cama cheira quando você está comigo. Eu te amo mais do que tudo na minha vida, tudo. Isso me come por dentro como uma doença por querer vir buscá-la e levá-la de volta comigo.
Começo a tremer na ponta da cama, todas as minhas emoções, todos os meus hormônios em fúria, todas as minhas células, todo o meu ser, tudo zumbindo em suas palavras. Meu corpo inteiro pulsa de amor, luxúria e a agonia física de ter negada a minha dose de Chris durante semanas. Tremendo, estico amorosamente meus dedos e desço a curva de seu queixo forte.
– Isso – digo, a palavra saindo de meus lábios frouxa – é o que eu vejo no meu quarto. Este rosto. Este rosto é tudo que eu vejo, tudo que eu vejo, Chris.
– Droga, tire essa merda e me deixe olhar a minha Ana.
Ele agarra a minha peruca e a joga de lado, então prende meu olhar quando nossos sorrisos
desaparecem. O ar entre nós pulsa e salta como se a nossa necessidade fosse uma coisa viva e
respirando entre os dois.
– Por que alguém iria querer cobrir esse cabelo?
Silenciosamente, tira a rede de cima da minha cabeça, e o baixo farfalhar é a única coisa audível no quarto.
Aqueles dedos lentos e deliciosamente experientes soltam meu coque, e o contato de seus dedos contra o meu couro cabeludo envia frissons pela minha espinha.
No momento em que Chris afrouxa as mechas e meus cabelos descem na altura dos ombros,
minhas coxas se dissolveram numa poça úmida, juntamente com o resto de mim. Um suor
resplandecente cobre o pescoço dele, e seus peitorais brilham também. Seu tronco é tão sólido que parece impenetrável como uma parede de aço, como se nada pudesse machucá-lo. Seus músculos do braço incham quando ele acaricia suas mãos no meu cabelo, e estou tão desarranjada quanto ele.
Quando falo, minha voz está mais rouca do que nunca.
– Era pra eu ser uma fã velhinha...
– Minha... – diz ele, num sussurro que é muito mais profundo e mais áspero do que o meu.
– O quê?
– Minha doce ... e desobediente ... fã favorita.
Ser chamada como sendo dele de novo...
Um som me escapa, e ele me ouve. Raios de calor correm até meu sexo quando ele passa uma mão sob o vestido. Olhos de um azul vívido me observam enquanto os dedos tocam do lado de dentro da minha coxa, e meu coração galopa a toda velocidade.
Ele olha para a minha boca, e oh Deus, estou inundada de desejo. Ele se inclina, primeiro para
provar a minha boca com batom, abrindo-a, depois, por baixo do meu vestido, os dedos deslizam sobre o tecido da minha calcinha. A língua dele corre sobre a minha, e quando ele me coloca de volta na cama, eu tremo quando abro minha boca e gemo baixinho.
Christian é tão gostoso, tão gostoso...
Ele brinca com a minha virilha na borda da calcinha, então a puxa de lado e seu dedo me acaricia diretamente. Uma tempestade de tesão avança em mim quando o beijo suavemente. Ele tem gosto de Chris, e também do meu batom estúpido, e eu estou morrendo quando ele me abre com o dedo e, em seguida, vem com a língua. Quente e úmida, passando ao redor da minha, então me convenço a segui-lo e beber de sua boca quando ele me penetra devagar com seu dedo do meio.
Meu corpo arqueia em direção ao dele.
Ele sussurra em minha boca:
– Se você pode vir pra minha luta, pode vir em meus braços.
Minha respiração para quando ele esfrega seu dedo dentro de mim. Eu sinto estar me espremendo em volta dele, meu corpo ganancioso ansiando alguma coisa dele dentro de mim. Ele acrescenta o polegar para provocar meu clitóris, e quando se afasta para ver o meu rosto enquanto brinca com a parte mais quente e mais molhada do meu corpo, sua boca está manchada com meu batom, sua mandíbula está contraída com o desejo, seus olhos azuis estão brilhantes, seu belo rosto olhando para mim, minha nossa, juro que ele parece tão sexy como se alguma outra mulher o tivesse beijado.
