LPA Capítulo 14

em terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

 Capítulo 14



LOS ANGELES

Christian
Reservo uma suíte para Anastasia e Gail, e uma das mulheres não gosta.
A minha mulher, para ser exato.
Eu estava encharcado de suor e ainda ofegando do meu treino quando ela massageou
a parte de trás do meu pescoço, aproximando-se o suficiente para sussurrar no meu
ouvido:
Eu poderia saber por que Gail e eu estamos na suíte, Christian? Ela virou meu pescoço para um lado, depois para o outro, seus dedos leves no meu maxilar, ainda assim me recusei a responder.
– Você não pode fazer isso, Christian.
Segurando uma gargalhada, eu me virei e toquei os lábios dela com dois dedos,
prendendo o meu olhar no dela por um longo instante.
– Desafio você a me deter – falei para ela, depois peguei a minha
toalha e fui para a minha suíte para afogar todas as minhas frustrações em um banho
frio.
Agora estou no vestiário do Underground de Los Angeles, sentado na ponta de um
banco enquanto o treinador enfaixa as minhas mãos, ouvindo música nos meus ouvidos,
quando, pela minha visão periférica, vejo Taylor acenar para alguém se aproximar.
Vejo Anastasia vindo na minha direção, por insistência de Taylor, e eu, na mesma hora,
coloco o dedo no fio dos fones de ouvido e puxo.
Anastasia encara meu olhar e, em silêncio, inclina-se e pausa o meu iPod, depois vai para
trás de mim para avaliar meus ombros e começar a trabalhar nos meus nós.
No momento em que sinto os dedos dela na minha pele nua, solto um gemido e sinto o
corpo tenso de tesão e relaxado por saber que ela está comigo.
Parece que eu não a beijo há um ano.
Sinto falta dela na minha cama.
Sinto falta da forma como ela geme e da forma como sua boca macia e sedosa incha
sob a minha.
Sinto falta do toque dela; eu a desejo demais.
– Mais fundo – ordeno, e ela aprofunda os dedos, usando o polegar para destruir um
dos maiores nós. Relaxando meu pescoço, deixo minha cabeça cair e respiro fundo
quando ela pressiona até que o nó se desintegre, e eu solto outro gemido ao sentir o
prazer do calor se espalhar pelo meu tecido.
– Boa sorte – sussurra ela no meu ouvido antes de se afastar, e a minha pele fica
retesada como a membrana de um tambor.
Fico de pé e olho para ela, e não sei por que ela está tão determinada a fazer com que

eu transe com ela, e para isso está me deixando sem seus beijos até que eu o faça, mas
vou fazer com que ela se dobre aos meus desejos antes que eu me dobre aos dela.
Ainda não vou transar com ela, por mais que eu esteja disposto a matar por isso.
Não vou tocar naquela bocetinha doce até que ela esteja pronta para ir para casa –
para sempre.
Por trás de mim, Sawyer vem trazendo meu roupão, e eu abro os braços e os enfio nas
mangas enquanto meus olhos continuam fixos nela.
– Arrebentador! – Escuto o chamado e salto no lugar por um segundo, então me
encaminho para a arena.
Entro no meu ringue como sempre faço, mas esta noite não é uma noite normal. Vou
lutar com…
– Beny, o Black Scooooooorpion!
Vejo quando ele surge no corredor do outro lado. Aquela horrenda tatuagem preta no
rosto, ele entra e vaias são escutadas de todos os lados, mas também sorrisos.
Lembrando-me do incidente no clube, em que ele ousou chamar a minha garota de
piranha, eu me lembro que estou devendo a ele uma surra. No momento em que ele
sobe no ringue, vai até o centro, e eu também, fixando meu olhar nos olhos amarelos
dele.
A fúria dele e a minha fúria combinadas criam um efeito poderoso no ar.
– Será que a bichinha aqui agora precisa de uma mulher para defender ele? – provoca
Scorpion, cuspindo na lona.
Solto uma leve gargalhada.
– A notícia ruim é que nem uma mulher vai conseguir evitar que você leve uma surra
de mim agora.
Damos o soco amistoso do início da luta e o gongo toca.
Ficamos esperando, um inspecionando o outro, e eu quero que a minha pimentinha
veja isso.
Quero que ela me veja arrancando os dias de vida deste merdinha.
Desviando o olhar para o lado, vejo que a cadeira de Anastasia está vazia.
Com uma carranca, passo meus olhos por toda a arena e abaixo a cabeça quando
Scorpion tenta me atingir, então volto e acerto nele um soco rápido e forte, na
mandíbula.
Então eu a vejo.
Ela está chamando uma garota que está se encaminhando para a saída com um dos
capangas de Scorpion, enquanto outro filho da puta daqueles segura ela – Anastasia – pelos
braços.
Meu sangue congela, depois ferve de fúria. Dou um soco na mandíbula de Scorpion,
empurro ele, agarro a corda mais próxima e salto para fora do ringue e aterrisso no chão
de cimento, deixando Scorpion cuspindo sangue na lona. A arena entra em erupção com
gritos e berros e o apresentador diz pelos alto-falantes:

