Capítulo 1
“SOU CHRISTIAN!”
ANA
Kate grita no meu ouvido faz meia hora, e os meus nervos já estão
tão esgotados por aquilo que estamos
presenciando que mal consigo escutar qualquer coisa. A não ser o meu coração.
Batendo enlouquecidamente na minha cabeça enquanto os dois lutadores no ringue
de boxe clandestino se socam; os dois homens iguais em altura e peso, ambos
extremamente musculosos, trocando golpes na cabeça.
A cada vez que um deles consegue acertar um soco, elogios e aplausos irrompem
pelo ambiente, que está lotado com pelo menos três centenas de espectadores,
todos eles sedentos de sangue. A pior parte de tudo isso é que posso ouvir o horrível
som de osso se quebrando contra a carne, e os pelos dos meus braços se
arrepiam, com medo absoluto.
A todo momento suponho que um deles vá cair e
nunca, nunca mais vá conseguir se levantar novamente.
– Ana! – Kate, minha melhor amiga, solta gritinhos e me abraça. – Você está com
cara de quem vai vomitar, mas você nunca faria isso, não é?
Estou seriamente inclinada a matar Kate.
Assim que tirar os meus olhos desses dois homens e me certificar de que os dois
estão respirando, assim que esse assalto acabar, vou matar a minha melhor amiga
sem piedade. E depois vou me matar, por ter concordado em vir aqui, para começo
de conversa.
Mas a minha pobre e amada Katherine estava a fim de um novo cara, e tão logo
descobriu que o objeto de suas fantasias noturnas estava na cidade participando
dessas lutas “particulares” e muito “perigosas” nos clandestinos clubes da luta,
ela me implorou para vir com ela e vê-lo lutar. É muito difícil dizer não a Kate.
Ela é efusiva e insistente, e agora está pulando de alegria.
– Ele é o próximo – sussurra ela, indiferente sobre quem venceu essa última
luta, ou mesmo se os lutadores sobreviveram. O que aparentemente aconteceu,
graças a Deus.
– Prepare-se pra ver um pedaço de gostosura, Annie!
O público fica em silêncio, e o locutor chama:
– Senhoras e senhores, e agoraaaaaaa... O momento que todos estavam esperando,
o homem que todos aqui vieram ver. O mais fodão de todos! Eu lhes dou o
primeiro e único... Christian “Arrebentador” Grey!
Um arrepio percorre minha espinha enquanto a multidão fica louca só de ouvir
aquele nome, especialmente a mulherada, e seus gritos ansiosos se acumulam uns
sobre os outros:
“Chris! Eu te amo, Chris!”
“Vou chupar seu pau, Chris!”
“ME COMA, CHRIS, ME COMA!”
“Christian, eu quero que você me arrebente!”
Todas as cabeças se viram quando uma figura usando um capuz numa capa vermelha
entra, se dirigindo ao ringue central. Nesta noite, os lutadores aparentemente
não usam luvas de boxe, e vejo os dedos flexíveis dele e os punhos ao lado do
corpo, com as mãos enormes e bronzeadas, seus dedos longos.
Do outro lado do ringue, à minha frente, uma mulher orgulhosamente sacode no ar
um cartaz dizendo “A cachorra nº 1 de Chris”, e grita com toda a força de seus
pulmões na direção do homem, acho que para o caso de ele não saber ler ou não
notar as letras rosa neon ou o brilho do cartaz.
Estou muito surpresa, só percebendo agora que a minha melhor amiga maluca não é
a única mulher em Seattle que aparentemente perdeu a cabeça por esse cara,
quando sinto que ela está apertando meu braço.
– Eu te desafio a olhar pra ele e me dizer que não faria qualquer coisa por
aquele homem.
– Eu não faria qualquer coisa por esse homem – repito instantaneamente, apenas
para ganhar a aposta.
– Você não está olhando! – grita ela. – Olhe para ele. Olhe!
Ela pega minha cabeça e dirige meu olhar na direção do ringue, mas eu começo a
rir. Kate ama os homens. Adora dormir com eles, vigiá-los, babar sobre eles, e,
quando consegue agarrá-los, ela não sabe realmente como segurá-los. Eu, pelo
contrário, não estou interessada em me envolver com ninguém. Especialmente não
quando Alayna, minha romântica irmã mais nova, tem namorados e dramas
suficientes para nós duas...
Fico olhando pro palco enquanto o cara tira fora a capa de cetim vermelho, com
a palavra “Arrebentador” gravada nas costas, e os espectadores gritam e aplaudem
enquanto ele lentamente gira o corpo para cumprimentar a todos. Seu rosto fica
de repente diante de mim, iluminado pelos refletores, e fico ali feito uma
idiota, só olhando pra ele de minha cadeira.
Meu Deus.
Meu. Deus.
Covinhas.
Um maxilar escuro e sujo.
Sorriso de menino. Corpo de homem.
Um bronzeado matador.
Um arrepio percorre minha espinha enquanto eu, impotente, fico embebedada com o
mesmo pacote que todo mundo parece admirar boquiaberto.