Tenho ciúmes de mim mesma e do meu batom enquanto tremo e atiro minha cabeça.
– Christian...
Ele geme e me dá outro beijo, este rápido e forte, com um estreitamento de seus dentes, antes de recuar e retirar o seu dedo.
Sem qualquer pressa, Chris puxa e abre cada um dos botões do meu vestido floral. Cada célula do meu corpo fica frenética quando me sento e o ajudo a abrir os botões enquanto ele abre minha blusa.
– Oh, depressa, me toque – suspiro.
– Psiu – diz ele, enquanto abre o vestido bem no meio, colocando o tecido de lado para que possa pegar minha calcinha de algodão branco.
Meus mamilos picam para fora através do tecido do meu sutiã e minha calcinha está úmida, e eu não achava que fosse mesmo possível para os olhos dele ficarem mais escuros e mais esfomeados do que antes.
– Deus, eu poderia comer você.
Antes que eu perceba, ele encontra o fecho central do meu sutiã com os polegares e, quando o
empurra de lado e esfrega os dedos ao redor das minhas aréolas, ele mordisca minha boca, meus lábios, até que abaixa a cabeça e chupa um mamilo.
Oooh, eu ouço. E sou eu. Fazendo todos esses ruídos. Ondulando meu corpo contra o dele.
Ele esfrega a ponta da língua sobre a ponta de meu mamilo e ondas de prazer disparam através de mim. Ele desliza a mão em minha calcinha, e eu dirijo meus dedos em seu cabelo. Ele parece tão faminto, e eu estou com tanta sede que no instante em que me penetra com o dedo do meio, estou tão inchada, tão molhada, tão desesperada, sentindo sua boca chupando meu peito como se estivesse faminto por mim, que começo a gozar.
Meus dedos agarram os cabelos de Chris e eu gemo de prazer quando minha cabeça cai para trás, ao mesmo momento que meus músculos começam a se contrair e se soltar, contrair e se soltar, e Chris mexe o dedo devagar, arrastando o prazer para mim, enquanto suga meu peito ainda mais forte, desencadeando torrentes após torrentes de prazer em mim.
– Oh Deus! – grito, e me ergo e me agarro a ele, virando meu rosto para o pescoço dele, correndo minha língua sobre sua deliciosa pele esticada, bebendo-o desesperadamente. – Nossa, eu estou morrendo para que você me faça sua. Pra sentir você. Você. Dentro de mim.
Ele me olha enquanto recupero o fôlego, o brilho possessivo em seus olhos me eletrizando.
– Ainda não terminei com você – diz com ternura, fazendo-me lamber seu dedo molhado. – Eu vou devorar sua boca, foder sua boceta com os dedos, com a língua, com toda parte de mim que puder. E você vai beijar o meu pau como se não houvesse amanhã.
– Quero beijar seu pau agora.
– Agora não.
Ele se afasta e retira a cueca boxer até que fica só pele, músculos, tatuagens e... Meus olhos saltam ao vê-lo levar sua enorme, bela ereção para o chuveiro e encher a banheira. Ele vem me pegar, e meus olhos ardem com a visão de seu pau enorme em pé, tão perto da tatuagem da estrela acima dele.
Quero beijar aquela parte do mesmo jeito que quero beijar o resto dele. Não. Eu não quero apenas beijar. Quero lamber. Chupar. Saborear. E reclamá-lo meu, para sempre e sempre.
Antes que eu possa agarrá-lo e brincar com ele como Chris brincou comigo, ele toma meu braço, me puxa pelos meus pés e, em seguida, me leva para a enorme banheira de hidromassagem. Redonda e cor de creme, ela fica no meio do aposento, e quando ele fecha os registros, eu me apoio em um de seus braços e mergulho os pés na água, e então espero que ele me siga. Ele dá um passo atrás de mim e nos abaixa na água quente, ligando os motores jacuzzi enquanto nos acomodamos.