– O vencedor é Scorpion! Scoooooooorpion! Christian Grey foi desclassificado dessa
rodada. Des-clas-si-fi-ca-do!
Alcanço Anastasia enquanto ela luta para se soltar, e ela parece minúscula e irritada sob
as mãos do filho da puta, me deixando lívido. Agarro as mãos que seguram os braços
dela e empurro para trás, lançando um olhar de que ele vai morrer pelas minhas mãos,
então puxo-a para meus braços e esqueço de tudo menos de que ela está segura
aninhada ao meu corpo.
Ainda assim, ela continua resistindo.
– Não. Não! Christian, me solte, preciso ir atrás dela. – Ela se contorce nos meus braços e
bate de leve no meu peito, sua expressão cheia de dor. – Christian, me solte, por favor.
Seguro-a com mais força e me encaminho para a saída com ela, porque acho que ela
não compreende o que está acontecendo.
– Agora não, pimentinha – aviso baixinho. Ela para de se contorcer e olha por cima dos
meus braços para os rostos furiosos de alguns dos fãs do Arrebentador, e eu uso meus
ombros para abrir caminho pela multidão enquanto eles estão ficando mais violentos.
Cadela. A culpa é sua, sua vadia estúpida!
Ela arregala os olhos, horrorizada conforme a multidão começa a dar socos no ar,
então ela se aninha mais a mim e permite que eu a leve até o carro.
– Que merda! – explode o treinador quando a limusine entra no trânsito.
– Você caiu para terceiro. Terceiro. Talvez quarto – informa Taylor, sombriamente, me
entregando a camiseta e a calça de moletom que uso depois das lutas.
Você teria acabado com esse, Chris. Você estava treinando bem pra caralho e teria acabado com ele, cara.
– Já entendi, treinador, agora relaxe, ok? – Visto as minhas roupas o mais rápido que posso,
depois estico o braço e puxo Anastasia para o meu lado, meu sangue ainda pulsando
quente como lava.
Esfregando a mão pelo braço dela, percebo que Anastasia não tira os olhos da janela,
como se procurando por aquela mulher.
Você está em sua pior classificação em anos, cara, sua concentração está uma merda!
Taylor, já entendi. Eu não vou estragar isso.– garanto a ele, esfregando
minhas mãos nos braços dela mais rápido para que ela saiba que vai ficar tudo bem.
A Anastasia devia ficar no hotel na próxima luta – sugere Sawyer.
Caio na gargalhada.
– Anastasia vem comigo – respondo, balançando a cabeça sem acreditar no que estão
falando.
– Chris… – Taylor tenta me trazer à razão.
Contraio o maxilar e lanço um olhar furioso para ele, avisando que não estou no clima
para essas besteiras. Subimos no mesmo elevador em um silêncio tenso, e estou irritado
por causa do desconforto de Anastasia. A necessidade de protegê-la do que quer que tenha