Ele tem cabelos castanhos levantados sensualmente, como se as mulheres tivessem
acabado de passar seus dedos por lá. Maçãs do rosto tão fortes quanto seu
queixo e sua testa. Lábios vermelhos e inchados e, como uma lembrança de sua caminhada
para o ringue, há uma mancha de batom no queixo. Desço meus olhos pelo corpo
dele, longo e esguio, e alguma coisa quente e selvagem se instala dentro de
mim.
Ele é hipnoticamente perfeito e incrivelmente forte. Tudo nele é sólido, dos
quadris finos e cintura estreita até seus ombros largos. E aquela barriga de
tanquinho? Não. É uma barriga de “tancão”... Aquele sexy V de seus músculos mergulhando
em seu calção de cetim azul marinho, que abraça suavemente suas pernas
poderosas, revestidas de músculos grossos. Consigo ver os peitorais e bíceps,
todos gloriosamente rígidos e desenhados. Tatuagens célticas circulam os dois
braços, no ponto exato onde seus bíceps protuberantes e os rígidos deltoides de
seus ombros se encontram.
– Chris! Chris! – Kate grita histericamente ao meu lado, com as mãos em concha
à boca. – Você é muito tesudo, Chris!
A cabeça dele gira em busca daquele som, uma covinha se formando com o sorriso
sexy que ilumina seu rosto. Um frisson de energia nervosa passa por mim, não
porque ele é extremamente lindo deste perfeito ponto de vista – porque ele é,
ele definitivamente é, nossa, ele realmente é –, mas sobretudo porque ele está
olhando direto pra mim.
Uma sobrancelha se ergue, e há um lampejo de diversão em seus fascinantes olhos
azuis. Também tem algo... quente naquele olhar. Como se ele estivesse achando
que fui eu que gritei. Que merda.
Ele pisca pra mim e fico chocada quando o seu sorriso vai desaparecendo
lentamente, transformando-se em algo que é insuportavelmente íntimo.
Meu sangue ferve.
Meu sexo se aperta, e odeio que ele pareça saber disso.
Posso ver que ele se acha, e parece acreditar que cada mulher aqui é sua Eva,
criada a partir de sua caixa torácica para seu deleite. Fico ao mesmo tempo
excitada e enfurecida, e esse é o sentimento mais confuso que já senti na minha
vida.
Seus lábios se curvam e ele se vira quando seu adversário é anunciado com as
palavras: “Kirk Dirkwood, a Marreta, aqui pra todos vocês, nesta noite!”
– Você é uma putinha, Kate! – grito pra ela quando me recupero, empurrando-a de
brincadeira. – Por que você tem que gritar desse jeito? Ele acha que eu sou a
maluca agora.
– Caraca! Não me diga que ele piscou pra você! – diz Kate, visivelmente
atordoada.
Oh, meu Deus, ele tinha piscado. Não tinha? Oohh...
Estou também surpresa quando revivo a piscadela em minha cabeça, e vou torturar
completamente a Kate porque ela merece, aquela vaquinha.
– Piscou, sim – admiti finalmente, franzindo o cenho para ela. – Nós ainda nos
comunicamos telepaticamente, e ele disse que quer me levar pra casa para ser a
mãe de seus lindos bebezinhos.
– Até parece que você iria pra cama com alguém como ele. Você e seu TOC! –
respondeu ela, rindo, enquanto o adversário de Christian tirava o roupão. O
homem é todo musculoso, mas nem um grama dele poderia competir visualmente com
a pura delícia masculina do “Arrebentador”.
Christian flexiona os braços em paralelo, estende os dedos pra fora e forma
punhos, e depois salta sobre suas panturrilhas. Ele é um homem grande,
musculoso, mas surpreendentemente leve sobre seus pés – sei disso porque eu corria
–, e isso significa que ele é incrivelmente forte por ser capaz de manter o corpo
no ar com um leve salto sobre os pés.
Marreta lança o primeiro soco. Christian foge dele abaixando-se com
inteligência e devolve com um swing que pega em cheio, atingindo o oponente do
lado do rosto. Eu instintivamente recuei ao sentir o poder daquele soco; meu
corpo se aperta com a visão de seus músculos se contraindo e enrijecendo,
trabalhando e relaxando a cada soco desferido.
A multidão assiste extasiada enquanto a luta continua, os sons e estalos
terríveis me enchendo de arrepios. Mas há mais uma coisa me incomodando. O fato
de que gotas de suor surgem em minha testa e em meu decote.
À medida que a luta avança, meus mamilos
enrijecem, cada vez se empurrando com mais força contra a minha blusa,
apertando-se ansiosamente contra a seda do tecido. De alguma forma, o ato de
observar Christian Grey esmurrando um homem que eles chamam
de “Marreta” faz com que eu me contorça dentro de minha roupa de uma forma que
não gosto, e muito menos esperava que acontecesse.
A maneira como ele se mexe, se movimenta, rosna...
De repente, um coro começa: “CHRIS... CHRIS... CHRIS”.