Meus olhos se fecham quando ele me envolve em seus braços e imediatamente começa a lamber meu pescoço.
– Chris... – respiro.
Seus dentes raspam a parte de trás do meu pescoço e, em seguida, ele rosna em meu ouvido:
– Nada neste mundo tem um gosto tão bom quanto você, sua pele, sua língua. Nada é tão doce e suculento como sua boceta.
Ele me levanta da água de repente e me vira, mas continua sentado na banheira e seu rosto está no mesmo nível do meu sexo. Abre as mãos em minhas coxas para separar mais minhas pernas, abrindo-as, e enterra a cabeça entre elas, beijando minha boceta por um minuto inteiro, acariciando meu clitóris com a língua, em seguida, empurrando sua língua pra dentro. Posso sentir seu grunhido vibrar por todo o caminho através de mim, e quando ele termina de sentir seu prazer, me vira de volta e se abaixa de volta comigo.
– Você fica ainda mais molhada depois de gozar – fala no meu ouvido, com sua voz grossa, e
depois começa a ensaboar meu cabelo lentamente. – E estes... Estão maiores e mais pesados.
Ele corre as mãos ensaboadas sobre os meus seios, e todo o meu sangue parece estar sendo
bombeado para baixo, direto para o meu clitóris, e as pontas dos meus mamilos.
– Sim – mal consigo falar. – Eles estão tão sensíveis, sempre enrugados nos bicos.
– Querem ser chupados. – Ele respira contra meu ouvido, e a maneira como ele rola a língua,
como se já estivesse provando meus mamilos doloridos, faz meu clitóris pulsar.
Posso sentir sua ereção nas minhas costas, impressionantemente dura, pulsando contra a minha pele, e minha língua está inquieta na boca, porque preciso envolvê-la em torno da cabeça de seu pau com urgência. Pego um pouco de sabonete e começo a esfregar meu rosto, tentando me livrar de toda essa maquiagem.
– Aqui – digo, voltando-me e rapidamente ensaboando seu cabelo.
Ele me olha com um sorriso, como se soubesse a razão da minha pressa. Quando me ajoelho e
passo xampu sobre o cabelo e tento lavar com uma concha ao lado da banheira, eu o cavalgo, de forma que o enorme vulto de sua ereção, aquele delicioso e enorme volume, fica bem ali, entre as minhas coxas, enquanto enxáguo o xampu. Ele se inclina e começa a chupar as gotas molhadas de água dos meus mamilos. Eu grito, e ele agarra minha bunda e me arrasta com mais força contra sua protuberância, enquanto seus movimentos de sucção fazem meus dedos enrolar.
– Está doendo? – pergunta Chris, puxando a ponta de um mamilo com os dentes.
– Não, ooh, Chris, isso é tão bom.
Ele geme e balança os quadris para mim, enquanto repete sua sucção no meu outro seio.
– Merda, Ana, eu poderia gozar apenas chupando você, escutando você...
– Eu poderia gozar com você me chupando, ouvindo você gemer...
Ele pega com a mão um seio e chupa o outro com força, começo a gemer e me mexer sobre seus quadris e antes que perceba, eu o imagino erguendo meus quadris, tendo seu pau em mim, e montando-o, e pedindo para que ele enfie em mim, novamente e novamente. Ele me interrompe.
– Não vou gozar em uma banheira. O único lugar que eu faria isso é em você – rosna Christian.
– Leve-me para a cama pra brincarmos – respiro ansiosamente, passando os braços ao redor de seu pescoço.
No momento em que me leva para fora da banheira e me enrola em uma toalha, trazendo-me para a cama, estou em chamas de tanto tesão, tremendo. O que ele diz a seguir me faz tremer ainda mais.