a deixado assim está me corroendo por dentro.
As portas se abrem no andar dela, e ela sai como um furacão que estou determinado a
acalmar. Os rapazes gritam quando saio, exigindo que tenhamos uma conversa, fazendo
com que eu responda:
Taylor, vamos conversar mais tarde, depois que os três se acalmarem.
Volte aqui, Chris, temos que conversar.
– Falem com as paredes!
A porta do quarto dela está quase batendo quando consigo alcançar e abrir, então
entro logo atrás dela.
– Você está bem? – quero saber.
A porta bate atrás de mim, e ela me encara com os olhos azuis confusos e o rosto
dos meus sonhos, e de repente eu me sinto tão impotente e útil quanto uma maldita
mesa, parado aqui enquanto alguma coisa a corrói por dentro.
Eu não vou esquecer de jeito nenhum.
A vida pode me colocar em situações difíceis, mas não a ela. Eu resolvo tudo para ela.
Ela será intocável se depender de mim. Ela será intocável por qualquer coisa e qualquer
pessoa, exceto por mim.
Ela tem que parar de se arriscar!
Conforme ela me encara, escuto sua respiração vigorosa enquanto aponta para a porta
atrás de mim.
Vá falar com Taylor, Christian.
Minha voz sai mais grossa do que o normal.
– Quero falar com você primeiro.
Começo a andar de um lado para o outro, passando a mão pelo cabelo até a nuca.
Então, solto o meu braço e suspiro porque não sei o que falar.
– Anastasia, eu não consigo lutar e ficar de olho em você.
Christian, eu tinha tudo sob controle – retruca ela.
Meu cu, que tinha tudo sob controle!
Ela dá um pulo, surpresa, e fecho a minha mão em punhos conforme a necessidade de
enfiar os meus dedos naqueles cabelos escuros e esmagá-la contra o meu corpo lenta e
dolorosamente começa a me consumir. De repente, os olhos dela brilham enfurecidos.
Por que todo mundo está olhando para mim como se fosse minha culpa? Você deveria estar lutando contra o Scorpion!
Uma expressão sombria toma o meu rosto.
– E você deveria estar sentada no seu maldito banco na fila da frente do meu lado
esquerdo!
Que diferença isso faz? Você vem lutando há anos sem eu estar na plateia! O que importa onde eu estou? – Ela me lança um olhar cheio de raiva, me
desafiando a abrir o jogo e contar tudo que sinto por ela, e a incapacidade de colocar isso
em palavras me deixa ainda mais frustrado. –
Eu não sou nem uma aventura, Christian! Sou sua empregada. E em menos de dois meses, nem isso, vou ser nada para você. Nada.
Deus, é isso que ela pensa?
Será que ela acha que eu não a possuí ainda porque… o quê? Porque ela é um
brinquedo para mim? Eu sou autodestrutivo e imperfeito, mas sou humano e desejo
coisas. E o que eu. Quero. É. Ela.
Eu a desejo demais para estragar tudo.
Solto o ar pelo nariz e pergunto:
Quem é aquela garota que você estava perseguindo?
A voz dela vira um sussurro.
– Minha irmã.
Um silêncio se estende entre nós enquanto digiro a ideia de que a irmã dela
aparentemente tem um relacionamento com a equipe de Scorpion.
O que sua irmã está fazendo com o capanga do Scorpion?
– Talvez ela esteja se perguntando a mesma coisa sobre mim
– comenta ela com um riso
amargo.
Rio junto com ela, a minha risada mil vezes mais amarga do que a dela.
Não me confunda com um fodido como ele. Posso estar fodido, mas aquele cara come virgens e as cospe como vômito de cobra.
Anastasia começa a andar de um lado para o outro, seu rosto contraído de preocupação
por um momento, então ela fecha os olhos com tristeza.
Oh, Deus, ela parecia horrível... – sussurra ela.
É isso.
É exatamente isso.
Anastasia não vai mais sofrer assim por ninguém.
Não na minha frente.
Não sou o tipo de pessoa que fica parado conversando enquanto tem coisas para
serem feitas.
Em silêncio, eu abro a porta, mas antes de sair, olho para o lindo rosto dela, sem
nenhuma cor, e eu tenho de dizer alguma coisa. Não sou bom nisso, mas faço um esforço
e rispidamente digo a ela:
Você não é assim, nada, para mim.
Fechando a porta ao sair, vou diretamente para o elevador.
Não é difícil achar um cara que faça uma tatuagem de um inseto desgraçado no seu
rosto.
Além disso, os lutadores sempre ficam em um dos hotéis perto do local da luta.
Com sede de sangue, fecho a mão em punhos, atravesso o saguão do hotel e saio para
a noite. Uma pequena multidão se espalha pela calçada do hotel.
– Arrebentador! – eles gritam.
Flashes de câmera explodem no meu rosto.