Eu me viro pra ver Kate pulando pra cima e pra baixo, dizendo “Oh, meu Deus,
acerta ele, Chris! Acaba com ele, sua fera sexy!”. Ela grita quando o oponente
cai no chão com um baque alto. Minha calcinha está encharcada, e minha pulsação
descontrolada. Nunca tolerei a violência. Isso não é comigo, e pisco estupefata
com as sensações que chicoteiam todo o meu corpo. Tesão, pura luxúria
incandescente tremula ao longo de minhas terminações nervosas.
O mestre de cerimônias levanta o braço de Christian por causa da vitória, e
assim que ele se endireita depois do nocaute que conseguiu, seu olhar se move
em minha direção e cai diretamente sobre mim. Penetrantes olhos azuis encontram
os meus, e alguma coisa se enrola e se estica dentro de minha barriga. Seu
peito suado sobe e desce em respirações profundas, e uma gota de sangue repousa
no canto dos lábios. Em meio a tudo isso, seus olhos estão colados em mim.
O calor se espalha sobre a minha pele e as chamas lambem meu corpo. Nunca vou
admitir isso para Kate, nem mesmo a mim em voz alta, mas não acho que tenha
visto um homem mais gostoso do que esse em toda a minha vida.
A maneira como ele olha pra mim me dá calor. O jeito que ele fica lá de pé, com
a mão erguida no ar, seus músculos gotejando suor, com aquele ar de autoridade
sobre o qual Kate tinha me contado no táxi.
Não há pedido de desculpas em seu olhar. Nem na forma como ignora todos que
gritam seu nome e me encara com um olhar que é tão sexual que quase me sinto
penetrada aqui onde estou. Uma terrível consciência da maneira exata como me
mostro pra ele se derrama sobre mim.
Meus cabelos longos e retos, da cor de mogno, caem sobre os ombros. Minha
camisa branca de abotoar não tem mangas, mas sobe até o pescoço num colarinho
rendado, e a bainha está escondida muito bem dentro de um par de calças pretas
de cintura alta perfeitamente apresentável. Um pequeno conjunto de brincos de
argola dourados adornam muito bem meus olhos azuis. Apesar da minha escolha conservadora
de roupas, me sinto completamente nua.
Minhas pernas balançam, e fico com a nítida impressão de que esse homem quer me
comer. Com seu pau. Por favor, Deus, eu não acabei de pensar nisso; Kate é quem
faria isso. Outro apertão no útero me distrai.
– CHRIS! CHRIS! CHRIS! CHRIS! – as pessoas estão cantando, cada vez com mais
intensidade.
– Vocês querem mais Chris? – o homem com o microfone pergunta à multidão e o
barulho aumenta em torno de nós. – Tudo bem então, pessoal! Nesta noite vamos
trazer um oponente digno para Christian “Arrebentador” Grey!
Outro homem pisa no ringue, e eu não posso suportar mais. Meu sistema está em
sobrecarga. Essa é provavelmente a razão por que se costuma dizer que não é uma
boa ideia você renunciar ao sexo por tantos anos. Estou tão excitada que mal
posso falar direito ou até mesmo fazer minhas pernas se moverem quando me viro
pra dizer a Kate que vou ao banheiro.
Uma voz irrompe pelos alto-falantes enquanto percorro a larga passagem entre as
arquibancadas:
– E agora, para desafiar o nosso atual campeão, senhoras e senhores, aqui está
Parker “O Terror” Drake!
A multidão ganha vida e, de repente, ouço um estrondo inconfundível e firme.
Resistindo ao impulso de olhar pra trás, para ver o que está causando a
comoção, viro a curva e sigo diretamente para o banheiro enquanto os
alto-falantes se incendeiam novamente:
– Caramba, isso foi rápido! Temos um nocaute! Sim, senhoras e senhores! Um
nocaute! E, em tempo recorde, nosso vencedor mais uma vez é o Arrebentador! Ei,
ele agora está pulando fora do ringue e... Porra, pra onde diabos você está indo?
A multidão enlouquece, gritando e chamando “Chris, Chris!”, e então fica
completamente calada, como se algo imprevisto tivesse acabado de acontecer.
Fico me perguntando o que teria causado esse estranho silêncio quando ouço
passos ecoando às minhas costas. Uma mão quente engolfa a minha, e o contato
lança tremores por meu corpo, ao mesmo tempo que sou girada com força surpreendente.
– Mas o que... – suspiro em confusão, e depois olho para um peito masculino
suado, e ergo a vista para aqueles olhos azuis brilhantes. Meus sentidos quase
ficam fora de controle. Ele está tão perto que seu cheiro se embrenha em meu corpo
como uma injeção de adrenalina.
– Seu nome – ele rosna, ofegante, os olhos selvagens presos nos meus.
– Hã... Anastasia.
– Anastasia o quê? – ele devolve, as narinas dilatadas.