– Quero rasgar você em pedaços, eu quero muito você. Quero beliscar, morder, e chupar seus
mamilos tudo de uma só vez.
Ele me coloca na cama e abre a toalha em cima de mim, então imediatamente começa a me lamber.
Oh Deus, eu não posso respirar, pensar, acho que eu não posso nem viver quando Chris começa a beliscar meus mamilos enquanto me lambe em outro lugar.
– Christian...
Ele é hipnotizante. A atmosfera em torno de mim mudou até que tudo o que temos é uma cama, e eu e ele. Juro que posso sentir os raios entre nossos corpos. Ele roda a língua subindo até o pescoço, e quase desmaio com a sensação de seus calos deliciosamente raspando na minha pele quando ele os arrasta para baixo em minhas curvas.
– Eu vi você... Na minha cabeça... A cada porra de hora de cada dia... – murmura Chris para mim.
Ele fareja meu pescoço e fecha a mão de novo sobre um peito, e me arrepio quando aperta a carne e lambe minha clavícula. Meus dedos descem pelas costas lisas, cada um dos músculos delineado sob meus dedos, e oh meu Deus, ele está me segurando. Em seus braços. Ele está molhado, o ar frio, mas tudo que ele quer é me secar e me lamber.
Agarro sua mandíbula em ambas as minhas mãos.
– Christian Grey – gemo, esmagando minha boca contra a dele.
Ele toma os meus lábios com ainda mais força, sugando minha língua.
– Anastasia Steele do caralho.
Olhando-me com os olhos cálidos, ele tortura meus mamilos com os polegares, e eu deslizo minha mão por seu corpo e começo a acariciar o seu comprimento tão duro.
– Faça-me beijar você. – Enrolando meus dedos em torno da cabeça de sua ereção, chupo
avidamente sua língua molhada. – Diga-me pra beijá-lo aqui. Se eu não posso ter você entre as
minhas pernas, quero você na minha boca.
Ele geme e desliza as mãos até meu rosto.
– É onde eu quero estar. A maneira como você usa seus dentinhos. Corra essa língua sobre mim como se quisesse viver em mim. Quero tanto ver essa boca toda no meu pau, nem vou aguentar quando fizer isso...
– Oh, cale a boca. – Mergulho e tomo o seu pau na minha boca. Completamente. Cada centímetro pulsando quente que eu possa pegar, eu o faço.
Um som baixo rasga seu peito e ele está tão duro e pronto que posso provar imediatamente
algumas gotas perdidas de sêmen. Meus cílios varrem para cima, e posso encontrar o seu olhar, e ele está olhando para mim com um êxtase primitivo, vendo meus lábios fechados ao redor de seu pau.
Não na base... Ele é muito grande, longo e espesso. Mas meus lábios estão firmemente em volta dele enquanto minha língua esfrega a cabeça.
Espalho minhas mãos em seu abdômen para me preparar, e ele se contrai quando eu uso os dedos para acariciar a tatuagem de estrela abaixo do seu umbigo. Meu sexo queima de desejo e ciúme completo do que a minha boca tem o prazer de estar, agora, repleta.
Chris segura a parte de trás da minha cabeça, como se extasiado, enquanto a minha língua desliza sobre seu comprimento espesso, e tremo só com o olhar carnal e primitivo daqueles olhos. Seguro a base com os punhos e começo a chupar com a minha boca, gemendo de aprovação quando ele muda de posição. Ele fica ao pé da cama, e eu fico de quatro no colchão enquanto ele me dá mais do seu comprimento. Ele geme e empurra, com os olhos fechados à deriva. Posso sentir o gosto dele, salgado e pronto para vir. Ele está pulsando e tão ferozmente duro, que meu sexo dói, com ciúme.
Meus seios oscilam abaixo de mim enquanto o lambo de quatro, quando de repente ele desliza sua mão ao longo de toda a minha espinha, acariciando cada polegada, até que desliza o dedo do meio para baixo da fissura de minha bunda, então corre para baixo e mais abaixo até a minha boceta, e mergulha o dedo dentro de mim.