– Ai meu Deus! – Uma mulher começa a chorar enquanto funcionários do hotel se
esforçam para manter a multidão sob controle.
Consigo me esquivar do grupo enquanto uma dúzia de mulheres passa a mão na minha
bunda e no meu peito enquanto escuto:
É ela, por culpa dela ele foi desclassificado nesta noite!
Virando-me sem entender nada, vejo alguma coisa branca voando e batendo
diretamente na Anastasia.
Outra bola branca segue a primeira.
Fervendo de raiva, trinco os dentes e vou andando com passos pesados até ela,
enquanto as pessoas continuam jogando coisas em cima dela.
Anastasia se abaixou e correu até um dos manobristas, que vê quando me aproximo e
fala alguma coisa para ela.
Outro ovo quebra no ombro dela quando consigo alcançá-la, e juro que me sinto como
se fosse o Hulk. Estou tão irado, que me sinto verde!
– Vagabunda! – eles gritam. – Piranha!
Usando as minhas costas como escudo, levo um ovo no trapézio quando a pego nos
meus braços e me viro para encarar esses lunáticos.
– É por causa desta mulher que eu ainda estou lutando! – grito para eles, enfurecido,
sentindo como se eles tivessem me traído.
Um silêncio repentino cai sobre a multidão, e eu não acabei ainda – filhos da puta!
Da próxima vez que subir no ringue, vou vencer em nome dela. E quero que todos vocês que a magoaram hoje levem uma rosa vermelha e entreguem a ela dizendo que eu enviei.– ordeno.
Após um segundo, eles entendem.
Eles finalmente entendem…
E começam a gritar e aplaudir conforme levo-a de volta para dentro.
Respirando pelo nariz, estou tentando me acalmar quando Anastasia começa a rir no meu
colo, os olhos brilhando sem acreditar enquanto olha para mim.
Franzo a testa, sem entender, e aperto o botão do elevador uma dúzia de vezes.
– E dizem que os fãs do Justin Bieber são loucos – exclama ela.
Minha voz sai rouca e ríspida enquanto tiro algumas cascas de ovos do ombro dela.
Peço desculpas em nome deles. Eu os desapontei hoje.
A gargalhada dela some, e ela entrelaça os dedos nas minhas costas enquanto entro
com ela no elevador. Um casal decide não entrar conosco e fica do lado de fora.
– Vocês vão entrar? – pergunto enquanto a aproximo ainda mais de mim.
Ambos dão um passo atrás e dizem:
– Não.
Então subimos sozinhos, e Anastasia encosta a ponta de seu pequeno nariz no meu
pescoço.
– Obrigada – sussurra ela.