Seu magnetismo animal é tão poderoso que acho que ele roubou a minha voz. Ele
está no meu espaço pessoal, tomando posse dele, me absorvendo, roubando o meu
oxigênio, e não consigo entender a forma como o meu coração está batendo, a
maneira como estou aqui, tremendo com o calor, meu corpo inteiro focado no
lugar exato em que sua mão está envolvendo a minha.
Com imenso esforço, consigo libertar minha mão da dele e olho revoltada para Kate,
que vem atrás dele com os olhos arregalados.
– Anastasia Steele – diz ela, e então alegremente dispara o número do meu
celular. Para meu desgosto.
Os lábios dele se curvam e o homem procura o meu olhar.
– Anastasia Steele. – Ele acaba de foder meu nome na minha frente. E bem na
frente de Kate.
E ao mesmo tempo em que sinto sua língua se retorcendo ao redor dessas duas
palavras, sua voz pecaminosamente sombria, como se estivesse pronunciando o
nome de coisas pelas quais se anseia, mas não se deve comer, sinto o desejo inchar
entre minhas pernas. Os olhos dele são quentes e quase me possuem ao me olhar.
Nunca fui encarada desse jeito antes.
Ele dá um passo à frente, e sua mão úmida desliza na minha nuca. Minha pulsação
acelera quando ele abaixa a cabeça escura para deixar um pequeno beijo seco em
meus lábios. Como se estivesse me marcando. Como se estivesse me preparando
para algo monumental. Isso poderia mudar e arruinar a minha vida.
– Anastasia – ele fala entre os dentes baixinho, de forma significativa, contra
meus lábios, enquanto se afasta devagar com um sorriso. – Sou Christian.
Ainda sinto suas mãos quando volto para casa. Sinto seus lábios nos meus. A
suavidade de seu beijo. Deus, não consigo sequer respirar direito, e estou tão
enrolada como uma cobra em um canto, no banco de trás de um táxi, olhando cegamente
para fora da janela, para as luzes da cidade, desesperada para desabafar as
sensações que continuam girando dentro do meu corpo. Infelizmente, não tenho
ninguém com quem desabafar a não ser Kate.
– Isso foi tão intenso – diz Kate ofegante, ao meu lado.
Balanço minha cabeça.
– O que diabos aconteceu, Kate? O cara acabou de me beijar em público! Você
percebeu que havia pessoas com seus telefones apontados para nós?
– Ana, ele é tão gostoso... Todo mundo quer uma foto dele. Mesmo as minhas
entranhas estão zumbindo pelo jeito como ele foi atrás de você, e nem sou eu
quem ele beijou. Nunca vi um homem ir atrás de uma mulher assim. Puta merda, é
como pornografia com romance.
– Cale a boca, Kate – soltei um gemido. – Existe uma razão pela qual ele foi
banido do esporte. É evidente que ele é um cara perigoso ou louco, ou ambos.
Meu corpo está tomado pela excitação. Os olhos dele, eu posso senti-los em mim,
tão famintos e quentes. Sinto-me imediatamente suja. Minha nuca começa a picar
no lugar onde ele tocou com a palma da mão suada. Esfrego ali, mas não para de
picar, não sossega meu corpo, não me acalma.
– Tudo bem, falando sério, você precisa sair mais. Christian Grey pode ter uma
má reputação, mas ele é mais sexy do que o pecado, Ana. Sim, ele foi suspenso
por má conduta, porque é um menino impertinente e travesso. Olha, quem é que
sabe a merda que ele passou na sua vida pessoal? Tudo o que sei é que foi
horrível e gerou algumas manchetes, e agora ninguém se importa mesmo. Ele é o
favorito no Underground, e todos os tipos de clubes de luta adoram esse cara.
Os clubes ficam lotados de garotas quando ele aparece para lutar.
Uma parte de meu ser não consegue acreditar no modo como o cara olhou pra mim,
me localizou como se tivesse um radar no meio de uma multidão de mulheres
gritando. Ele apenas olhou para mim, e isso me excita mais a cada vez que penso...
Ele olhou pra mim com olhos loucos e picantes, mas não quero olhos loucos e
picantes. Não quero esse sujeito, não quero um homem, ponto final. O que eu quero
é um emprego. Acabei de terminar o meu estágio em uma escola local, e fui
entrevistada pela melhor empresa de reabilitação esportiva na cidade. Mas isso
já foi há duas semanas e nenhum telefonema desde então.
Estou naquele ponto em que a gente começa a entrar no modo mental de que acha
que ninguém nunca mais vai ligar.
Estou muito além da frustração.
– Kate, olhe para mim – exijo. – Eu pareço uma prostituta pra você?
– Não, amiga. Tranquilamente você era a mulher mais classuda por lá.
– Se eu usei este tipo de roupa nesse evento, foi precisamente pra evitar que
gente suja do tipo dele me notasse.
– Talvez você devesse começar a se vestir mais como uma vagabunda e se misturar
com o resto do povo? – Ela sorriu, e eu imediatamente fechei o rosto numa carranca.
– Eu te odeio. Nunca mais vou com você nesse tipo de coisa, nunca mais!