Ondas de prazer giram por mim. Começo a gemer e a balançar meus quadris para tomar o seu dedo mais fundo, levantando os olhos para ver seu rosto, sua beleza selvagem, o rosto endurecido de luxúria, enquanto Chris me assiste lhe dar o melhor boquete de sua vida.
Seu peito está se contorcendo. Posso sentir a tensão agitando-se por dentro dele enquanto luta para manter o controle. Mas eu o quero perdido e primal. Ele está sendo cuidadoso. Está se segurando.
Balançando seus quadris suavemente.
– Você está com fome de mim – diz, e eu sei o que ele está pedindo, se vai gozar na minha boca?
Deus, juro que não quero nem parar pra dizer sim.
Começo a acariciar a base com as duas mãos e me afasto para dizer:
– Faminta e insaciável por você. Por favor, dê pra mim.
O som gutural que ele faz só me deixa mais louca. Com suavidade ele começa a penetrar dois
dedos em minha boceta ao mesmo tempo que espalha a mão na parte de trás da minha cabeça e me mantém no lugar enquanto bombeia o pau em mim, cada vez enfiando um pouco mais, até que bate no fundo da minha garganta e volta para trás. Mas eu quero que ele se perca, tanto quanto eu, e começo a mexer a cabeça para cima e para baixo sobre o pau- dele, mais depressa.
– Ana – grita Christian, bombeando no mesmo ritmo que eu, com a cabeça caindo para trás em um rosnado animal.
Então, ele geme e solta jatos dentro de mim, três correntes quentes e salgadas jorrando na minha boca, e eu estou tão desfeita e intoxicada com ele que gozo no instante em que provo Chris e, ao mesmo tempo, sinto que tira os dedos de minha boceta e sobe de volta para o meu clitóris. As cores explodem por trás de minhas pálpebras e enquanto meu corpo estremece, começo a gemer e prender o pau com as mãos, lambendo febrilmente a ponta, querendo cada gota, até a última gota. Mesmo quando termino, perco o fôlego e avidamente começo a lamber o canto dos meus lábios e a olhar para cima.
– Ana – diz ele, olhando para mim de um jeito ferozmente possessivo, parecendo maravilhado
de alguma forma.
A seguir me levanta e cobre a minha boca com a dele enquanto me puxa para perto, me engolindo em seus braços, sua boca ardente em meus lábios enquanto nos coloca de volta na cama. Talvez minha boca tenha o gosto dele, mas Chris não se importa, ele me beija como se não restasse nada de nós a não ser as nossas bocas. E sinto que essa é a única parte de mim que posso mexer.
Ele nos deita para me abraçar e fecha a mão possessivamente na minha boceta, me tocando de leve com o dedo.
– Gosto quando você está com tanta fome de mim – ele sussurra em meu ouvido, acariciando meu abdômen.
– Estou grávida de seu bebê. Nós estivemos separados e tem sido uma tortura. Tenho tido sonhos e acordo suada e precisando de você e não consigo voltar a dormir, meu corpo inteiro dói – sussurro, gemendo enquanto Chris continua me tocando.
Ele mordisca a parte de trás de minha orelha e usa a mão para me penetrar suavemente.
– Eu não tenho sido capaz de ter uma boa noite de descanso desde que você foi embora. A cama é tão vazia que prefiro tomar um banho frio, ou ficar na academia – murmura ele quando puxa minha orelha. – Mas fico duro só de pensar em você, Ana. Pensando que coloquei um bebê aí dentro. – Ele continua a dar mordidinhas suaves na minha orelha e mete o dedo em mim. Tremendo de desejo, sinto o comprimento de seu pau atrás da minha bunda, e ele balança um pouco para mim, nossos quadris em movimento. Mais deliciosas ondas de prazer se atiram através de mim quando percebo que Chris ainda não acabou. Ele me rola para encará-lo, envolve uma de minhas pernas em torno de seus quadris.