Seguro-a com mais força, sem nunca querer soltá-la. Não me importo se estamos
fedendo a enxofre; eu estava doido para tê-la nos meus braços, e sentir o abraço dela
em mim, e neste momento não consigo pensar em nenhuma outra coisa que preferisse
estar fazendo ou outro lugar que gostaria de estar do que não aqui.
Após colocar a chave na fechadura da porta da minha suíte, carrego Anastasia para
dentro.
O que diabos está acontecendo, Chris? – pergunta Taylor enquanto ele e Sawyer
de aproximam.
Deem o fora, os dois – Seguro a porta aberta para eles com um braço e seguro
Anastasia contra o meu peito no outro. Eles olham para Anastasia como se ela pudesse
resolver algum mistério inominado, então declaro para eles: – Eu faço o que eu quero,
entendido?
Isso faz com que eles se lembrem de que estou aqui – fuzilando-os com o olhar – e
eles voltam a me dar atenção.
– Entendido, Chris – responde Sawyer enquanto sai logo atrás de Taylor para o corredor.
– Então, não se esqueçam disso. – Fecho a porta e tranco para que nenhum merda
entre aqui e interrompa o meu tempo com ela, então a carrego para a suíte máster. Ela
me segura com mais força quando abro a porta do boxe, e estou tão feliz que ela quer
ficar comigo, que continuo segurando-a no meu colo quando abro o chuveiro.
A água cai e rapidamente descalço meus sapatos, tiro os dela, e depois entro no boxe
com ela nos meus braços.
Vamos tirar essa merda de você.– Ela desliza até ficar de pé enquanto passo as
mãos pelo cabelo molhado dela, a água escorrendo pelo seu rosto enquanto tiro o
vestido pela cabeça. Jogo-o de lado e passo sabonete nas minhas mãos, depois observo
o rosto dela enquanto passo pelo seu corpo.
Ela morde o lábio inferior quando a toco, levantando seus braços para que eu possa
esfregar o sabonete em suas axilas, em seu abdômen, entre suas pernas, no seu
pescoço. A minha camiseta está encharcada e grudada ao meu peito, eu a agarro com
uma das mãos e tiro de mim, rapidamente passando o sabonete em mim mesmo.
Não posso acreditar que suas fãs me chamaram de puta – comenta ela ao me
observar.
Rapidamente, lavo meu cabelo.
– Você vai sobreviver.
– Devo fazer isso?
– Sim, deve.
Então, lavo o cabelo de Anastasia, meus dedos mergulhando e massageando seu couro
cabeludo.
– Elas me odeiam – constata ela, com tristeza. –
Não serei mais capaz de ir ver suas lutas, com medo de ser linchada.
Direciono a ducha para que a água caia sobre a cabeça de Anastasia, e ela fecha os olhos

enquanto o sabão escorre por seu corpo.
Deus do céu. Deus do céu.
Os mamilos dela enrijecem, ficando à mostra através do sutiã, arrepiados a macios
como pêssego. E o algodão da sua calcinha gruda nos lábios da sua vagina. Nus como o
resto do corpo dela. Levanto meu olhar antes que ela abra suas pestanas e olhe para
mim. Seu rosto oval, lábios rosados, cabelo escuro e molhado, aqueles cílios brilhando
com gotas d’água, e aqueles olhos azuis, olhando para mim daquele jeito. Como se
não houvesse nada no mundo que ela preferisse ver, exceto a mim. Minha garganta
apertada enquanto coloco uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, meu coração
batendo tão forte como nunca batera antes.
Ela é tão linda e tão perfeita, que meu peito dói. Levantando os braços, pego o rosto
dela com o máximo carinho que posso com as palmas das minhas mãos e a fito, depois
uso um dedo para tocar sua boca. Ela tomou essa boca de mim e eu a quero de volta.
Quero de volta porque é minha. É muito minha e ela está me matando agora, olhando
para mim com aqueles olhos, o corpo molhado e tremendo de encontro ao meu corpo.
– Isso nunca vai acontecer – garanto a ela, com a voz rouca, porque eu teria que
morrer antes que alguém a machucasse – fã ou qualquer outra pessoa.
Os insinuantes tendões do pescoço dela se mexem quando ela engole.
Você não devia... Ter dito aquilo sobre mim, Christian. Elas vão achar que você e eu... Que nós iremos...que nós dois… – Ela balança a cabeça e olha para mim, sem fôlego.
Ter dito que você é minha? – indago baixinho.
Ela pisca, depois ri.
O que é tão engraçado? – quero saber.
Abro a porta de vidro do boxe, enrolo uma toalha em volta do meu quadril e tiro a
calça de moletom. Ela ainda está rindo quando volto para pegá-la, envolvendo-a em uma
toalha enquanto a pego no colo e carrego até a cama.
Deito-a bem no centro, e não sei se as gargalhadas me divertem ou não.
– A ideia de ser minha tem graça? – provoco.
Colocando a mão embaixo da toalha, puxo a calcinha dela e arranco o sutiã, depois
esfrego a toalha pelo seu corpo e cabelo com movimentos bruscos e certeiros.
Tem graça? – insisto, passando a toalha pelos
pequenos peitos dela enquanto a observo. – É engraçada, Anastasia? – repito, olhando bem
dentro dos olhos dela.
– Não! – responde ela, a gargalhada desaparecendo completamente enquanto ela
inclina o quadril para me ajudar a secá-la. Enxugo as pernas dela, e quando chego ao
joelho com a pequena cicatriz, meus movimentos diminuem enquanto a examino. Eu
nunca quis beijar nada além de bocas e bocetas, mas estou me segurando para não
beijar o joelho ruim dela.
A mão pequena dela treme perto do meu cabelo, e eu escuto ela sussurrar:
– Você já foi de alguém?