– Você não me odeia. Me dá um abraço.
Eu me inclino em seu abraço e retribuo levemente antes de me lembrar de sua
traição.
– Como você teve a coragem de dar o número do meu celular pra ele? O que a
gente sabe sobre esse sujeito, Kate? Você quer me ver assassinada em algum beco
escuro e as partes do meu corpo jogadas em alguma lata de lixo?
– Isso nunca vai acontecer com alguém que tomou tantas aulas de autodefesa como
você.
Suspirei e balancei a cabeça, mas ela dirigiu um sorriso adorável para mim.
Realmente não consigo ficar com raiva por muito tempo.
– Vamos lá, Ana. Você deveria estar se reinventando – sussurra Kate,
lendo-me com perfeição. – A nova e
melhorada Anastasia tem que fazer sexo de vez em quando. Você costumava gostar
disso quando ainda estava na ativa.
A imagem de um Christian nu aparece na minha cabeça, e isso é tão
perturbadoramente excitante que preciso me contorcer no assento do carro e
olhar com raiva pra fora da janela, balançando a cabeça com mais ênfase dessa
vez. O que me irrita mais são os sentimentos que o simples pensamento nesse
homem despertam em mim. Eu me sinto... febril.
Não, eu absolutamente não sou contra fazer sexo, mas os relacionamentos são
complicados, e agora não tenho o equipamento emocional certo para lidar com
nada disso. Ainda estou um pouco quebrada por causa da minha queda, tentando
encontrar meu caminho em uma nova carreira. Existe um vídeo terrível comigo que
foi postado no YouTube, intitulado Steele, sua vida acabou!, gravado por alguma
amadora durante as minhas primeiras eliminatórias olímpicas, e que teve um
pouco de circulação, como costuma acontecer com todos os vídeos de pessoas
humilhadas. O exato momento em que a minha vida sendo destruída ao meu redor
foi imortalizado em vídeo e agora pode ser visto e revisto, para que o mundo
inteiro possa assistir e se divertir. Esse filme mostra o segundo preciso em que
meus músculos
quadríceps dão um nó e eu tropeço, e o instante em que meu LCA – o ligamento
cruzado anterior – rasga e meu joelho falha.
Tem a duração de mais de quatro minutos, esse encantador filminho. Na verdade, essa
minha anônima paparazzi manteve a câmera apenas em mim e em mais ninguém. Você
podia ouvir a voz dela dizendo “Merda, sua vida acabou”, em segundo plano, o
que, obviamente, deve ter inspirado o título.
Então, lá estou eu, nesse caseiro filme da vida real, pulando de dor fora da
pista, chorando a plenos pulmões.
Chorando não por causa da dor no meu joelho, mas pela dor de meu próprio
fracasso. Só quero que a terra se abra e me engula, e quero morrer porque sei,
exatamente naquele segundo, que todo o meu treinamento tinha sido em vão. Mas, em
vez de a terra se abrir e me engolir lá pra dentro, fui filmada.
A enorme quantidade de comentários abaixo do vídeo ainda está fresca na minha
mente. Algumas pessoas me desejaram boa sorte em outros empreendimentos e
disseram que era uma pena. Mas outros riram e brincaram sobre o assunto, como
se eu tivesse de alguma forma implorado para que isso acontecesse.
Esses mesmos comentários vêm me atormentando com dúvidas, dia e noite, durante
anos, quando revejo ambos os dias e me pergunto o que deu errado. E digo ambos
os dias porque rasguei meu LCA não só uma vez, mas uma segunda vez quando,
recusando-me a acreditar que “a minha vida tinha acabado”, eu teimosamente fui
fazer as provas novamente. Em nenhuma das duas vezes tenho ideia do que fiz de
errado, mas, com certeza, agora é fisicamente impossível para mim tentar
novamente.
É por isso que agora só estou arduamente tentando seguir em frente com a minha
vida, como se nunca tivesse tido a intenção de competir nos Jogos Olímpicos, e
a última coisa que preciso no momento é de um homem que tome o tempo que eu
poderia dedicar para construir um futuro na nova profissão que escolhi.
Minha irmã, Alayna, é a romântica, a mais apaixonada das duas. Mesmo que mal
tenha feito 21 anos e seja 3 anos mais nova do que eu, ela é a que está vivendo
por aí no mundo, me mandando cartões postais de diferentes lugares, contando a
mamãe, papai e eu sobre seus “amantes”.
Eu? Sou aquela que passou seus anos inteiros de juventude treinando ao máximo, porque
meu único sonho foi ser uma medalhista olímpica. Mas meu corpo desistiu muito
antes que minha alma o fizesse, e nunca consegui nem mesmo participar de uma
competição mundial.
Quando você precisa aceitar o fato de que seu corpo às vezes pode não fazer o
que você quer, isso dói quase tanto ou mais do que a dor física de quando se
machuca. É por isso que amo a reabilitação esportiva. Eu ainda poderia estar deprimida
e com raiva se não tivesse recebido a ajuda de que precisava. É por isso que
quero tentar ajudar alguns jovens atletas a conseguir se reabilitar, mesmo que
eu não tenha conseguido. E por isso quero conseguir um emprego que me faça
talvez sentir que, finalmente, fui bem-sucedida em alguma coisa.