– Mexe junto comigo – ordena, e então está se movendo contra mim, me fodendo sem me foder, nossos corpos grudados e se esfregando.
Meu peito se enche de amor quando nos beijamos, e depois nos olhamos. Seus olhos azuis, o
cabelo bagunçado, aqueles músculos salientes. Meu sexo se contrai desenfreadamente com cada movimento de balanço de seus quadris, que traz todo o comprimento do seu pau esfregando ao longo dos lábios da minha boceta, acariciando meu clitóris mais do que sensibilizado. Eu te amo, eu quero dizer, mas os sons que posso fazer são aqueles borbulhantes e sussurrados.
– Quem você ama? – ele rosna com ternura.
– Você.
– Quem é o seu homem? – Ele brinca com a língua na minha boca, em seguida, arrasta sua
mandíbula deliciosamente junto da minha com um gemido. – Quem é o seu homem?
Eu amo a sensação de sua barba contra o meu rosto, e enquadro o rosto dele e acaricio meu queixo contra o dele novamente.
– Christian Grey, meu Arrebentador.
– E me quer em cima de você?
– Hmm, eu quero você em cima de mim.
Quando eu digo hmm, isso supostamente quer dizer que não vou tomar banho, e só assim eu posso sentir o cheiro dele e seu gemido me diz que o fato de eu ter falado isso o está deixando louco. Mas ele me deixa mais louca com a forma como chama seu sêmen de “dele”. Adoro o jeito com que ele gosta que eu sinta sua porra em minha pele, dentro de mim, fora de mim, na minha boca. Hmm...
– Você pediu por mim, Anastasia Steele.
Chris prende meus braços acima de minha cabeça e coloca seus dedos em volta dos meus pulsos enquanto esfrega seu pau na minha boceta, acariciando meu clitóris muito deliciosamente. Ele me olha daquele mesmo jeito hipnotizante e cheio de desejo com que o olhei antes, memorizando-o como ele parece me memorizar. Meu pescoço arqueia enquanto ele retarda os movimentos de balanço, mantendo-me à beira do êxtase por alguns minutos, deliciosos minutos em que nossos corpos se tocam. E aqui estamos nós. Os sons de carne contra carne, os ruídos de nossos corpos molhados, meus gemidos, os gemidos dele, tudo o que estou ciente.
Sussurro seu nome quando gozo, e meus olhos ficam abertos nesse momento em que tudo fica tenso antes de explodir, e eu o vejo em cima de mim, fechando os olhos com força, sua mandíbula contraída quando ele jorra em todo o meu abdômen e convulsiona comigo, seus dedos apertando meus pulsos. Quero que isso me machuque, o jeito que ele me mantém presa quando está gozando, e eu estremeço, nós dois gemendo, sons profundos e arrancados do corpo se aliviando.
Quando tudo acaba, ele me puxa para o seu lado e murmura com a voz rouca:
– Esperei por isso por 39 dias.
– E cinco horas.
– E um pouco mais de trinta minutos. – Sorrindo com satisfação, porque, obviamente fiquei
entregue ao silêncio, ele sorve o meu rosto. Corre o polegar rapidamente ao longo do meu queixo. – Penso em você. Constantemente. De dia. De noite.
Ele usa seu polegar para tocar meu rosto e me olha como se quisesse me comer, então se abaixa e faz exatamente isso. Ele me beija como se eu fosse tanto preciosa quanto comestível, me apreciando e me devorando tudo de uma vez. Chris desliza a mão para cima e para baixo das minhas costas. A sensação de seus calos na minha pele me faz tremer.
Ele olha para mim, seu cabelo uma bagunça charmosa, de pé e molhado.
– Porra, você é tão linda.
– Eu estava ridícula.
Ele ri baixinho, então belisca meu nariz.
– Ridiculamente linda.
Fixando seu olhar de volta no meu rosto como se reverenciasse essa visão de mim, Chris então se inclina e beija minha barriga e deixa sua cabeça lá.