Meu olhar se fixa no dela, suas pupilas negras como a noite enquanto ela me observa.
Um ciúme intenso toma conta de mim ao pensar que outra pessoa a possuiu antes de
mim. Sentindo uma irritação no peito, pego o rosto dela com as palmas da minha mão e
olho para ela.
– Não. E você?
Ela esfrega o rosto na palma da minha mão e sussurra:
– Nunca quis ser.
– Nem eu.
Nós nos encaramos, e o ar estala entre nós. Ela precisa de mim. Eu preciso dela
desesperadamente.
Contorno o maxilar dela com meu polegar, procurando palavras para falar com ela.
Até que eu vi esta linda garota em Seattle, com grandes olhos azuis, e lábios carnudos rosados... E me
perguntei se ela poderia me entender...

A respiração dela fica pesada, e eu me aproximo e sinto seu cheiro, puxando a toalha
para cobrir o corpo dela antes que eu desmorone e tome o corpo dos meus sonhos e
coma a mulher da minha vida, e deixe que ela me destrua quando descobrir quem eu
sou, o que eu sou, e o que tem de totalmente errado comigo.
Minha voz fica rouca com o pensamento.
Quero dizer tantas coisas, Anastasia, e simplesmente não consigo encontrar as palavras pra contá-las a você.
Apoiando a minha testa na dela, respiro fundo e passo o meu nariz pelo dela.
– Você me deixa ansioso. – Meus lábios encontram os dela por momento, dando um breve
beijo antes de me afastar e olhar em seus olhos. –
Quero tocar milhares de músicas diferentes para que você tenha uma ideia do que... Eu sinto dentro de mim...
Um tremor percorre o corpo dela enquanto contorno seu lábio superior com meu
indicador, depois o inferior. Ela geme baixinho, e eu pego seu rosto nas minhas mãos e
cubro sua boca com a minha, puxando sua língua para dentro da minha boca para que eu
possa sugá-la.
Ela geme e enterra as unhas nos meus ombros, ofegando.
– Por que você não me toma, Christian?
Suspirando ao escutar isso, puxo-a para mais perto de mim.
– Porque eu quero muito você.
Pressionando minha língua com mais força contra a dela, me debruço sobre ela e sinto
seu corpo pressionando o meu, seus peitos, seu abdômen, suas pernas se enroscando
nas minhas coxas.
Ela arfa quando a puxo mais para perto e continuo devorando sua boca.
– Mas eu quero tanto você, e eu estou protegida – suplica ela. – Sei que você está
limpo. Você faz exames o tempo todo e eu…
A bico dos peitos dela roçam nas minhas costelas, e ela estremece e levanta os
quadris, silenciosamente me implorando para entrar lá e tomar o que eu quero. Que
desejo maldito. Merda.