Mas é estranho, enquanto fico acordada nesta noite, não é em minha irmã que
penso, nem em minha nova carreira,
nem mesmo naquele dia terrível em que participar das Olimpíadas se tornou um
sonho inacessível para mim.
A única coisa em minha mente é o demônio de olhos azuis, que colocou seus
lábios nos meus.
***
Na manhã seguinte, Kate e eu fomos dar uma corrida na parte
sombreada do parque, como fazemos todos os dias da semana, faça chuva ou faça
sol. Cada uma de nós usa uma braçadeira com o nosso iPod dentro, mas hoje
parece que estamos querendo ouvir a nós mesmas.
– Olha quantos tuítes, sua megera. Era pra ter sido eu – disse Kate, clicando
furiosamente em seu celular, enquanto me estiquei pra espiar o que ela estava
lendo.
– Então você deveria ter dado a ele o seu celular em vez do meu.
– Ele já telefonou?
– Perto da Prefeitura às onze, e deixe sua melhor amiga louca em casa –
respondi. – Foi tudo o que ele disse.
– Ha, ha... – disse ela, agarrando o meu telefone, entregando-me o dela, e
pressionando o meu código de acesso pra entrar em minhas mensagens.
Estreitei meus olhos, porque aquela gata desonesta sabia todas as minhas
senhas, e provavelmente jamais conseguirei manter um segredo
longe dela, mesmo que eu queira. Rezo pra que ela não veja o meu histórico no
Google, ou ela vai saber que estive pesquisando sobre o cara. Sinceramente não
quero nem pensar em discutir o fato de que estive escrevendo o nome dele e
pressionando a barra de pesquisa do Google mais vezes do que posso contar.
Graças, Kate apenas verificou as minhas chamadas não atendidas e, claro, não há
nenhum telefonema dele.
A julgar pelos artigos que li ontem à noite, Christian Grey é um deus festeiro,
um deus do sexo; basicamente, ele é um deus. E um encrenqueiro, para arrematar.
Neste exato momento, o mais provável é que esteja de ressaca e bêbado, cheio de
mulheres nuas saciadas em sua cama e pensando “Qual Anastasia?”.
Kate arrebata seu telefone de volta, limpa a garganta e lê o Twitter.
– Então, olha só, há um monte de comentários que você devia ouvir. “Inédito!
Vocês viram o Chris beijando uma espectadora? Puta merda, que adrenalina! Ouvi
dizer que teve uma briga depois disso, quando ele tentou ir atrás dela e empurrou
um homem! Lutar fora do ringue é ilegal e o REB pode não ter mais autorização
para lutar pelo resto da temporada, ou pelo fim da vida. Isso aí, por isso ele
foi expulso dos profissionais! Bem, não vou mais se o REB não estiver lutando”.
Esses foram os tuítes de várias pessoas – explica Kate enquanto abaixa o
celular e sorri. – Amo quando o chamam de REB. Assim, REB de “rebentar” o
adversário, entendeu? Então, se ele lutar, tem apenas o próximo sábado antes
que o clube da luta vá pra outra cidade. Vamos ou vamos?
– Isso é o que ele queria saber quando ligou.
– Ana! Ele te ligou ou não, afinal?
– O que você acha, Kate? Ele tem quantos seguidores no Twitter? Um milhão?
– Na verdade, tem dois vírgula três milhões.
– Então, aí está a sua resposta. – Agora eu estou com raiva, e nem sei o
porquê.
– Mas eu tinha certeza que ele estava com tesão de verdade pela Annie na noite
passada...
– Alguém com certeza deu um jeito nisso, Kate. É assim que esses caras
funcionam.
– Seja como for, nós precisamos ir no sábado – decretou Kate, com uma carranca
irritada que deixou o rosto bonito dela quase cômico. Ela simplesmente não é do
tipo que consegue ficar com raiva de alguém. – E você vai ter que usar alguma
roupa que fará os olhos dele saltarem do rosto e ele se arrepender de não ter
ligado pra você. Vocês dois poderiam ter tido uma noite de arrasar, e eu quero
dizer arrasar mesmo!
– Senhorita Steele?
Nós voltávamos ao meu apartamento e olho, naquela luz da manhã, para uma mulher
alta, nos seus quarenta anos e de cabelo curto, de pé nos degraus do meu
prédio. Seu sorriso é quente e quase me confundo quando ela estende um envelope
com o meu nome escrito nele.
– Christian Grey me pediu que entregasse isso a você pessoalmente.
Ouvir o nome dele nos lábios daquela mulher fez meu coração pular, e de repente
ele está batendo mais rápido do que durante a minha corrida matinal. Minha mão
treme quando abro o envelope e puxo de dentro um enorme crachá azul e amarelo.