– Você ficou bravo por eu vir vê-lo? – pergunto, colocando minha mão em seu cabelo.
– Não. – Ele lambe meu umbigo. – Sei o que eu tenho, e você é um punhado de problemas, isso é o que você é.
– Eu? Você inventou os problemas. Você nasceu e em vez de eles falarem “é um menino”, os
médicos disseram: “Ahhh, é o problema!”.
Sua risada é baixa e gutural, então fica em silêncio e olha para mim, seus olhos sóbrios, quase
atormentados.
– Deus, como eu preciso de você. – Apoia sua testa na minha e solta uma respiração espessa. – Como fico louco ao pensar em você. Durante todo o voo até aqui, escutei a música que você tocou pra dizer que me ama.
Sua boca quente se apossa da minha de novo e nos beijamos freneticamente, e ele puxa de volta para se curvar e beijar minha barriga novamente. Sua respiração é pesada. Ele não consegue parar de me respirar. Tocar todo o meu corpo. Lembrando-me de que ele é o dono.
Por horas, não conseguimos parar de beijar e murmurar e fazer o outro se sentir bem, até que
deitamos e ele me aconchega perto de seu corpo. Chris fuça meu pescoço por um breve momento e coloca um beijo na cavidade atrás da minha orelha. Depois me acaricia por um tempo, e quando descobre que ainda há alguns remanescentes de seu sêmen na minha pele, ele os pega com dois dedos e esfrega-os em minha boceta.
Suspiro.
– Shh – diz ele em voz baixa. – Eu preciso estar aqui. Bem aqui.
Ele esfrega os dedos dentro de mim, lambendo a parte de trás do meu pescoço suavemente, e
estremeço e começo a gozar. Ele ri baixinho e esfrega-me mais, o seu calor dentro de mim, e é como tê-lo penetrando em mim. Meus olhos queimam enquanto continuo tremendo, e ele empurra a palma da mão para me deixar com mais tesão.
Quando termino, parece que sou como uma viciada, pensando em tê-lo dentro de mim.
– Quando fizer amor comigo de novo, quero que você fique dentro de mim. Durante toda a noite, prometa que parte de você vai estar dentro de mim, do jeito que me prometeu.
Ele vira meu rosto em um ângulo que ele parece querer que eu fique e embala a parte de trás da minha cabeça, sugando a minha língua como se estivesse faminto por isso.
– Vou te foder por todas as noites que não pude transar com você e então eu vou ficar dentro de você.
Ele expira devagar, como se apenas esse pensamento já o deixasse excitado, e sua respiração é quente no meu rosto enquanto espera pelo meu consentimento.
Quando aceno com a cabeça, confirmando, ele sorri seu sorriso preguiçoso de pálpebras pesadas, um sorriso masculino, e eu sorrio de volta.
Sinto-me feliz. Completa. Como se o mundo estivesse girando na direção certa esta noite.
Ele leva algum tempo extra me acariciando e fazendo todas as suas coisas divertidas comigo,
fazendo com que todas as borboletas em minha barriga se agitem e não me deixem sossegar. Estou tão fraca que só gemo e suspiro como isso é bom, e ele sussurra que meu sabor é delicioso e como sou gostosa. Quando acaba de lamber cada polegada de meu ombro, garganta e orelha, e para de acariciar a lateral do meu corpo com sua mão, ele me aconchega em seu corpo maior e mais duro e nossas pernas se entrelaçam como pretzels, e então suspiro quando caímos no sono. No meio da noite, às vezes, ele muda seu nariz de lugar até que o enterra em minha pele. Eu o encontro por trás de mim e acaricio, meio grogue, seu cabelo. Viro o corpo em seus braços para que eu possa sentir o cheiro dele, absorvendo cada sensação de estar de volta na cama com o único homem por quem já estive apaixonada.

E sinto como se meu lar finalmente tivesse vindo para mim. 

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