Quero você na minha cama novamente. Quero te beijar, te abraçar.– digo a ela,
rudemente.
Ela agarra meus ombros com mais força e sussurra de encontro aos meus lábios:
– Não posso mais fazer isso, por favor, faça amor comigo…
Eu a silencio com a minha boca e enfio a minha língua dentro dela, mudando de
posição de forma que meu pau encoste no quadril dela… e a minha coxa sinta sua
boceta.
Ela está molhada.
Molhada pra caralho.
Eu estou com tanto tesão por ela, que não consigo parar de mordiscar os lábios dela,
enfiar meus dedos em seus cabelos molhados enquanto ela desliza as mãos pelos meus
braços e roça sua intimidade da minha coxa. Ela geme baixinho, e minha virilha se
contorce de desejo enquanto ela roça os quadris contra mim e corresponde ao meu beijo.
Roça mais uma vez… outra… e ela começa a tremer incontrolavelmente encostada no
meu corpo.
Paro de beijá-la por um momento – então percebo o que está acontecendo. Meu pau
começa a pingar sêmen e eu sinto quando ela goza, e abro a minha mão nas costas dela
e puxo sua perna para cima forçando-a a cavalgar mais rápido, garantindo que seu
clitóris roce bastante enquanto eu tomo a sua boca e faço com que ela tome a minha
língua enquanto goza para mim.
O som que ela emite… a forma como o corpo dela fica relaxado de encontro ao meu…
Meu peito está pesado de ternura quando puxo o cabelo dela para trás e fito seu rosto
corado e olhos vidrados.
Será que isso foi tão bom quanto parecia?– pergunto, passando o dedo pelo rosto dela.
Ela puxa a toalha em volta do corpo e furiosamente evita corresponder ao meu olhar.
Garanto que não vai acontecer de novo – ela sussurra.
Deus, eu a amo. Amo sua insolência e sua coragem, amo como ela fica tímida comigo.
Adorando a timidez dela ao acabar de gozar para mim de uma forma que nenhuma outra
mulher nunca gozou, me inclino para beijar a orelha dela, minha voz rouca.
– Eu vou garantir que isso aconteça.
Não conte com isso. Se eu quisesse ter um orgasmo sozinha, poderia ter dado conta sem dar um show para ninguém.– Ela continua segurando a toalha no
peito enquanto se senta e pergunta: –
Posso pegar uma camisa emprestada?
Ela fica tão linda quando está brava, que eu sorrio quando vou até o armário e pego
uma das minhas camisetas pretas.
Ela ainda está de cara feia quando volto.
– Esta serve? – pergunto, me sentindo possessivo pra caramba quando ela pega a
camiseta e veste.
Ela ainda está tímida e constrangida por toda a situação, mas eu não quero que ela
esteja.

– Venha comer alguma coisa comigo – digo, e fico feliz quando ela levanta da cama e
me segue até a cozinha.
– Vamos ver o que Gail deixou para você – murmura ela ao tirar o que está dentro do
forno e, ao descobrir o prato, abre um sorriso travesso. –
Ovos. Hoje deve ter sido uma liquidação...
Abro um sorriso e olho para os lábios dela, e eu quero esses lábios mais do que ovos
ou do que qualquer outra coisa na cozinha. Olhando para ela de forma que não me deixe,
pego dois garfos na gaveta e me aproximo dela.
– Venha comer comigo. – Porque eu quero alimentá-la.
– Ah, não – ela responde logo, as mãos para cima. –
Não quero mais ovos esta noite. Bom apetite!
Abaixo o garfo e a sigo até a porta, pegando seu pulso antes que saia e peço:
– Fique.
Ela prende a respiração e levanta o olhar para mim.
– Eu fico – sussurra ela com firmeza – quando você fizer amor comigo.
Ela me encara e eu retribuo, travando uma batalha interna. Eu quero essa mulher.
Merda, quero mais do que qualquer outra coisa. Ela precisa saber disso. Não posso
destruir tudo só porque estou com um tesão do diabo.
Não vou estragar tudo por causa do meu pau.
Soltando um suspiro sombrio, abro a porta para ela e me posiciono de forma que
precise encostar em mim para sair. Cada músculo do meu corpo se contrai quando ela
roça em mim… e fico olhando enquanto ela atravessa o corredor, uma visão vestindo a
minha maldita camiseta, me deixando com as bolas doendo como nunca antes tinha
sentido.
Depois do jantar, preciso de outro banho, frio desta vez, e quando penduro nossas
roupas para secar, me pego cheirando seu vestido molhado, o sutiã molhado e a calcinha
branca molhada.
Durante horas, eu me imagino entrando no quarto dela e a obrigando a voltar para cá
comigo.
Eu me imagino tirando sua roupa, transando com ela, depois beijando e acariciando-a
a noite inteira até o sol aparecer.
E, então, imagino a expressão no rosto dela quando eu conto que sou bipolar.


2 comentários:

  1. Então ele bipolar
    Se vc não contar a ela como vai saber a reação dela
    E com certeza vc faz algum tratamento pra isso

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  2. Quanta frustração, eles estão apaixonados, vão ser felizes

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:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :| :-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd



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