É um passe para entrar nos camarins do clube da luta, mais ingressos para o
sábado. São assentos de centro, na primeira fila, quatro deles. Minhas
entranhas começam a fazer coisas engraçadas quando noto que o passe tem o meu nome
escrito nele com letras desarrumadas e viris, que suspeito serem dele.
De verdade, não consigo respirar.
– Uau – sussurro atordoada. Uma pequena bolha de excitação constrói-se
rapidamente dentro de meu peito, e quase sinto que preciso correr mais uns dois
quilômetros adicionais apenas para esvaziá-la.
O sorriso da mulher se alarga.
– Devo dizer-lhe que você disse ‘sim’?
– Sim... – A palavra salta pra fora de mim antes que eu possa sequer pensar
nisso. Antes que eu possa contemplar num pouco mais todas as manchetes que li
ontem sobre ele, a maioria delas destacando as palavras “sujeito encrenqueiro”,
“bêbado”, “briga de bar” e “prostitutas”.
Porque é apenas uma luta, certo?
Não estou dizendo que sim a qualquer outra coisa.
Certo?
Fico olhando incrédula para os ingressos de novo, e Kate fica boquiaberta
olhando pra mim enquanto a loira sobe na parte traseira de um Escalade preto.
Quando o carro ruge para longe, ela bate no meu ombro com alegria.
– Sua putinha. Você quer esse homem, não é? Essa fantasia era supostamente
minha, sua idiotinha!
Rio quando lhe entrego três dos ingressos, meu cérebro girando com o fato de
que ele realmente fez algum tipo de contato hoje.
– Acho que acabaremos indo à luta, afinal. Você me ajuda a recrutar a gangue,
tudo bem?
Kate agarra meus ombros e sussurra em meu ouvido, enquanto me dirige pelos
degraus da escada do meu prédio.
– Diga-me que isso não lhe fez sentir um pouco de formigamento.
– Eu não senti um pouco de formigamento – respondo
automaticamente, e antes de entrar em meu apartamento, tenho tempo de
acrescentar: – Isso me fez sentir um grande formigamento!
Kate começa a gritar e exige vir para selecionar a minha roupa para o sábado, e
eu digo que quando quiser me parecer com uma baranga, telefonarei pra ela.
Finalmente, Kate fuça o meu guarda-roupa, dizendo que não há nada nem remotamente
sexy nele, e informa que precisava ir trabalhar, então me deixa em paz o resto
do dia. Mas aquele pequeno formigamento não vai embora tão fácil. Sinto isso na
hora do banho, quando me visto, e depois, ao checar meus e-mails para mais
vagas de emprego.
Não posso explicar por que estou tão nervosa com a ideia de vê-lo novamente.
Acho que gosto dele, e não gosto disso.
Acho que desejo esse homem, e odeio sentir isso.
E acho que ele realmente é o material perfeito para uma transa de uma noite só,
e não posso acreditar que estou começando a pensar sobre isso também.
***
Naturalmente, como qualquer mulher lidando com os ciclos
hormonais, neste sábado estou em um ponto totalmente diferente do meu ciclo
mensal, e me arrependi mais de uma dúzia de vezes por dizer que iria assistir à
luta. Consolo-me com o fato de que a minha turma, pelo menos, está animada.
Kate chamou Pandora e José para vir conosco. Pandora trabalha com Kate na
empresa de design de interiores.
Ela é a gótica de nossa turma, com quem todos os homens querem decorar as
almofadas de seus apartamentos de solteiro. Já o José ainda está estudando para
ser dentista, e é meu vizinho de apartamento, amigo de longa data, e um amigo
de Kate desde o colégio. Ele é o irmão que nunca tive, e é tão doce e tímido
com outras mulheres que teve que pagar uma profissional para tirar sua
virgindade aos 21 anos.
– Fiquei muito contente de você nos levar em seu carro, José – diz Kate
enquanto vem na parte de trás comigo.
– Aposto que é só isso que vocês queriam de mim – diz ele, rindo, claramente
excitado para a luta.
A multidão no clube da luta clandestino é pelo menos o dobro do que tinha na
última vez que estivemos aqui, e precisamos esperar cerca de vinte minutos para
pegar o elevador que nos desce à arena.
Enquanto Kate e sua turma vão procurar nossos lugares, coloco meu passe ao
redor do pescoço e digo a ela:
– Vou espalhar alguns dos meus cartões de visita em algum lugar onde os
lutadores possam vê-lo.
Eu teria que ser louca para desperdiçar essa oportunidade. Esses atletas são os
maiores destruidores de órgãos e de músculos, uma arma letal contra outra,
então, se houver uma chance de fazer algum trabalho de reabilitação temporário,
percebo que aqui seria o lugar de conseguir.
Enquanto estou na fila esperando pelo acesso à área restrita, o cheiro de suor
e cerveja permeia o ar. Localizo José acenando de nossos lugares no centro, à
direita do ringue, e fico surpresa de ver o quão perto estaríamos dos lutadores.
José parece ser capaz de tocar o piso do ringue se der um passo e estender o
braço.
Você pode realmente ver a luta do extremo da arena sem ter que pagar um
centavo, exceto, talvez, uma gorjeta para o segurança, mas os ingressos para os
lugares sentados vão desde cinquenta dólares até quinhentos, e aqueles que
Christian Grey conseguiu para nós são todos de quinhentos. Estando desempregada
de a minha formatura e considerando que estou esticando minha poupança desde
que consegui um pequeno contrato de patrocínio muitos anos atrás, eu jamais
teria sido capaz de pagar por um desses ingressos. Meus amigos, todos
recém-formados ou quase, também não poderiam pagar. Eles aceitaram praticamente
qualquer emprego que conseguiram dentro deste mercado de
trabalho de merda.
Empurrada e amassada entre as pessoas, finalmente consigo mostrar meu passe com
um pequeno sorriso, e então sou autorizada a entrar em um longo corredor com
várias salas abertas de um lado.
Cada saleta dessas possui bancos e filas de armários, e consigo ver vários
lutadores em diferentes cantos desses aposentos, conversando com suas equipes.
No terceiro camarim, se posso chamar desse jeito, olho com mais cuidado e ele
está lá, e um arrepio de nervosismo me percorre.
Está perfeitamente relaxado e sentado, curvado, em um banco vermelho comprido,
vendo como um homem com uma cabeça loira enrola ataduras em uma de suas mãos.
Sua outra mão já está enfaixada, tudo coberto com a fita de cor creme, com
exceção dos dedos. Seu rosto está pensativo e surpreendentemente infantil, e
isso me faz pensar quantos anos ele tem. Ele levanta a cabeça de cabelos castanhos,
como se estivesse sentindo a minha presença, e me vê imediatamente. Um lampejo
de alguma coisa faísca estranha e poderosamente em seus olhos, e isso corre
pelo meu corpo como um relâmpago. Sufoco a minha reação e vejo que seu
treinador está ocupado dizendo-lhe alguma coisa.
Christian não consegue tirar os olhos de mim. Sua mão ainda está estendida, mas
parece esquecida enquanto seu treinador continua a enfaixar e a lhe dar
instruções:
– Ora, ora, ora...
Viro-me para a voz à minha direita, e uma lasca de pavor se abre na minha
barriga. Um enorme lutador está de pé ao meu lado, examinando-me com olhos que
são pura intimidação, como se eu fosse sua sobremesa, e ele tivesse a colher perfeita
para usar.
Vejo quando Christian pega a fita do seu treinador e a joga de
lado antes de se levantar e dirigir-se lentamente para ficar ao meu lado.
Enquanto ele se posiciona atrás de mim e um pouco à minha direita, uma tomada
de consciência de seu corpo próximo a mim se infiltra em todos os meus poros.
Sua voz suave ao meu ouvido me faz tremer quando ele enfrenta o meu admirador.
– Só caia fora – diz baixinho ao outro homem.
O homem, que reconheço como Marreta, não está mais olhando pra mim. Em vez
disso, olha por cima da minha cabeça e ligeiramente para o lado. Ao lado de Christian,
ele não parece tão grande, afinal.
– Ela é sua? – pergunta ele, com olhos pequenos apertados.
Minhas coxas ficam úmidas quando a voz que responde desliza pela concha de
minha orelha, suave como veludo, mas assustadoramente dura:
– Uma coisa eu garanto, sua ela não é.
Marreta vai embora e, por muito tempo, Christian está lá, uma torre de músculos
quase me tocando, o calor do seu corpo me envolvendo. Inclino a cabeça e
murmuro:
– Obrigada. – E saio rapidamente, e quero morrer porque juro por Deus que ele
abaixou a cabeça para me cheirar.
Aahhh que bomm poder ler essa história de novo, eu amoo, parabéns você escreve muito bemmm❣️❣️
ResponderExcluirTbm já li e amo demais
ResponderExcluirObg, esse livro é a melhor coisa que existe, muito obrigada mesmo
ResponderExcluirQuando você irá postar mais Capítulos?
ResponderExcluirTodos os dias, assim espero. Pretendo fazer maratona tbm. Talvez eu consiga postar mais na madrugada.
Excluirgente bom amo demais esse capitulo kate e muto maluca mais como uma irmã pra ana e é dificil resistir um homem assim arrebatador mesmo nome e sobrenome com certeza e pode ter sido um beijo rapido mais foi rapido e certeiro pros dois e marreta cai fora ela ja é dele e vice versa
ResponderExcluirEu agora encontrei vou continuar ler ele de novo
ResponderExcluirEita que a indiferença dela a ele, instigou ele a notar ela
ResponderExcluirGrey não vai largar ela tão cedo
Já quero mais ❤🧡
ResponderExcluirAnsiosa pelo próximo capítulo 🧡🤍
ResponderExcluirEita que vale matar saudade do nosso arrebatador 🤼♂️
ResponderExcluirComeçando 🤩😍❤
ResponderExcluirComo amo está história,demorei achar novamente 🥰🥰
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